Mandy 10/02/2024Meio fraco, mas bom o suficiente p/ iniciantes em fantasiaMuita coisa não faz sentido, ou fica sem explicação nessa história, então ela não me conquistou.
Primeiramente, vou falar sobre o que eu gostei, pois vai ser mais breve.
- Gostei muito da ideia da autora sobre um reino dividido em Quatro, com uma Rainha para cada quadrante e com o fato delas viverem juntas no mesmo castelo, mas reinarem separadamente. Cada uma sabe o que é o melhor para seu reino e as outras não dão pitaco nas decisões. Elas (na maioria das vezes) se respeitam muito, são como irmãs. Gostei do fato de não haver ambição ou rivalidade entre elas.
- Cada quadrante ser como um país diferente também me pegou. Achei bem original e a descrição de cada lugar foi muito criativa.
- Apesar de a Keralie ser meio chata, gostei que ela não era a dona da moral e dos bons costumes. Ela ser meio anti-heroína, também foi algo legal na personalidade dela. E principalmente, amei que ela não ficou muito tempo se perguntando se era verdade a traição do Mackiel. Ela conhecia muito bem o cara e se tocou rapidinho que ele não pensava nela como ela pensava nele. Achei isso ótimo!
- O mistério até que prendeu minha atenção, apesar de não haver muitas pessoas para duvidar e de ficar claro desde o início que o Mackiel estava envolvido.
Coisas que eu NÃO gostei:
- Referente ao mistério: a autora não nos da todas as cartas desde o início, para que possamos criar teorias válidas - a Arebele foi aparecer somente no final e foi deixado muito claro desde o início que ela era a principal interessada na morte das rainhas.
- A trama não deixa espaço para teorias - em um momento, você não sabe de nada e no outro, todos os plots são revelados.
- Tem uma quantidade infinita de ponta solta nessa história! A autora só joga um monte de informação, achando que o leitor vai "comprar", mas não há nenhuma explicação ou sentido em muitas partes. Nem vou conseguir citar todas aqui, senão vou reescrever o livro todo, mas vão algumas coisas que me incomodaram muito:
* Quem gravou aqueles chips com as "instruções" de assassinato? Foi o Mackiel? Se sim, como ele teve acesso ao interior do palácio? Como ele sabia sobre o jardim da rainha Iris? Como ele sabia que ela ia estar sozinha lá naquele momento, antes da reunião acabar? Ele nunca ia até Concórdia, alegando que era um criminoso conhecido, então, como ele saberia sobre os detalhes do interior do castelo? Como ele saberia dos banhos? Dos mapas da Rainha Marguerite? Da mania dela de passar os dedos sobre eles? Como?!
** Quem copiou perfeitamente a letra do Lykel? E se foi ele mesmo quem escreveu o bilhete, como sabiam que ele e a Stessa iriam combinar de se encontrar nos banhos? Pelo que ela disse, era a primeira vez que ele combinava naquele lugar.
*** Aliás, em que momento a Keralie matou a rainha Iris? Ela foi na audiência com as rainhas, voltou para o Varis e quando ela foi bisbilhotar de novo, a rainha já estava morta! Não entendi..
Enfim, não vou me estender mais, porque tem muita, muita coisa sem sentido, mas acredito que já deu pra entender um pouco do que quero dizer.
A autora teve uma boa ideia, mas pecou um pouco na execução, faltando pensar um pouco mais sobre detalhes importantes para dar corpo à historia. O livro provavelmente vai entreter jovens iniciantes no gênero de fantasia e mistério, pois a escrita é boa - me prendeu do início ao fim - mas essas inúmeras pontas soltas acabaram nublando minha experiência. Me deixou com a sensação de ir a um ponto turístico em um dia chuvoso: até que foi bom, mas poderia ter sido muito melhor!