Nova York 2140

Nova York 2140 Kim Stanley Robinson




Resenhas - Nova York 2140


14 encontrados | exibindo 1 a 14


Gustavim Barros 29/02/2024

Péssimo
Acho que o pior livro que eu já li na minha vida! Chato, chato, chatooooo! Terminei na força do ódio. Dinheiro completamente jogado fora!
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Cleber.Laia 27/02/2024

Um novo velho mundo
Sim conseguimos chegar em novo nível com efeito estufa, muita poluição e alteração do ecossistema... Isso veio com muitas implicações para o arranjo social e no final o mais podres pagaram a conta, será uma profecia!?
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Diagora.Liara 30/12/2023

Livro não acaba nunca
Li o livro na força da teimosia porque foi presente! A história poderia der ótima, mas é muito mal desenvolvida! Livro não tem ritmo de leitura, é extremamente cansativo!
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Deborarr 24/09/2021

um dos meus favs
Kim Stanley Robinson foi sem dúvidas genial nesse aqui, abordando assuntos muito importantes como o aquecimento global. Traz a visão de como as coisas poderiam ser em 2140, depois que as calotas polares tivessem derretido bastante.
Mas nem só de aquecimento global vive Nova York 2140... temos romance, caça ao tesouro, sequestro, economia mundial e política também.
É uma escrita bem diferente e no começo você fica um pouco perdido porque o livro não é narrado do ponto de vista de um único personagem (tem mistura de 1° e 3° pessoa também). É meio complicado para entender, mas depois que você entende o livro se torna muitooo interessante.
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Paulo 23/04/2021

Sempre falamos sobre os perigos do aquecimento global e do descongelamento das geleiras. O que estes eventos podem acarretar e como a sociedade pode se desfazer diante de mudanças radicais. Kim Stanley Robinson decidiu pensar além. Digamos que o aquecimento global tenha passado e reformulado a dinâmica econômica global. Somos colocados em uma Nova York submersa, quase uma Veneza da América do Norte. Com problemas sociais resultantes desta mudança súbita, as pessoas agora habitam os grandes arranha-céus que se tornaram praticamente pequenas aldeias habitadas por milhares de pessoas. Passíveis de especulações financeiras e imobiliárias, os moradores do Metlife vivem suas vidas enquanto buscam caminhos para um novo mundo. Só que o surgimento de um comprador desconhecido disposto a oferecer bilhões para adquirir o prédio vai provocar uma série de pequenos acontecimentos.

É fato de que eu sou um fã de carteirinha do Kim Stanley Robinson. O considero uma das mentes mais criativas sobre os rumos do planeta e sobre o meio ambiente em geral. Aqui no Ficções vocês encontram resenhas sobre Aurora, uma história sobre uma nave geracional que está se dirigindo a Tau Ceti para iniciar uma colônia em outro planeta, e Red Mars, a história da colonização e da exploração de Marte. Mas, admito que a escrita do autor pode representar um desafio a leitores menos acostumados com ficção científica. Isso porque Kim Stanley Robinson realiza sempre uma pesquisa profunda em seus livros sobre os temas mais variados. Por exemplo, aqui ele trabalha com os temas da especulação imobiliária, o mercado de ações (e os fundos de investimento futuros) e como o aumento das marés criou toda uma região de desenvolvimento a partir de zonas afetadas pelas ondas do mar (intertidal zones). Pensem em uma Nova York afundada, que não explora mais combustíveis fósseis e precisou arranjar meios para ligar os arranha-céus a partir de pontes aéreas que se cruzam e interconectam. É semelhante ao que Andy Weir fez em Perdido em Marte: uma história que, apesar de conter muita especulação futurista, mantém os pés no chão no que diz respeito a ciência.

A narrativa usa a ferramenta dos Pontos de Vista (POVs). Cada personagem tem seu próprio caminho a percorrer na narrativa, que pode ou não se interconectar eventualmente com as dos demais personagens. Se formos pensar a fundo, o próprio Metlife é o protagonista da história com as vidas dos núcleos narrativos acontecendo como satélites orbitando ao seu redor. Alegrias, descobertas, amizades, dramas rondam o prédio com estas histórias se sobrepondo à própria existência do edifício. O final pode ser bem dramático e reflexivo para alguns leitores e demonstrar que algumas histórias podem atravessar gerações. A voz narrativa possui diferentes formatos de acordo com que personagem está direcionando aquele capítulo específico. Franklin Garr possui uma história contada em primeira pessoa, algo que se coaduna com a sua própria personalidade, narcisista e pouco humilde. Mutt e Jeff tem em seus capítulos muitos diálogos, praticamente sem nenhum parágrafo de respiro. Ou um personagem misterioso chamado simplesmente de Um Cidadão, que conta as mudanças sofridas por aquele mundo enquanto tece críticas sobre o passado e o presente. Seus trechos sempre são bastante descritivos, comentando sobre fatos e elucubrações.

Os personagens possuem bons arcos narrativos e tem o seu tempo para brilhar na história. É óbvio que alguns deles terão histórias que serão mais identificáveis para alguns leitores do que para outros. Particularmente eu curti mais as narrativas da Charlotte e dos dois garotos, Stefan e Roberto. Mas, nenhuma delas é chata ou arrastada. Até porque os capítulos são bem curtinhos com no máximo tamanhos entre 12 e 16 páginas. Outro elemento interessante é que existem desenvolvimentos em algumas das histórias que irão interferir no dos outros. Ou até participação de mais de um núcleo narrativo em determinado momento. E nada disso parece forçado. Quando algo precisa acontecer, determinados personagens farão uma participação caso sejam necessários. Sequer é formada uma "panelinha" de personagens, embora alguns se identifiquem mais com outros. Por exemplo, o mesmo Franklin é um personagem que prefere ficar na dele, tendo seus próprios objetivos e interesses. Só que ele acaba sendo acidentalmente envolvido na aventura vivida pelos dois meninos. O autor não deixa furos no enredo, apesar de ele deixar algumas coisas em aberto.

Quero comentar sobre alguns temas como o da proteção das espécies animais em um mundo menor. Amelia é uma espécie de influencer ativista. Ela tem um programa veiculado nas redes sociais onde ela faz lives sobre os animais que ela realoca para outros lugares. Para gerar audiência, Amelia faz loucuras que funcionam como click bait como resgatar pássaros no topo de uma árvore enquanto está nua para gerar mais audiência. Ou brincar com ursos polares em roupas mínimas. Isso gera burburinho ao mesmo tempo em que chama a atenção para os animais que ela procura resgatar. Ela entende que é um sacrifício necessário em prol de um objetivo maior. Mas, quando ela se torna alvo de uma organização formada por extremistas puristas, que entendem que os ecossistemas devem se manter puros e criticando o ato de realocar animais, Amelia terá muitas tristezas e desilusões. Principalmente quando os animais que ela desenvolve uma amizade são mortos por esses extremistas. A reflexão que fica durante a sua narrativa é como proteger espécies em perigo de extinção? Ao colocar esses animais em outros ecossistemas, não estamos bagunçando o equilíbrio ambiental? Devemos ficar parados observando a morte deles?

Outra temática importante é a da especulação de capital. Temos várias discussões bem complexas sobre como o capital se tornou algo flutuante. Franklin debate sobre como o dinheiro se tornou apenas dados sobre uma tela, e não mais algo tão físico. Trilhões são negociados todos os dias e não há liquidez suficiente para que eles funcionem dessa forma. Até mesmo detalhes sobre o crash financeiro de 2008 onde as pessoas pediam empréstimo sem ter como pagar de volta aos bancos bagunçou a vida de centenas de bancos nos EUA que quase quebraram em cascata. Alguns dos questionamentos de Franklin são bem curiosos, como o fato de os governos terem perdido espaço e poder decisório diante do crescimento cada vez maior de empresas e bancos. Uma das grandes confusões ocorridas na narrativa tem a ver com um pequeno vírus introduzido por dois personagens que retirava margens mínimas financeiras de todos os fundos financeiros globais e enviava o que foi retirado a um fundo social. Algumas das discussões vão parecer incompreensíveis, mas sejam pacientes que o objetivo vai ser explicado mais à frente da história.

Já outras histórias terão um fundo mais pessoa como o núcleo formado por Stefan, Roberto e o velho senhor Hexter. Juntos eles estão atrás do tesouro do velho navio Hussar, um grande navio inglês afundado no século XVIII que dizia conter moedas de ouro e ele estaria em algum lugar no Bronx. Uma espécie de lenda urbana que vários mergulhadores já tentaram encontrar ao longo da história, mas nunca conseguiram. Os dois garotos estão ajudando o velho Hexter a encontrar o tesouro. Mas, eles fazem isso sem o treinamento apropriado e usando instrumentos improvisados. Já Hexter é um senhor que mora em uma casa próxima demais da costa afundada da cidade. Os dois garotos são órfãos, não tendo nenhum tipo de guarda legal ou família. O mesmo pode ser dito do senhor que vive em uma casa improvisada. A conexão entre os três é explorada amplamente ao longo da narrativa e a gente começa a entendê-los como um tipo de família improvisada e que cuida um do outro. O carinho que os meninos sentem pelo velho senhor é tocante.

No meio de tudo isso, temos o desaparecimento de Jeff e Mutt, dois especialistas em análise de dados de fundos de investimento que desenvolvem um algoritmo que vai afetar todo o sistema financeiro global. Mas, alguém dá um jeito de sumir com eles e os colocam em algum lugar indefinido. Lá eles passarão por momentos de medo e estranhamento sobre qual será o destino deles. Caberá à inspetora Gen investigar o desaparecimento enquanto vai aos poucos descobrindo que existe mais por trás do sequestro dos dois analistas do que parece em um primeiro momento. Algo que envolve até mesmo o próprio edifício Metlife. Como vocês podem ver, a narrativa é riquíssima tanto em construção de mundo (gente... tem ilhas flutuantes onde pessoas praticam agricultura), desenvolvimento de temáticas sensíveis e personagens carismáticos. Essa é a fórmula de um livro acima da média escrito por um autor experiente, conhecedor daquilo que está apresentando. E que vai fazer você leitor refletir sobre o seu papel em um mundo em uma mudança climática e ambiental em estágio avançado.

site: www.ficcoeshumanas.com.br
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Mialle @mialleverso 16/02/2021

Muito cenário, pouca história
Em Nova York 2140 o aquecimento global foi muito real e o nível dos mares subiu terrivelmente e inundou Nova York, mas aqui a vida segue numa das maiores cidades do mundo enquanto o livro acompanha um sem número de personagens.

Eu não gostei nadinha do livro. É uma coisa bem interessante isso da cidade sobreviver e continuar como uma das mais relevantes mesmo com grande parte submersa, passarelas ligando prédios, barcos por todo o lugar etc, mas eu acredito que o autor pensou muito num cenário bacana e esqueceu de escrever uma história.

Os personagens são muitos e bem diferentes entre si e logo estão unidos numa amizade difícil de acreditar, muitos arcos de histórias pouco interessantes, um narrador que me fez revirar os olhos mais que tudo e um final que me pareceu meio bobo.

Passagens enormes e sem fim sobre a geografia de Nova York, sobre o sistema financeiro e sobre o passado de Nova York, crises econômicas etc. Existem arcos e momentos bons, mas eles ficam perdidos no meio do tédio geral que senti no livro.

Gostei da mensagem que o livro passa, mas também acho que foi bem inocente da parte do autor colocar as coisas como ele colocou, então não gostei tanto assim.

Ainda assim recomendo ler o livro já que as opiniões foram muitas e várias pessoas discordaram da minha e amaram o livro.
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Davenir - Diário de Anarres 26/01/2021

Recomendo para todos que querem pensar o futuro e o presente
"Nova York 2140" é a primeira obra de Kim Stanley Robinson a ser traduzida para terras tupiniquins. O autor estadunidense é consagrado pela sua trilogia sobre Marte (Red Mars, Blue Mars e Green Mars) que ainda não tem tradução no Brasil.

A obra é uma verdadeira colcha de retalhos multicultural de uma Nova York do futuro onde as histórias se cruzam várias vezes numa rede que por fim acaba contando a história da própria cidade num período turbulento. Tudo isso em meio a um cenário onde aquela geração teve de lidar com as consequências catastróficas do derretimento parcial das calotas polares. O suficiente para aumentar cerca de 15 metros o nível do mar, inundando a baixa Manhattan e invariavelmente danificando ou destruindo todas as cidades costeiras do planeta.

Não se trata de um livro pós-apocalíptico, como poderia-se esperar, e sim de como as pessoas ainda conseguem toca a vida apesar de tudo. Mostra as novas tecnologias que mantém os prédios protegidos da degradação da água, experimentos comunitários dos prédios, como o capitalismo lidou com a crise das áreas alagadas, como vivem nas áreas mais pobres. Enfim, o autor usa vários personagens para compor uma ideia de como seria essa Nova Iorque do futuro, caótica, perseverante e sobrevivente. O autor opta por um equilíbrio entre a distopia pintada pelas mudanças climáticas e a utopia quando nos dá esperanças de um futuro melhor. Sem nenhum exagero em cada elemento, essa opção deixa a história extremamente palpável soando muito verdadeira. O autor constrói a história de forma calma e por personagens críveis, pessoas comuns. Passando da policial linha dura a dois pivetes que cresceram nas ruas. De uma influenciadora digital ecológica a um investidor da bolsa de valores. Ainda passando por um sombrio síndico Sérvio-croata e uma advogada sindicalista de um prédio onde moram todos esses personagens, o Met. O autor não se poupa de colocar suas preocupações ambientais, presentes na própria especulação e preocupações políticas, quando aborda a especulação imobiliária e a característica predatória e gananciosa do capitalismo de mercado.

O leitor pode estranhar tantas histórias iniciadas, principalmente na primeira parte e adicionadas pela presença de um locutor que fala diretamente com o leitor, o "cidadão", mas essas vozes tem a mesma função da escolha do autor de uma cidade tão cosmopolita: Nova Iorque como representante de todo o planeta e aquele punhado de cidadãos como representantes daquela cidade. O resultado é o que o autor chama de "comédia dos comuns", cidadãos comuns contanto uma história com personalidade e cheia de verdade, dentro de uma especulação muito consistente. Vale a leitura!

site: http://wilburdcontos.blogspot.com/2020/06/resenha-136-nova-york-2140-kim-stanley.html
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Alan (@coracaodeleitor) 03/03/2020

Muito interessante
Hoje vamos conversar sobre um livro lançamento da @planetadelivrosbrasil pelo selo @planetaminotauro que se chama "Nova York 2140" e é descrito como uma distopia e utopia, vou já explicar.

No futuro as previsões dos cientistas se concretizaram e o aquecimento global fez as calotas polares derreterem elevando os níveis das águas e submergindo vários espaços de terra, incluindo é claro a magnífica cidade de Nova York.

Mas a humanidade não se deu por vencida, pelo contrário, a humanidade se adaptou e vive como se o mundo sempre tivesse sido assim, pelo menos para as pessoas daquela cidade. E as ruas se tornaram canais e os prédios de arquiteturas altíssimas se tornaram a moradia e espaços recreativos dos cidadãos.

Porém a humanidade também mudou com essa nova realidade e o homem tem outros interesses.

O livro acompanha vários personagens vivendo e seguindo pelos caminhos dessa nova cidade adaptada, mas além de uma aventura o livro pareceu muito pra mim como um alerta. Como algo não muito distante de nossa realidade.

O autor pega dados e ações realistas para enriquecer sua história o que deixa tudo mais crível e envolvente.

Agora um dos pontos altos pra mim foi a explicação do funcionamento da cidade no atual estado, como eles conseguiram voltar a ter uma vida "normal" e tudo que foi feito para isso. Realmente o autor criou um local único.

O livro possui também toda um rede de intrigas e interesses que deixam a história interessante além de uma simples aventura. Única coisa que retiraria são alguns momentos maçantes que deixam a história um pouco mais lenta mas que não chegam a prejudicar o enredo.

É um livro muito bom para fãs de ficção e distopia/utopia.
Chelsea.Archer 09/05/2020minha estante
To doida pra ler esse livro! Desde que foi lançado me apaixonei pela sinopse.




AndyinhA 28/02/2020

Trecho de resenha do blog MON PETIT POISON:

Nova York 2140 retrata uma possível realidade, onde os níveis dos oceanos aumentaram tal ponto que as cidades costeiras viraram ‘novas Veneza’. E para contar essa história, o autor mostra uma grande torre – Met, onde seus muitos moradores moram, comem, plantam e seguem suas vidas. Ele escolhe falar de um certo número – 8 pontos de vista no total, sendo os mais variados em tipos, profissões e vida.

Eu adoro uma narrativa com vários pontos de vista, porém, aqui não funcionou. Acredito que por 2 motivos – eram muitos personagens e suas histórias eram completamente diferentes. Sim, existe o local onde moram como pano de fundo, mas as histórias são esparsas demais e a narrativa não é cativante.

Outro ponto é a parte histórica, a história mistura um pouco de realidade e ficção, então ela conta coisas que aconteceu na nossa linha do tempo, mas intercala com coisas que não fazem sentido (entendo ser a parte ficção), mas o autor não deixa isso claro, a explicação história dos “Pulsos” ou quando, onde e como os níveis foram aumentando, ficou muito a desejar. Confesso que em determinado momento, larguei isso de mão para me estressar menos e não abandonar a leitura.

Para saber mais, clique:

site: http://www.monpetitpoison.com/2020/02/NYPoison.html
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douglaseralldo 19/12/2019

10 CONSIDERAÇÕES SOBRE NOVA YORK 2140, DE KIM STANLEY ROBINSON OU SOBRE AQUELE 1% DA TIRANIA
1 - Entre o populismo e a revolução, Nova York 2140 é uma ficção científica que resume não apenas estes tempos, mas também realiza projeções que tentam se equilibrar entre a utopia de persistência e resistência humana e a distopia marcada pela escalada das desigualdades sociais em um mundo controlado pelo 1% dos mais ricos do mundo. Nisso é um livro que a despeito de ser sobre Nova York, reforça a metáfora de mundo, cuja metrópole é um vértice em que todos os problemas do globo estão presentes, e, quem sabe, algumas soluções;

2 - Como podemos depreender pelo próprio título, o livro avança ao futuro, um futuro não muito distante em termos históricos. Nos leva a 2.140, época em que todas as cidades costeiras do mundo estão resistindo e tentando se reerguer após dois grandes colapsos causados pelo aquecimento global e o aumento das marés. Nessa nova realidade a metrópole é uma super-Veneza que dá lugar a barcos em vez de carros e a pequenos feudos que se tornaram as torres que resistiram à inundação. Nessa levada adiante da cidade o que não mudou em nada ao passado foi a desigualdade alarmante entre ricos e pobres que segue prenunciando um gigantesco colapso social;

3 - Dito isso seria de se pressupor que temos aí um romance de notas ecológicas tão somente, o que não é o caso, embora a mensagem esteja presente. Mas antes de tratar do que seja talvez a centralidade da discussão acerca da leitura da obra, de antemão é preciso dizer do caráter polifônico e biográfico do livro. Biográfico porque algumas das vozes da narrativa terão ainda mais cuidado quanto a biografia da cidade, seja a ficcional do entre-tempos do presente [data de hoje] e o tempo da narrativa, bem como uma biografia da cidade, especialmente de seus acontecimentos nos Séculos XX e XXI em seus primórdios. E polifônico porque além da fragmentação das vozes narrativas intercambiantes, também pelo acréscimo de vozes da cultura que têm retratado Nova York ao longo dos tempos, seja no cinema, literatura, música, etc.;

site: http://www.listasliterarias.com/2019/12/10-consideracoes-sobre-nova-york-2140.html
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douglaseralldo 19/12/2019

10 CONSIDERAÇÕES SOBRE NOVA YORK 2140, DE KIM STANLEY ROBINSON OU SOBRE AQUELE 1% DA TIRANIA
1 - Entre o populismo e a revolução, Nova York 2140 é uma ficção científica que resume não apenas estes tempos, mas também realiza projeções que tentam se equilibrar entre a utopia de persistência e resistência humana e a distopia marcada pela escalada das desigualdades sociais em um mundo controlado pelo 1% dos mais ricos do mundo. Nisso é um livro que a despeito de ser sobre Nova York, reforça a metáfora de mundo, cuja metrópole é um vértice em que todos os problemas do globo estão presentes, e, quem sabe, algumas soluções;

2 - Como podemos depreender pelo próprio título, o livro avança ao futuro, um futuro não muito distante em termos históricos. Nos leva a 2.140, época em que todas as cidades costeiras do mundo estão resistindo e tentando se reerguer após dois grandes colapsos causados pelo aquecimento global e o aumento das marés. Nessa nova realidade a metrópole é uma super-Veneza que dá lugar a barcos em vez de carros e a pequenos feudos que se tornaram as torres que resistiram à inundação. Nessa levada adiante da cidade o que não mudou em nada ao passado foi a desigualdade alarmante entre ricos e pobres que segue prenunciando um gigantesco colapso social;

3 - Dito isso seria de se pressupor que temos aí um romance de notas ecológicas tão somente, o que não é o caso, embora a mensagem esteja presente. Mas antes de tratar do que seja talvez a centralidade da discussão acerca da leitura da obra, de antemão é preciso dizer do caráter polifônico e biográfico do livro. Biográfico porque algumas das vozes da narrativa terão ainda mais cuidado quanto a biografia da cidade, seja a ficcional do entre-tempos do presente [data de hoje] e o tempo da narrativa, bem como uma biografia da cidade, especialmente de seus acontecimentos nos Séculos XX e XXI em seus primórdios. E polifônico porque além da fragmentação das vozes narrativas intercambiantes, também pelo acréscimo de vozes da cultura que têm retratado Nova York ao longo dos tempos, seja no cinema, literatura, música, etc.;

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