Juventude

Juventude J. M. Coetzee




Resenhas - Juventude


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laricanrs 22/11/2021

O livro é bom porem eu fiquei confusa em algumas partes e não me prendeu tanto como achei que fosse prender. O personagem principal me irritou bastante em diversas partes mas ao mesmo tempo ele é muito intrigante, então foi isso que me manteve, eu tava intrigada com o que iria acontecer com ele até o final. Porém digo que é algo interessante de ler, até de se identificar com alguém que faz coisas que não quer procurando o mesmo que alguém teve quando fez aquilo, provando que pessoas são diferentes e nem sempre a mesma atitude gera a mesma situação, somos motivados por coisas diferentes...
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arthur966 23/05/2021

quem pode dizer se os sentimentos que registra no papel são seus verdadeiros sentimentos? [...] se a arte dele tiver que provir do lado mais desprezível dele, que seja.

me identifiquei muito com o john em infância e agora me identifiquei com ele crescido em juventude (não eu também não acho isso uma coisa boa).
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@Marverosa 10/04/2021

Raiva deste personagem
Narrador muito bem construído.
Intensas reflexões do narrador- personagem.
Raiva da inatividade dele, dos prenúncios não realizados. Fiquei com vontade de ler o próximo pra saber se ele muda.
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Nat 13/11/2020

Continuando com os relatos de sua vida, desta vez Coetzee fala de sua juventude de maneira mais sentimental (talvez isso se deva ao fato dele relatar sobre sua saída de casa para a Inglaterra na década de 60 e a falta de pertencimento que o leitor percebe do narrador). O livro é pequeno, relatando acontecimentos normais e não tão significativos, mas o melhor é perceber como pano de fundo alguns dos acontecimentos mais importantes do século XX (como a Guerra do Vietnã). Como o primeiro livro, completamente indicado.

site: http://ofantasticomundodaleitura.blogspot.com/2020/11/juventude-j-m-coetzee-dll-2020.html
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Mario Miranda 15/05/2019

Prosseguindo o projeto literário de narrar sua própria biografia, com detalhes ficcionais, iniciado em "Infância", Coetzee prossegue a narrativa de sua história, aqui iniciando durante a sua graduação em Matemática, até a sua imigração para a Inglaterra, nos anos 60.
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Com uma narrativa concisa - o livro possui apenas 163 páginas - e sentimental, Coetzee narra as suas dúvidas entre dedicar a sua vida profissional como Programador Computacional e o seu desejo em dedicar-se exclusivamente à Literatura, especialmente a Poesia.
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Um dos fatos mais interessantes da narrativa é envolver alguns dos fatos mais importantes do Século XX enquanto ele iniciava a sua carreira profissional, como A Crise dos Mísseis em Cuba, As primeiras manifestações contrárias ao Apartheid, a Guerra do Vietnã.
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Para os que apreciam a Auto-Ficção, gênero que tem ganhado cada vez mais espaço na Literatura mundial, graças tanto a obras clássicas, como as de Pagnol em “Lembranças da Infância” - dos quais os dois primeiros da Tetralogia, “A Gloria do meu Pai” e “O castelo de minha mãe” foram traduzidos para o português - bem como a coleção contemporânea “Minha Luta” de Knausgard - principalmente a quarta obra, “Uma Temporada no Escuro”, que narra o esforço de Knausgard em desenvolver sua capacidade de escrita .

site: https://www.instagram.com/marioacmiranda/?hl=pt-br
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wesley.moreiradeandrade 11/01/2017

Com Juventude, J. M. Coetzee dá continuidade à trilogia autobiográfica iniciada por “Infância” e que se encerra com a publicação de “Verão”. Desta vez acompanha a trajetória do jovem Coetzee, recém-formado em Matemática, que decide morar em Londres. Lá passa a trabalhar como programador para a IBM e envolve-se com algumas mulheres, porém seu plano principal é tornar-se um poeta e este desejo pauta suas escolhas na capital inglesa, até mesmo de sair do atual emprego, correndo o risco de ser deportado de volta à África do Sul, caso permaneça desempregado por muito tempo. Enquanto isso, Coetzee desenvolve, sem muita empolgação, um trabalho de mestrado sobre o escritor Ford Madox Ford e tem relacionamentos esporádicos e desastrados que apenas revelam sua falta de tato com o sexo oposto. São poucos os acontecimentos (ele vai ao cinema, à livraria, visita bibliotecas, tem algumas amizades e flertes) e os conflitos acontecem mais internamente, pela psicologia do personagem. Neste romance o que vale é a observação do protagonista, através de certa frieza do narrador, que, em terra estrangeira, nunca tem por completo o sentimento de pertencimento ao local. Nada o livra da condição de imigrante, um número a mais na população londrina. É neste desconforto territorial que Coetzee consegue ser preciso, no modo de retratar o estrangeiro e como ele é enxergado pelo cidadão inglês, transitando a prosa entre um humor involuntário e a melancolia. Ao mesmo tempo o protagonista não sente-se apegado às suas origens (nem a sua mãe que manda-lhe diversas cartas), sequer pretende retornar um dia à terra natal, tornando-se um verdadeiro expatriado dos dois lados (na África do Sul e na Inglaterra), mesmo sabendo que parte do problema pode estar nele mesmo. "Juventude", como narrativa, não tem o mesmo brilho do ponto de vista de uma criança em “Infância”, como se o personagem crescesse e ficasse mais desinteressante (apesar do seu amor à literatura e seu desejo de tornar-se poeta). Resta saber agora como Coetzee conclui a sua trilogia.


site: https://escritoswesleymoreira.blogspot.com.br/2015/01/na-estante-29-juventude-j-m-coetzee.html
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Diego361 19/01/2016

Há de se ter talento para solidão
Como para muita gente, chama a atenção o estilo seco e frio a respeito do que se escreve.
O livro "Infância" tinha me tocado de uma maneira estranha, por isso fiz questão de ler "Juventude".

É um dos melhores livros que já li. A todo momento, durante a leitura, eu jogava para mim e refletia sobre a minha vida, os meus fracassos, a minha inabilidade social e a minha incompetência pessoal, na medida que Coetzee contava (de forma seca, crua, fria e impiedosa) a respeito de si mesmo. E assim as identificações apareciam. E dessas identificações e insights a respeito de si próprio, veio o desejo de mudança e de melhora em alguns aspectos meus. De certa forma, acho que consegui alguma coisa. Por isso, esse é um livro que considero "terapêutico".

Quando falo sobre ele, não o recomendo a todos porque para lê-lo considero que a pessoa tem que ter certa habilidade para a solidão e para a depressão (Coetzee usa um desses dois termos para dizer de si mesmo, não me lembro qual).

Digo para solidão porque o interessante seria uma pessoa que sabe curtir muitos momentos a sós (e não precisa sempre de companhia para ir ao cinema ou a um restaurante) e se depara com a vida solitária de Coetzee, que muitas vezes se mostra autossuficiente. E certo cuidado para a depressão porque o livro é pesado, mais que "Infância" e, repito, pelo estilo seco e rígido de Coetzee escrever sobre si mesmo.

A parte mais reconfortante é o final, pela amizade com o colega de trabalho (também estrangeiro) quando nos dá a impressão de abertura para a sociabilidade e menos solidão no mundo.
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jota 08/08/2012

Retrato de um artista quando jovem
Depois de Infância e antes de Verão, Juventude é o segundo livro da trilogia Cenas da Vida na Província. Aqui, John Maxwell (J. M. Coetzee) tem dezenove anos e estuda matemática pura.

Envolve-se com a enfermeira Jacqueline, mulher dez anos mais velha que ele, que se muda para sua casa, mas a convivência diária tumultua a vida dos dois. Jacqueline vai embora (acha que John dá mais importância à arte do que a ela) mas volta ali de vez em quando para fazer sexo.

Sua faculdade não permite que estude uma única disciplina, então ele faz cursos de latim, grego, história, literatura inglesa, etc. Decidiu que vai ser artista, escritor talvez. A certa altura ele diz (lembrando que não tratou muito bem a amante): "artistas não precisam ser pessoas moralmente admiráveis. Tudo o que interessa é que criem grande arte."

Mas John não acredita que possa atingir seus objetivos num país atrasado como a África do Sul, racista ainda por cima. Também quer escapar do amor sufocante da mãe dominadora e de um pai pouco exemplar. Parte para Londres, onde pretende trabalhar e estudar. São os anos 1960 já.

Recusa diversos empregos, depois aceita trabalhar como programador de computadores na IBM, onde pensa poder aplicar seus conhecimentos matemáticos. Mas a coisa não era nada do que imaginava e sim altamente rotineira e aborrecida.

Envolve-se com várias garotas mas quase sempre conclui que é melhor estar sozinho. Não consegue fazer amigos com facilidade, nem no próprio trabalho. Vai a museus, vê filmes, lê, tenta escrever poesia. Mas esconde isso de todos. No entanto, envia algumas delas para um amigo na cidade do Cabo, que as publica.

Dá-se conta que já está com vinte e quatro anos e não é nada. Veio para Londres em busca de poesia, romance, encontrar seu caminho no mundo e nada disso aconteceu. E conclui, mais ou menos assim: Não existem programadores de computador com mais de trinta anos. Com essa idade a pessoa vai fazer outra coisa na vida. Ou então se mata...

Juventude é mais amargo do que Infância, não tem assim tanto humor, mas mantém nossa atenção o tempo todo, mesmo que saibamos que J. M. se tornará um grande escritor um dia.

Coetzee, escrevendo seca e duramente, nos conta tudo acerca desse tempo com uma clareza que não deixa dúvidas quanto ao seu imenso talento para escrever histórias. No caso, a sua própria.

Lido entre 06 e 08.08.2012.
Luhhh ^___^ 29/06/2013minha estante
Legal!
Eu não sabia que esse livro fazia parte de uma trilogia e tb ñ sabia que era um livro autobiográfico de Coetzee.




Alessandro 24/11/2011

Juventude
Juventude, do sul-africano J. M. Coetzee, é um livro que inevitavelmente entra na clássica definição dos romances de formação. No entanto, subvertendo as fórmulas comumente empregadas nesse gênero, não apresenta episódios espetaculares ou um daqueles acontecimentos epifânicos, capazes de revelar a John, o protagonista, o sentido da vida. Bem pelo contrário. Neste romance autobiográfico, John, estudante sul-africano recém formado em matemática e aspirante à poeta, essencialmente faz isso: aspira. À própria vida, à uma paixão avassaladora, a instantes quaisquer que o livrem do marasmo de um cotidiano onde nada parece corroborar para o seu sonho de escritor. Nesta tentativa, vai para Londres. Como um estrangeiro, no entanto, é um ente entregue somente à sua sorte, que pulula em empregos como programador, tentando sobreviver à insensibilidades destes e procurando encontrar identificação com um país que não é o seu? Mas o que é seu, então? A África do Sul, distante, é um país do qual não lhe interessam nem as notícias que sua mãe lhe envia nas constantes cartas preocupadas. O conflito racial que o regime do apartheid repele com violência, não lhe preocupa, tão distante (e insensível?) é John dos problemas da sua nação de origem.

No meio de Juventude, escrito um pouco antes de Coetzee ganhar o Nobel, John por vezes comove, por outras, irrita. É um ser inseguro, imaturo, indiferente. De um alheamento que o faz quase autista, esperando que lhe caia no colo, romanticamente, o dom, o poema que identificará no mesmo segundo como digno de ser aprovado por Pound, sua referência máxima. Assim como espera que lhe caia a paixão em forma de uma mulher que lhe faça vibrar, desejar, e não através das tantas que trata com descaso, desconsideração – um desinteresse e uma frieza tais que por vezes permeiam a misoginia:

Sua própria explicação para os fracassos no amor, agora velha e cada vez menos confiável, é que ainda tem de encontrar a mulher certa. A mulher certa enxergará, através da superfície opaca que ele apresenta ao mundo, as profundezas interiores, a mulher certa destravará as intensidades ocultas de paixão dentro dele. Até a chegada dessa mulher, até o dia destinado, ele está só passando o tempo. Por isso Marianne pode ser ignorada.

Leituras, vivências, experiências, paixões. Em Juventude, Coetzee não responde à nenhuma destas questões. O que sobram são indagações. De um poeta que não sabe como se construir para alçar o panteão dos "abençoados". Que adia o momento de pôr no papel os versos que têm em mente com o mesmo desespero com que empurra de sua vida a menina de quem tira a virgindade. John, em essência, é um passivo. Um romântico esperançoso da glória que se deixa arrastar, frustrado mas incapaz de mover uma palha para modificar seu destino ou acalentar algum interesse sequer com paixão. A própria bolsa de mestrado que ganha, na qual escolhe estudar Ford Madox Ford, é uma burocracia a mais, tão somente, tal qual os cartões perfurados no seu emprego-bovino como programador de computador em uma Londres dos anos 60. Tal qual a rotina preguiçosa do pão com linguiça frita a cada jantar.

Narrado em terceira pessoa, Juventude é escrito com precisão, em estilo conciso, seco, quase ingênuo na forma como formula as questões através da voz de John, e da forma como John acha que se tornará escritor. O motivo de sua mudança para Londres não é outro senão submergir nas profundezas, vendo-se ainda mais estático e limitado na Cidade do Cabo. No entanto, não é a mudança que lhe fará bem sucedido nos intentos que ele desconhece como se armam:

Há mais coisas na história infeliz, porém, do que a mera vergonha. Veio a Londres para fazer o que é impossível na África do Sul: explorar as profundezas. Sem descer ao fundo, ninguém pode ser artista. Mas o que exatamente é esse fundo? Achara que caminhar pelas ruas geladas, o coração amortecido de solidão, era estar no fundo. Mas talvez o verdadeiro fundo seja diferente e venha de forma inesperada: numa chama de perversidade contra uma garota nas primeiras horas da manhã, por exemplo. Talvez a profundeza onde quer mergulhar tenha estado dentro dele o tempo todo, encerrada em seu peito: a prundeza da frieza, da insensibilidade, da calhordice. Dar rédea solta a seus pendores, a seus vícios, e depois atormentar a si mesmo, como faz agora, ajuda a qualificá-lo para ser um artista? Não consegue, neste momento, ver como?

O maravilhoso nesta obra de Coetzee, no entanto, está exatamente na frustração: tanto na de John, que frustra sonhos e anseios por covardia própria, como na frustração de expectativas do leitor, que não encontra nenhum manual de vivência, nenhuma bóia a que se agarrar, nenhum guia de formação do escritor, nenhum acontecimento espetacular que vá fazer com que John acorde para o que tanto deseja. Não. O que há em Juventude são os relatos da "província" (Juventude é o segundo romance que compõem as Cenas da vida na província, iniciadas com Cenas de uma vida) de uma vida comezinha, besta, limitada. Se John se deixa levar tão somente para a burocracia de um emprego como programador, que lhe provém o bom salário e uma casa financiada que terminará de pagar em quinze anos, certamente estará distante do seu intento de ser um escritor, livre, à mercê das experiências que certamente o formarão:

Por outro lado, pode fazer as pazes com esse mundo, como vê os homens à sua volta fazerem, um a um: contentando-se com o casamento, com uma casa e um carro, contentando-se com o que a vida tem de realista para oferecer, mergulhando as energias no trabalho. Fica mortificado de ver como o princípio de realidade funciona bem, como, levado pela solidão, o rapaz com espinhas se contenta com a menina de cabelo opaco e pernas pesadas, como todo mundo, por mais improvável que seja, acaba encontrando um par.

Mas, se não sabe como obter as experiências que forjarão seu destino, ou se é covarde demais para isso, (É incompetente demais para levar uma vida de fora-da-lei, comportado demais, medroso demais de ser pego. ) que rumo lhe cabe? A mediocridade? O meio-termo, a insatisfação inacabável com a condição que tem e que, afinal de contas, jamais fará absolutamente nada para modificar.
Luhhh ^___^ 29/06/2013minha estante
Eu estou no comecinho ainda, mas adorando o livro. A escrita é leve, nada de frufru, e ainda assim é de uma beleza cativante.Gostei dessa comparação:"Tal qual a rotina preguiçosa do pão com linguiça frita a cada jantar." =D


Alessandro 01/07/2013minha estante
Ótimo livro, como praticamente tudo o que Coetzee escreve. Li há bastante tempo, mas ainda é um livro ao qual sempre retorno. Direto e seco. Vale muito a pena ler, se ainda não leu, "Infância", que faz um arco com este "Juventude". Abç!




Marcela Kühn 10/04/2010

Genial,
Como qualquer poeta deve se sentir fora do peso do mundo, das influência, da paixão pela poesia, pela escrita. Ser jovem e querer escrever é saber esperar, é saber que algum dia seu lugar aparecerá.
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Márcio Tigre 15/01/2010

Sempre tive curiosidade em saber como um ganhador do Prêmio Nobel escrevia.
Isso a principio me incentivou a procurar alguma coisa do Coetzee para ler.
Esperava algo diferente, uma escrita fantástica, e admito não me desapontei.
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