Ju 08/09/2012CentúriasEssa capa está bem próxima da perfeição. Ela retrata um momento bem marcante do livro, um lugar muito especial. Só acho que ficaria melhor sem essa parte verde, essa espécie de planta caindo em cima do título. Acredito que, além de atrapalhar a visualização, não combina com o resto. Apesar desse detalhe, é linda. Eu realmente adorei.
Centúrias conta a história de Aylá Levale, uma adolescente de 18 anos em crise de identidade. Acaba de terminar o colégio e ainda não sabe o que fazer na faculdade. Desde que o pai faleceu, já viu a mãe se casar e se separar quatro vezes. Por isso, não consegue acreditar no amor.
De todo jeito, independente do que gosto ou não, tenho
que me encontrar. Descobrir quem sou de verdade.
O que quero fazer. Eu sei que sou meio estranha.
Aylá está se mudando de novo (essa é uma coisa que acontece frequentemente na vida da garota), mas desta vez para a cidade natal de sua mãe: Pitfal. O nome da cidade, segundo uma lenda, foi dado devido a seus primeiros habitantes: um guerreiro indígena da tribo dos Pitas e uma jovem bruxa nascida em Faleria, na Itália. Valentina, a mãe de Aylá, faz questão de avisar a filha que a cidade sofre uma forte influência dos elementos mágicos. É claro que ela, como boa adolescente, não leva o aviso a sério. E nem imagina que é o principal motivo dessa mudança estar acontecendo.
Aylá é louca por livros (alguém se identifica? rs...), e o primeiro lugar que ela vai conhecer na cidade é a Biblioteca Pública. E é em uma de suas visitas à biblioteca que ela se encontra com Igor Telfort pela primeira vez.
A porta de entrada rangeu anunciando a chegada de mais
alguém. Enquanto olhava o rosto sorridente de Kelly, uma
coisa estranha me aconteceu. Experimentei uma espécie de
curto-circuito interior. Fiquei arrepiada, minha nuca
queimou e meu coração disparou. Questionei se aqueles
eram os primeiros sinais de um infarto, então, como se um
ímã me atraísse, olhei para trás e dei de cara com o garoto
mais lindo que eu já tinha visto.
Aylá começa a viver situações inexplicáveis em Pitfal e, acaba por descobrir que é descendente de uma família de bruxas pertencentes à ordem das Centurianas. Esta ordem é formada apenas por mulheres e mantém sempre o número de 100 integrantes. São bruxas que procuram se relacionar bem com o ambiente em que vivem e melhorá-lo, mantendo sempre sua magia oculta dos humanos comuns.
A garota descobre que em sua cidade há um grande número de Dargais, uma ordem de bruxos do mal, que têm como principal objetivo destruir tudo de bom que encontrarem. E que essa ordem abriga vários Telfort.
A partir daí começa a luta de Aylá não só para viver um grande amor, mas principalmente para descobrir quem é e qual seu papel no mundo. Além disso, ela é a protagonista de algumas (na verdade, muitas) cenas bem engraçadas. Tadinha, ela é um pouco, digamos, desastrada!! hahaha...
As personagens são adoráveis ou detestáveis, todas muito bem construídas. Aylá e Igor vivem muitos conflitos, eu senti a aflição e a insegurança deles.
A escrita da Bruna me envolveu e me permitiu visualizar todos os detalhes dos ambientes descritos. Uma pequena parte da história se passa na Itália, amei isso. É o único país que eu faço questão de conhecer.
Centúrias é o primeiro livro de uma série. E o mais legal é que a autora deu um final a ele. Poderia terminar aqui. Mas felizmente tem continuação, e quero muito ler!
Só teve uma coisa que eu não gostei no livro: a narração alterna-se entre primeira e terceira pessoa. Para mim, isso dificultou a leitura. Achei que quebrou o ritmo. Sempre que havia a alteração na narração, eu sentia um certo incômodo.
Apesar disso, eu recomendo demais o livro. Uma história de amor, de luta por um ideal. A velha luta do bem contra o mal contada de uma forma envolvente e inovadora.