Elizabeth Costello

Elizabeth Costello J. M. Coetzee




Resenhas - Elizabeth Costello


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Marlos 15/11/2021

Elizabeth Costello é uma escritora fictícia e provavelmente uma representação de alter ego do autor.

Tendo em vista que é um compilado de palestras da personagem, e que cada uma aborda um tema ou situação específica, fica mais difícil fazer uma resenha concisa, mas é possível tratar com mais facilidade acerca de um panorama geral, para que um pretenso leitor possa se decidir quanto ao inicio da leitura

Confesso que só li a obra pelo interesse no texto "A vida dos animais", mas ao saber que fazia parte de uma obra maior, qual seja, " Elizabeth Costello", decidi ler a obra como um todo.

Na primeira palestra, o autor demonstra a dificuldade da protagonista ser reconhecida como uma mulher brilhante por seus pares, mesmo durante sua premiação.

No geral, as palestras que evidenciam a capacidade e o valor de pessoas que se destacam em seu meio e crescem mesmo sem validação externa.

Durante o livro são levantados diversos questionamentos, desde situações mais corriqueiras onde uma resposta mais óbvia emerge de nosso juízo, até questões que imaginávamos ter um posicionamento firme mas que somos induzidos a rever.

É interessante no que tange a indução para a reflexão sobre certas questões, não estabelecendo um posicionamento específico para o leitor.

Achei a leitura densa, mas muito edificante, recomendo para quem busque algo mais reflexivo.
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Mandark 22/05/2022

Uma experiência de transcender.
Eu me perdi durante a leitura desse livro, mas não de um jeito ruim. Principalmente na oitava e última palestra, eu me vi perdido na narrativa de forma que em determinado momento eu me vi como Elizabeth Costello, com suas dúvidas, anseios, certezas e manias. Em que acredito? Fico me perguntando: e se eu largasse tudo e começasse a trilhar minha vida como escritor? Será que realmente encontraria sentido e crença real? Vamos ver como será meu julgamento.
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Alexandre Kovacs / Mundo de K 28/05/2010

J.M. Coetzee - Elizabeth Costello
Editora Companhia das Letras - 254 páginas - Publicação 2004 - Tradução de José Rubens Siqueira.

A coisa mais extraordinária sobre o escritor sul-africano John Maxwell Coetzee, Nobel de literatura 2003, além da sua capacidade de me fazer quase sempre perder a estação de metrô, é a habilidade de sintetizar em vinte páginas o que outros escritores precisam de duzentas para explicar e nem sempre conseguem. Não é diferente com este romance que tem como personagem-título a romancista australiana Elizabeth Costello, alter ego de Coetzee, que teria ficado famosa pelo romance "A casa da rua Eccles com o personagem principal Marion Bloom, mulher de Leopold Bloom, protagonista de Ulisses (1922) de James Joyce.

Este foi o primeiro trabalho de Coetzee depois do premiado "Desonra". Em Elizabeth Costello ele se utiliza de um recurso narrativo de metaficção para refletir sobre a literatura e o trabalho dos escritores, através de oito palestras da escritora de sessenta e seis anos de idade, defensora dos animais, em diferentes situações que ela vivencia ao viajar pelo mundo recebendo prêmios literários. Nunca fica claro para o leitor se está diante de uma obra autobiográfica, de ficção ou ensaio filosófico onde não faltam citações a romancistas consagrados como Swift, Daniel Defoe e Kafka e filósofos como Kant e Wittgenstein.

Difícil escolher e destacar alguns trechos, mas o capítulo sobre Eros e as relações eróticas entre homens e deuses é magistral: "Amor e morte. Os deuses, os imortais, foram os inventores da morte e da corrupção; porém, com exceção de dois ou três exemplos notáveis, não tiveram coragem de experimentar sua invenção em si mesmos. Por isso é que têm tanta curiosidade sobre nós, são tão infindavelmente inquisitivos. (...) Dos dois, deuses e mortais, somos nós que vivemos com maior urgência, que sentimos com maior intensidade. Por isso é que não podem nos tirar da cabeça, não podem passar sem nós, nos vigiam incessantemente e nos espionam. É por isso, afinal, que não baixam uma proibição ao sexo conosco, simplesmente regulam quando, de que jeito e com que frequência. Inventores da morte; inventores do turismo sexual também. Nos êxtases sexuais dos mortais, o frisson da morte, suas contorções, seus relaxamentos: falam disso sem parar quando bebem demais - com quem primeiro experimentaram isso, como foi. Eles gostariam de ter aquele arrepiozinho inimitável em seu repertório erótico, para temperar os acasalamentos entre eles. Mas isso tem um preço que não estão dispostos a pagar. Morte, aniquilação: e se não existir ressureição?, pensam, apreensivos."

Destaque também para a declaração da escritora no surpreendente último capítulo onde, longe do céu e do inferno, ela sofre para escrever uma das melhores definições já pensadas sobre literatura: "Sou escritora, uma mercadora de ficções. Tenho apenas crenças provisórias: crenças fixas me atrapalhariam. Mudo de crença como mudo de casa ou de roupas, de acordo com minhas necessidades. (...) Sou escritora, e o que escrevo é o que escuto. Sou secretária do invisível, uma das muitas secretárias ao longo das eras. Esta é a minha missão: secretária estenógrafa. Não me compete interrogar, julgar o que me é dado. Simplesmente escrevo as palavras e testo, testo a sua integridade, para ter certeza de que ouvi direito."
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Ricardo Rocha 08/08/2011

Literário demais
Em algum momento o escritor menos autobiográfico acaba cedendo. Elisabeth Costello é Coetze. É que as crenças fixas são danosas ao romancista, porque o tempo passa.
Algumas conversações interessantes sobre literatura, de Molly Bloom a Anna Karenina – ou estamos aqui falando de outra coisa? Também um macaco que poderá, se discursar, entrar para a sociedade.
Dostoievski carecia de tanta imaginação ou ironia ou o que seja; nunca precisou, porque nem escrevia tão bem assim, é o que dizem, ele redigia mal, o que o torna ainda mais admirável e essa modernidade mais estranha. Enfim Elisabeth. Uma mulher pronta a explodir na língua dos anjos sem corar.
As vezes a gente se sente como a pessoa errada, como alguém que não tem direito de fazer uma resenha, ou talvez nem mesmo de ler autores tão sofisticados.

Dreykon 03/01/2016minha estante
"Uma mulher pronta a explodir na língua dos anjos sem corar". Ótima definição sobre a personagem. Aliás, ótimo comentário!




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Marina 11/11/2021

Difícil de resenhar
Esse é um livro muito bom, e ao mesmo tempo bastante difícil.

A linguagem direta e a narrativa o tornam menos denso, mas ainda assim as discussões que vão desde temas existenciais até o veganismo não permitem uma leitura descompromissada.

Ele é construído com base em palestras sobre temas variados dados pela personagem ficcional Elizabeth Costello, famosa autora de livros australiana.

Elizabeth é tão bem construída que duvidamos muitas vezes que ela possa não existir de verdade. O estilo mistura tantos estilos e com tanta maestria que fica difícil definir o que foi esse livro. Realista e surrealista ao mesmo tempo, com assuntos tão diversos quanto os que cabem em uma pessoa introvertida e com ares de filósofa, não só no seu pensamento, mas também no seu corpo, no seu tédio, na sua história.

A perspectiva do narrador passa de dentro para fora de Elizabeth com imensa facilidade. Às vezes vivemos a história pela visão do seu filho, John, e adentramos também seus pensamentos, sentimentos e corpo. Em outras, às vezes no parágrafo seguinte, vemos tudo de fora, um narrador observador, e voltamos pra Elizabeth com a mesma rapidez.

Com certeza o livro me fez crescer. Pretendo ler mais do autor.
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jota 01/01/2013

Elizabeth Coetzee
Elizabeth Costello é, ela mesma, uma personagem. Aparentemente, você está lendo a biografia de uma mulher caminhando para os setenta anos e que é mãe, tem uma irmã que se tornou freira, é branca e já teve um amante negro na juventude (ela o reencontra agora), é escritora e recebe diversas homenagens por sua obra. Especialmente é reconhecida por uma obra que escreveu na juventude - faz tempo não? - e isso a incomoda um pouco...

Elizabeth parece apreciar dar palestras ao redor do mundo (nem sempre sobre a profissão de escritor), mas antes da hora quase sempre fica em dúvida, se arrepende de ter aceitado os convites ou se sente insegura ao fazê-las - especialmente numa ocasião em que vai criticar a obra de outro escritor (real, o inglês Paul West), presente à conferência. No entanto, depois (e mesmo ao responder às questões da plateia no final) defende com firmeza suas ideias e convicções. Algumas delas nem sempre apreciadas pelo público.

Ao mesmo tempo em que é tudo isso, Elizabeth Costello é igualmente uma espécie de alter ego do próprio autor sul-africano. Coetzee fala e se expõe através da personagem, especialmente nos momentos em que o livro fica mais parecido com um ensaio (ou ensaios sobre vários temas) do que propriamente com ficção. Nesse sentido, e pelo próprio modo como o livro foi construído, Elizabeth Costello é uma obra muito diferente da notável trilogia Infância, Juventude e Verão e mesmo do angustiante Vida e Época de Michael K, os quatro livros que já li do escritor sul-africano. Mas é muito acima da média (como parecem ser todos os livros de Coetzee) e para quem aprecia metaficção este é um título em que o autor vai fundo, valendo-se formidavelmente dos recursos do ensaio e do romance.

Elizabeth Costello já foi personagem em A Vida dos Animais (de 2002, da mesma Companhia das Letras) e neste, numa de suas oito palestras (O Filósofo e os Animais), entre outras coisas, a vemos citando um artigo literário do próprio Coetzee sobre Realismo, como se ela também, ao escrever notas de rodapé para seus textos, tivesse uma existência real. Ou surreal, pensando bem quando se lê sua última conferência (No Portão), em que ela parece se encontrar numa situação digna de Kafka.

Essa oitava palestra não é exatamente como as demais, nem na forma nem no conteúdo. Aqui, chama a si própria, escritora, de “mercadora de ficções” (suas crenças são provisórias) ou “secretária do invisível” e diz: “Não me compete interrogar, julgar o que me é dado. Simplesmente escrevo as palavras e testo, testo a sua integridade, para ter certeza de que ouvi direito." Isso, e tudo o mais que Elizabeth Costello diz ou pensa desde sua primeira palestra, interessa não apenas aos apreciadores de Coetzee (há varias frases que vão agradar profundamente aos colecionadores de citações), mas igualmente a futuros escritores e aos estudantes de literatura – este livro, como afirma o editor brasileiro da obra, “é também uma profunda e perturbadora meditação sobre a natureza do romance.”

Desse modo, nem tudo vem lá muito mastigadinho para o leitor (como bem demonstram as ótimas resenhas dos amigos Nanci e Kovacs): Coetzee é um autor culto (todos os bons autores são, não?), seu conhecimento vai muito além da distinção dos cinquenta tons de cinza (são tantos assim? e isto foi uma brincadeira), então não apenas temos nessas páginas as histórias, ideias, proposições, pensamentos e crenças da “mercadora de ficções” Elizabeth Costello, mas também um desfile de autores do porte de Kafka, Joyce, Swift, Defoe e dos filósofos Kant e Wittgenstein, mais alguns gregos antigos...

Lido entre 24 e 31/12/2012.
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Achados e Lidos 01/03/2017

Resenha - Elizabeth Costello
Ao discursar para uma plateia de acadêmicos sobre o realismo, no primeiro capítulo de Elizabeth Costello, a escritora, que dá nome ao aclamado livro de J. M. Coetzee, questiona as excessivas interpretações a que submetemos as obras literárias:

Houve um tempo que sabíamos. Costumávamos acreditar que quando o texto dizia ‘Havia um copo d’água sobre a mesa’, havia de fato uma mesa com um copo d’água sobre ela, e bastava olhar para o espelho-palavra do texto para vê-los. Mas isso tudo terminou. O espelho-palavra se quebrou, irreparavelmente, ao que parece.
A reflexão, logo nas primeiras páginas desse livro, quando a autora discursa na cerimônia de entrega de um prêmio literário, marca irremediavelmente o fluxo da leitura. Dali para frente, é praticamente impossível continuar a acompanhar a narrativa sem pensar nos significados – visíveis ou sutis – das palestras e diálogos de Elizabeth Costello.


O livro não é exatamente um romance, pois a narrativa alterna ensaios com passagens ficcionais, entre as quais as mais interessantes são aquelas narradas pelo filho da personagem principal. A partir dessa premissa ambígua, Coetzee escreveu, ao mesmo tempo, um “metalivro”. Costello passa boa parte do tempo questionando seus valores como escritora, o poder da literatura, quais critérios avalizam que um pensamento passe para a página escrita.

Não é que lhe faltem opiniões. Costello, uma espécie de alterego de Coetzee, é uma escritora reconhecida, em torno da qual se desenvolveu uma “pequena indústria crítica”. O livro que a alçou à fama foi A Casa da Rua Eccles, cujo personagem principal é Marion Bloom, mulher de Leopold Bloom, por sua vez o narrador de Ulysses, de James Joyce, uma releitura não muito incomum na obra de Coetzee (como Foe, por exemplo).

Do alto desse papel de autoridade na cena literária, o que cabe à Costello é viajar o mundo professando opiniões, nem sempre bem-vindas. Coetzee, que assim como sua personagem é avesso a entrevistas, também já teve suas temporadas como ensaísta. Parte das palestras proferidas pela personagem foram, inclusive, tema de uma série de leituras que o escritor proferiu quando foi convidado a dar um curso em Princeton, nos Estados Unidos, sobre questões éticas.

As palestras de Costello são tão repletas de reflexões filosóficas, com uma amplitude tão grande de temas – a voz das mulheres nos romances, as relações sexuais entre deuses e humanos, o realismo na ficção, o romance africano, o futuro da humanidade – que o livro com certeza merece uma segunda leitura.

Mas um dos tópicos, sobre os direitos dos animais, no terceiro capítulo, chamou particularmente a minha atenção. Dessa vez, ela é convidada pelo fictício Appleton College para proferir a Palestra Gates. Coincidentemente, seu filho, que até então preferiu resguardar seu parentesco com a famosa escritora, dá aulas na mesma universidade, e por isso é o hóspede natural da mãe, ainda que ela e sua esposa não se deem bem, por motivos que ficarão mais visíveis à frente.

Em sua palestra, Costello não fala sobre sua obra ou sobre literatura, como era esperado, mas prefere abordar os direitos dos animais, seu “cavalo de batalha”, como chama seu filho, John. Compara os abatedouros, pesqueiros e laboratórios aos campos nazistas, para desconforto da plateia, e evoca o conceito de “ignorância involuntária” ao mencionar que todos ali presenciavam ou ao menos sabiam dessa matança, à semelhança dos alemães, e preferiam o silêncio.

Costello prossegue com o raciocínio ao afirmar que não há diferenças entre o sofrimento animal e o humano porque o que nos garante certa “superioridade” se baseia em um princípio essencialmente tautológico, a razão.

Pois vista de fora, sob o prisma de um ser alheio a ela, a razão é simplesmente uma vasta tautologia. É evidente que a razão validará a razão como princípio primeiro do universo. O que mais poderia fazer? Destronar-se? Os sistemas de raciocínio, como sistemas de totalidade, não têm esse poder.
O valor essencial para os animais, argumenta ela, é a “sensação de ser”, algo que obviamente não pode ser plenamente desfrutado por um animal confinado. “A plenitude de ser é um estado difícil de sustentar em confinamento”, diz.

A argumentação pode ser rebatida, como o será ao longo do jantar que se segue à palestra, mas ainda assim é difícil ficar incólume ao argumento de que presenciamos assassinatos em grande escala e ficamos indiferentes a eles. Podemos nos posicionar contra agressões frontais, como o uso de animais em cruéis testes laboratoriais, mas somos, na maioria das vezes, capazes de lidar com a ideia de rebanhos em matadouros sem grandes crises de consciência.

A preferência pela ignorância seletiva nos remete ao brilhante ensaio de David Foster Wallace sobre o mesmo assunto, a partir de outra abordagem. Nele, Wallace visita uma feira de lagostas no Maine e, de forma indireta, questiona a crueldade dos hábitos alimentares que envolvem o crustáceo (o que me convenceu a nunca comer uma lagosta, ainda que não tenha abdicado de carne animal no geral, reforçando o argumento acima):

Por que uma forma primitiva e inarticulada de sofrimento seria menos urgente ou desconfortável para a pessoa que está colaborando com ela ao pagar pelo alimento resultante desse sofrimento? (…) estou tentando compreender e articular alguns dos questionamentos perturbadores que vêm à tona em meio às risadas, à animação e ao orgulho comunitário do Festival da Lagosta do Maine. A verdade é que, se comparecendo ao festival o sujeito se permitir cogitar que as lagostas podem sofrer e que prefeririam que isso não acontecesse, o Festival da Lagosta do Maine começa a ficar parecido com um circo romano ou um festival de torturas medievais.
Apesar de sua palestra, Costello evita enunciar princípios alimentares. Em resposta a um ouvinte na plateia que lhe questiona se ela defende o fechamento de fazendas industriais, a escritora responde:

Nunca tive muito interesse em interdições, alimentares ou de qualquer outra natureza. Interdições, leis. Estou mais interessada no que há além delas.
A resposta estimula o debate posterior, já no jantar oferecido a alguns convidados, no qual se fala da posição de autoridade que aqueles que abdicam de algum alimento se colocam, uma crítica que vem especialmente de Norma, sua nora, que se ressente das posições de Costello.

A mesa como um campo de batalha é um aspecto essencial da modernidade. O que é sagrado e o que é profano? O que é puro e o que é impuro? No modismo da alimentação vegetariana ou “funcional”, não há certo elitismo que separa aqueles que podem embarcar nessa nova relação com os alimentos em relação à população comum, preocupada com a subsistência?

Ao fim da discussão sobre a ética contida na decisão de se alimentar de animais, enquanto Costello é levada pelo filho de carro para o aeroporto, se desenrola uma das cenas mais sensíveis de todo o livro. John pergunta por quê ela abraçou com tanta intensidade a causa animal.

(…) não sei mais onde estou. Aparentemente, eu me movimento perfeitamente bem no meio das pessoas, tenho relações perfeitamente normais com elas. É possível, me pergunto, que todas estejam participando de um crime de proporções inimagináveis? Estou fantasiando isso tudo? Devo estar louca! No entanto, todo dia vejo provas disso. As próprias pessoas, de quem desconfio, produzem provas, exibem as provas para mim, me oferecem. Cadáveres. Fragmentos de corpos que compraram com dinheiro.
Enquanto ela chora, ele a abraça e a conforta. “Calma, calma, já está quase no fim”. O contraste entre a aridez dos embates filosóficos e as experiências emocionalmente desgastantes da vida real permeiam todo o livro. É uma obra inusual, mesmo em face dos demais títulos já escritos por Coetzee, um mestre do desconforto.

site: http://www.achadoselidos.com.br/2017/03/01/resenha-elizabeth-costello/
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