Uma questão pessoal

Uma questão pessoal Kenzaburo Oe




Resenhas - Uma questão pessoal


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Gabriel.Lima 31/03/2024

Toca Radiohead
Tem ritmo, o japonês. Dou 4 estrelas porque, confesso, dormi durante a leitura. Porém, tudo que li até cochilar a primeira vez era muito bom; o sono bateu quando ele recebeu um flerte de um travesti. Não sabia que no Japão tinha travesti assim na rua, como tem aqui na Av. Otávio Mangabeira. Doidera. Depois do primeiro cochilo, acordei na hora que ele tava na ambulância (ou indo pra ambulância, algo assim). O filho dele tem ernia no cérebro. Aí pensei, "parece um clipe de Radiohead", e dormi. Acordei de novo quando ele estava falando com uma colega de faculdade. Ele meio que tinha amigavelmente cometido um crime sexual contra ela. Ficou naquela dimensão meio cinzenta. Era uns papos de putaria, mas tudo comedido, seco, sem dar muita margem pra freud. Resisti, mas comecei a viajar imaginando aquelas sacanagens no Japão, quando vi, dormi. Acordei no final, ele falando algo que não lembro sobre o filho. Aí pensei, "Apanhador no Campo de Centeio japonês". Acho que é isso. Talvez com um prisma moral invertido, mas com a mesma estrutura. Pensei em ler de novo, dessa vez sem dormir; mas "neh, vou ler de novo 🤬 #$%!& nenhuma".
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Leila 16/08/2023

Uma Questão Pessoal é uma obra intensa e perturbadora escrita pelo renomado autor japonês Kenzaburo Oe. Ao contrário de algumas narrativas que buscam agradar ao público por meio de personagens carismáticos e enredos envolventes, este livro mergulha de forma profunda e desconfortável na psicologia humana, desafiando os leitores a confrontar temas sombrios e complexos. O contraste entre "Uma Questão Pessoal" e "Jovens de um Novo Tempo, Despertai" ( minha leitura anterior do autor) é notável, revelando a amplitude da habilidade de Oe em explorar diferentes facetas literárias.

A experiência de leitura de Uma Questão Pessoal é definitivamente marcante, mas não se enquadra no tradicional conceito de 'gostar' de um livro. Oe não busca agradar ou cativar seus leitores, em vez disso, ele nos convida a uma jornada perturbadora e desafiadora. A trama gira em torno de Bird, um personagem profundamente odioso e execrável, cujas atitudes e pensamentos chocam e repulsam o leitor a cada página. Através da representação meticulosa da mente conturbada de Bird, Oe explora temas como a alienação, a culpa, a inadequação e a vulnerabilidade humana. Essa exploração corajosa e franca da escuridão interior do protagonista pode ser desconcertante para muitos, tornando a leitura uma experiência profundamente incômoda.

A comparação com Jovens de um Novo Tempo, Despertai é reveladora. Enquanto a último obra parece buscar inspirar e motivar os leitores com sua mensagem positiva e esperançosa, Uma Questão Pessoal adota uma abordagem mais introspectiva. Oe nos desafia a questionar nossas próprias noções de moralidade e empatia, forçando-nos a confrontar as partes mais sombrias de nossa própria natureza.

Enfim, gostei de ler, mas não amei o livro, porém vale ressaltar a coragem de Oe em expor tão abertamente temas tão controversos, ainda mais se levarmos em consideração que o plot central do livro é um "bebê com anomalia cerebral", o mesmo problema que seu filho nasceu. Por isso já aplaudo o autor de pé. Lerei mais uma obra dele para tirar a prova dos nove da sua versatilidade, já que encontrei obras tão distintas entre as duas que li.
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Pablo Paz 13/08/2022

Tenso e Denso
A premissa do livro: um homem descobre que terá um filho deficiente, chamado de bebê-monstro, e isto lhe causa dúvidas sobre querer ou não ter esse filho a ponto de desejar, e até planejar, a sua morte. O livro é curto, mas o tema é tenso e o escritor é denso na sua narrativa, parecemos ter lido umas 400 páginas, embora não percebamos dado o estilo do autor e a originalidade na invenção das personagens, antipáticas porém bem realistas. Certeza que você identificará alguma delas no seu círculo social (trabalho, vizinhança, templo religioso ou redes sociais). Não é à toa que Kenzaburo Oe é mestre de Haruki Murakami.
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@tigloko 24/01/2022

"Esperança"
O livro conta a história de Bird, professor de cursinho que tem sonhos de viajar para África. Mas esses planos são frustrados depois do nascimento de seu filho, que veio ao mundo com uma hérnia cerebral. Os médicos são claros em dizer que mesmo depois da cirurgia, uma vida em estado vegetativo tem grandes chances de acontecer. A partir daí, Bird passa a imaginar várias formas de se livrar da responsabilidade de assumir essa criança.

Não foi um livro fácil apesar de ter poucas páginas. Os conflitos internos do protagonista são difíceis de digerir, tornando a leitura um tanto reflexiva. Os pensamentos que ele tem em relação ao filho são pesadíssimos, de embrulhar o estômago. Nunca tinha lido um protagonista tão moralmente controverso. Mas gostei da forma como o autor abordou esses temas sensíveis sem fugir deles. Como o suicídio, por exemplo. Fica o aviso de gatilho, já que esse é um dos temas principais.

"Bird cravava os dentes na amarga realidade escondida sob o doce revestimento da falsidade."

Vale registrar que o filho mais velho do autor tambem nasceu com uma anomalia cerebral, então acredito que algumas situações( até mesmo os pensamentos do protagonista, por quê não?) são autobiográficas.

Não conhecia o autor mas gostei muito. Já está no meu radar para futuras leituras.
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Pr.Thiago 13/01/2022

UMA QUESTÃO PESSOAL
Em 1964, o jovem romancista japonês Kenzaburo Oe, premiado e promissor, recebia a notícia de que seu primeiro filho nascera com uma anomalia cerebral. A mesma situação que deve enfrentar Bird, protagonista de Uma questão pessoal: o professor de cursinho passa a vida medíocre bebendo à solta e sonhando com expedições africanas, repletas de lances heróicos, até ser confrontado com a situação incontornável.
Partindo de matéria tão íntima, Kenzaburo OE corria o risco de escrever uma confissão tenuemente mascarada de literatura, mas Uma questão pessoal é tudo menos isso: neste romance, a ficção toma corpo para melhor refletir sobre fato e fantasia, devaneio e desespero, para promover um longo exercício de conquista de uma realidade dolorosa e - por algum mistério - plena.

TOCANTE
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Andre.28 13/10/2020

Dilemas e imperfeições de um jovem adulto
Em face determinados momentos da vida adulta, somos confrontados com inesperados acontecimentos. Quando se é jovem, temos a pretensa sensação de que ?tudo pode acontecer?, menos as piores possibilidades. É diante disso que nos vemos em uma vida adulta repleta de problemas. Essa falsa sensação de proteção e posse da juventude anda ambiguamente com a dureza da realidade e a perda da inocência. Em ?Uma Questão Pessoal?, romance publicado em 1953, pelo escritor japonês Kenzaburo Oe, nós temos essas reflexões de um adulto de vinte e poucos anos, que se depara com um drama familiar e com os conflitos de uma vida de problemas e conflitos emocionais.

Nesse livro temos a historia de ?Bird?, um jovem japonês de 27 anos, que vive uma vida de ilusões, melancolicamente iludido numa vida banal, aproveitando a vida e a juventude em Tóquio. Com problemas com a bebida, Bird é um homem sonha com uma viagem aventureira pela África. Porém com a gravidez da mulher, ele se vê diante das angústias de ser um pai, preso ao cotidiano e a ideia de liderar uma família. Completando o rol de ?angústias da juventude?, depois do parto do seu filho, descobre-se que ele tem hérnia cerebral, com uma vida condenada ao estado semi  vegetativo.

Particularmente, posso dizer que o livro tem um que de aflitivo. Com uma narrativa que nos apresenta um sério conflito emocional e ético, o autor vai dando o tom, com pitadas generosas de erotismo e situações que levam os personagens a beira do colapso. Bird é um personagem  interessante na medida que vive seus dilemas, entre os escrúpulos, a ética, a sensação ambígua. Quando ele passa a desejar a morte da criança, a cessação da dor, ele se recrimina numa espiral decadente de sua vida. Bird passa então por um longa jornada pessoal para cair na realidade, se defrontando consigo mesmo, seus conflitos, em um caminho de perca de inocência e amadurecimento da vida adulta. O final aflitivo e comovente, uma conquista pessoal e um reconhecimento das próprias imperfeições. Ele se torna um retrato imperfeito da vida adulta, cheia de responsabilidades e emoções conflitantes. É um caminho evolutivo para ser um ser humano melhor.
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Diego / @blogdiscolivro 12/09/2020

Angustiante, incômodo e bem escrito
Em 1964, o escritor japonês Kenzaburo Oe, que mais tarde viria a ser laureado com o Prêmio Nobel de Literatura, recebia a notícia de que seu primeiro filho havia nascido com uma anomalia cerebral. Fato esse que o levou a escrever "Uma Questão Pessoal", romance no qual o protagonista, Bird, é colocado diante da mesma situação enfrentada pelo autor na vida real. Bird leva uma vida medíocre e tediosa em Tóquio. Mais jovem, abandonou sua pós-graduação para se entregar a bebida e, graças ao sogro, tudo o que conseguiu na vida foi se tornar professor de um cursinho preparatório de qualidade duvidosa. Egoísta, deprimido, inseguro e preso a um casamento infeliz, Bird busca fugir da realidade e preencher o vazio de sua vida alimentando sonhos com o continente africano. Enquanto a esposa está em trabalho de parto, Bird permanece frio e distante, preocupado apenas em aumentar sua coleção de mapas africanos. Até que recebe a notícia de que o filho nasceu com uma hérnia cerebral e, caso sobreviva, pode estar fadado a levar uma vida vegetativa. A partir de então vamos acompanhar o definhamento de Bird até o mais baixo nível da moral humana.
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Enquanto a equipe médica se empenha para tentar salvar o bebê, Bird, que passa a enxergar o filho como uma ameaça a realização de seus sonhos africanos, não pretende fazer nenhum esforço para salvá-lo. Desejando em segredo a morte do próprio filho, Bird busca o entorpecimento e embarca em uma bad trip com uma amiga prostituta enquanto a esposa se recupera do parto e o bebê é subalimentado, por ordem do pai, para que não sobreviva. Conforme penetramos a mente doentia do protagonista, é possível perceber alguns sinais de traumas da infância e da adolescência, mas nada que justifique o comportamento atual de Bird. Em raros momentos nós quase o compreendemos, mas logo em seguida somos surpreendidos com uma nova ação ou pensamento asqueroso e tudo o que sentimos pelo personagem é repulsa. Dividido entre o sentimento de vergonha por deixar o filho morrer e o medo do fardo de ter que criar uma criança vegetativa, Bird vai se afundar cada vez mais em um lamaçal psicológico e nos levar até as profundezas do egoísmo e da indiferença humana. Afinal, "Uma Questão Pessoal" é isso, um exercício sobre a psiquê humana.
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Esse é um livro que incomoda e possui muitos gatilhos. Rejeição, problemas com a bebida, estupro, depressão e suicídio são temas recorrentes aqui, o que faz de "Uma Questão Pessoal" uma leitura muito pesada e inadequada dependendo do estado psicológico do leitor. O virar das páginas é angustiante a ponto de nos fazer sentir alívio em deixar o livro. Por outro lado, a escrita de Oe prende e, mesmo o tema sendo incômodo, não conseguimos abandoná-la. Essa foi minha primeira experiência com a literatura japonesa e é difícil de avaliar ou classificar. Costumo dizer que quando um livro incomoda (psicologicamente falando) é porque ele é bom, afinal, poucos autores conseguem essa façanha. É muito mais fácil agradar.
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**Só para constar: Hikari Oe, o filho do autor que nasceu com anomalia cerebral em 1963, está vivo e é tema recorrente na escrita do pai.

site: https://discolivro.blogspot.com/
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Glauber 16/05/2020

O livro é forte.
Trata de um pai que recebe a notícia de que seu filho nasceu com uma anomala cerebral, e que mesmo que sobreviva, poderá ter uma vida vegetativa.

A partir daí, começa a narrativa angustiosa. A história vai por caminhos que eu não esperava.

O personagem é egoísta ao extremo. Torce e age para que o filho morra ainda no hospital, pensando no que poderia causar em sua própria vida (do pai).

É um livro pequeno, mas difícil de ler, por causa da personalidade do protagonista. Em alguns momentos, senti náusea. Apesar de ser uma questão bem complexa mesmo.

A reação a isso acaba sendo bem subjetiva. Daí o título do livro.

O escritor japonês, nobel de literatura, se baseou em uma situação de sua própria vida. E o livro é bastante aclamado.
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05/05/2020

Cresça, BIRD!
Horrível!
Tenso!
Dá um nó na cabeça.
Passei toda a leitura encarando um personagem nojento, paranóico, insensível, até mesmo inerte, para no final do livro, num rompante, DO NADA, ele se redimir?
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Biblioteca Álvaro Guerra 11/03/2020

Publicado originalmente em 1964, o livro de Kenzaburo Oe instala-se de chofre nesse tempo agonizante, nesse perverso compasso de espera: por assim dizer, um romance em tempo real, que proíbe a leitura despreocupada.

Empreste esse livro na biblioteca pública.

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/8535903275
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