spoiler visualizarwdlmlra 21/05/2024
.império de depressão, dor e trevas.
.estou há 11 dias imóvel e em completo silêncio. primeiramente, absorvendo tudo o que aconteceu, e em segundo lugar, questionando-me como a sarah teve coragem de fazer isso comigo.
com o desfecho de ?rainha das sombras?, certamente esperançoso, era de se esperar que aelin logo tomasse seu lugar como governante de terrasen. no entanto, as coisas nunca são fáceis, especialmente para ela. embora seja a última galathynius viva, o trono parece algo distante de sua realidade quando lorde darrow rapidamente insinua que uma jovem assassina de 19 anos não é adequada, muito menos digna de ser rainha. sem o direito de governar reconhecido e com o acesso a terrasen bloqueado, qualquer movimento brusco de aelin poderia ser considerado um ato de traição. de fato, ela não cederia a esse decreto facilmente, mas algo muito mais urgente exigia seus esforços no momento: a guerra iminente, que poderia trazer consequências brutais para todos os reinos de erilea. assim, diante de um tempo escasso e recursos limitados, aelin parte em busca de aliados, exércitos e artefatos, cobrando dívidas antigas e favores de amigos distantes, além de procurar incessantemente pelas chaves de wyrd, que eram mais necessárias do que nunca para que ela pudesse ter alguma vantagem contra erawan ou maeve.
esse volume da saga foi uma montanha-russa de emoções do início ao fim. foi o que mais me fez quase vomitar o coração até agora. simplesmente não conseguia fazer nada além de ler até terminar; até negligenciei um pouco do meu tcc porque a curiosidade para saber o que iria acontecer era mais interessante do que minha pesquisa de campo. a trama se desenvolveu de uma forma que me agradou muito, sendo uma das mais impactantes que já li, deixando uma sensação estranha ? algo entre euforia, medo e ansiedade ?, que me fez parar e reler determinadas partes após finalizar, para formar qualquer pensamento mais elaborado do que ?uau?.
num primeiro momento, parece que as coisas acontecem, mas ao mesmo tempo não acontecem. muitas pistas nos são dadas, e o enredo é construído gradativamente, criando um cenário bem conduzido em termos de ação, mistério e drama. é aqui que percebemos o quanto a história evoluiu e que, não importa o quanto tentemos, sempre seremos surpreendidos com o reaproveitamento ou introdução de elementos novos. ao enfrentar perigos e desafios para provar seu valor, a jornada de aelin é marcada principalmente por sua sagacidade e liderança nata, criando uma dicotomia entre quem ela era em ?herdeira do fogo?, dois livros atrás, ou até mesmo no primeiro volume da saga, e quem ela é agora. cada passo que ela dá, cada estratégia, tudo é tão minuciosamente calculado que chega a ser absurdo. nada do que aelin galathynius faz é em vão. pode parecer que vai dar errado, que não faz sentido, mas ela faz jus ao título que lhe cabe: a rainha que foi prometida. e não só ela, mas todos chegam ao seu limite e se esgotam na tentativa de proteger uns aos outros no campo de batalha e na tentativa de erguer um exército que possa salvar terrasen.
administrar uma corte durante uma guerra não é tarefa fácil, ainda mais sendo jovem e sem muito apoio. no entanto, aelin não poderia ter aliados melhores ao seu lado. rowan, mais do que um guerreiro feérico, é um dos pilares da corte, guiado pelo amor incondicional por sua rainha coração de fogo. aedion, apesar de ter seus pontos fora da curva, é um general dedicado. dorian, criado desde cedo para reinar, é racional e centrado, tendo sofrido mais do que jesus nos últimos livros, mas lutando como um ato de esperança enquanto enfrenta seus próprios demônios. lysandra, a mais impressionante e prestativa das amigas, está em constante evolução e luta pelo que acredita ser certo. o capítulo dela, transformada em dragão marinho e lutando nas águas da baía da caveira, será para sempre o meu favorito.
de rainha para rainha, manon também se mostra uma personagem de extrema importância para uma possível reviravolta, e fiquei genuinamente satisfeita com seu desenvolvimento. ela, com suas treze, demonstrou disposição para sentir e ter esperança por um mundo melhor, ignorando a obediência, disciplina e brutalidade dos clãs de bruxas, pois havia coisas mais importantes do que isso. contornando a crueldade que lhe foi ensinada desde que nasceu e confrontando um passado desconhecido, manon se reposiciona de forma astuta e começa a ouvir seu coração, dando espaço para dorian nele no processo.
por último, mas não menos importante, o que dizer de elide e lorcan? ela, recém-foragida de morath com a ajuda de manon, seguia para terrasen, para sua rainha, carregando a chave de wyrd que kaltain confiou em suas mãos antes de falecer. ele, um guerreiro feérico que já conhecíamos, guiado pelo deus hellas, também estava em uma aventura por sua respectiva rainha. desde a primeira interação, eles apresentam com clareza e rapidez seus objetivos, mas ao ajudarem um ao outro a alcançar seus destinos, acabam formando uma bela parceria no caminho. eles foram simplesmente apaixonantes, viam esperança um no outro e prometeram que sempre se encontrariam.
são tantos personagens, tantas histórias, tantos passados e presentes, tanto romance, e tudo tão bem construído que chega perto da perfeição. a trama se desenrola de forma dinâmica, deixando tudo orquestrado para um clímax arrebatador, que representa o sofrimento em sua forma mais pura. ainda tenho o livro do chaol pela frente, mas sei que o último volume não vai sair da minha cabeça. todas as peças do quebra-cabeça já se encaixaram, mas com aelin sob as rédeas de maeve, capturada quando seu poder estava esgotado e colocada numa máscara de ferro, tudo fica incerto novamente. a única coisa que sabemos é que o embate final está próximo, e que a própria aelin, sua magia e seu sangue são o custo de fazer um novo fecho e selar as chaves no portão de wyrd de uma vez por todas.