Ana Bernhard 25/02/2023
Confiar na justiça e no propósito de Deus
O livro apresenta de forma simples e clara, pautado nas escrituras, o ponto chave sobre papéis de gênero diante de Deus: a confiança na sua autoridade e justiça.
Sempre que analisamos essas questões sob a perspectiva mundana, interpretamos textos bíblicos com a premissa de que o senso de justiça do mundo está certo, e o senso de justiça de Deus pode estar errado. E qual a base para isso?
É mais fácil para nós acreditar que o Deus que criou a tudo e conhece todos os propósitos tenha errado? Ou que a nossa percepção é que esteja equivocada?
Kathy Keller começa o livro já indicando dois princípios de hermenêutica bíblia muito importantes: o de que "Escrituras interpretam escrituras" (onde a explicação para um texto bíblico está no próprio texto) e de que "o claro interpreta o nebuloso" (quando algo está confuso, a resposta clara próxima a ele á responde). Ela mostra exemplos onde pra entender um texto (como o polêmico 1 Coríntios 14) basta literalmente LER O TEXTO por completo (simples assim!)
De um modo geral, nossos olhos se abrem para entender que homem e mulher SÃO diferentes, e servem em propósitos diferentes. São igualmente imagem e semelhança de Deus, dotados de dons e habilidades feitos para adorar ao Pai, mas com propósitos diferentes.
E o fato de sermos diferentes (e complementares) não é algo ruim, ou feito pra que sejamos oprimidas: é algo feito de acordo com a vontade de Deus que é boa, perfeita e agradável.
Ela nos leva a entender também que o princípio de submissão não é algo ruim, pelo contrário. Nos indica que, como igreja, todos nós (homens e mulheres) estamos em um papel "feminino" (pois somos a noiva de Cristo, submissos a Ele).
E nos mostra também que Jesus desempenhou um trabalho submisso: "assumindo o papel de servo para garantir nossa salvação (Filipenses 2:5-11), mostra que sua submissão ao Pai foi um dom, não algo compelido a ele. [...] Não obstante, ele assumiu de bom grado o papel de um servo com o propósito de completar nossa justificação.". E isso é algo bom.
A mentalidade do mundo nos faz sempre duvidar da capacidade de Deus de ser justo, colocando o autor de todo o universo como réu, e colocando nós, humanos e passíveis de erro, como grandes juízes de justiça. E isso é claramente um erro fruto da nossa ignorância.
"A justiça por trás da criação de homem e mulher, por Deus, e o arranjo de diferentes papéis que ele escolheu para cada um podem não ser sempre aparentes a nós. Por que um e não o outro? Mas devemos esperar que a nossa finitude entenda a infinita, onipotente, sábia, boa, amável e graciosa justiça de Deus?"