spoiler visualizarGra 20/06/2020
Amo os livros do David Levithan, mas...
Confesso que estava bem ansiosa a respeito deste livro em particular, lembro inclusive que quando li em algum blog de livros que seria lançado em outubro de 2019 no Brasil e atrasou eu fiquei bem brava, mas agora não vejo mais motivos da minha decepção com o atraso. Ao ler o primeiro livro várias perguntas ficavam na minha mente e o David conduziu o primeiro livro majestosamente para discutir questões como amor, sexualidade e transcender tudo isso. Além de que ao final do primeiro livro A vai embora e até descobre uma maneira de passar mais tempo no corpo daquele ocupadando não somente por 24 horas e por questões éticas e morais desiste. No mesmo livro ele encontra um semelhante e vai embora decidindo-se pelo melhor de Rhiannon. Nesse novo livro eu não esperava nada menos do que a volta da discussão de temas profundos e algumas respostas como: Por que existem essas pessoas que ocupam corpos por apenas 24 horas? Existe algum meio de burlar isso sem prejudicar alguém? No entanto, o livro pareceu se perder e parece que só foi enchendo ' linguiça' já que não trouxe muitas novidades, o mesmo' vilão ' do primeiro apareceu e ele acabou morrendo já que o corpo que ocupava o rejeitou (ok, uma novidade, maaas), Rhiannon e A de novo se falando e tentando se relacionar da maneira deles de ficar apenas um dia em um corpo, o que ja tinha sido abordado no primeiro livro, no livro também mostrou várias pessoas como A (novidade? no primeiro livro já descobrimos que tinha alguém como A, não era se surpreender que tivessem varias pessoas assim). Enfim, o livro em si não trouxe grandes novidades, não trouxe diálogos que mexeram muito comigo como o primeiro, só foi gostoso mesmo revisitar a questão abordada que é esse amor que transcende a pele de quem o habita. E não trouxe um final surpreendente para resolver o relacionamento dos dois, só que os dois continuariam tentando, mas afinal o que é o amor se não tentar, certo?
Outra coisa legal foi ver o Nathan encontrando alguém depois de todo trauma que ele teve no primeiro achando que seu corpo tinha sido ocupado pelo demônio. Quanto ao desfecho do X eu achei bem triste, pois dá para entender muitas das suas opiniões sobre nunca ter tido um corpo e como algumas pessoas se negam a esse direito e não querem habitar o corpo que possuem, infelizmente a questão é muito complexa. Pensar em alguém que foi privado de um corpo físico desde o momento que nasceu e fica pulando de corpos e aí encontra uma maneira de se estabelecer no corpo, mas com isso nega o direito primordial do outro sobre o seu corpo....Mas o vilão do livro não era de fato um vilão, por isso fiquei triste por como ele terminou. Eu realmente não consegui pensar em uma maneira de ajudar essas pessoas que foram negadas de um corpo físico.