Resenhas - Primeiro Amor

Fabio 22/12/2023

"O trágico, dramático e desastroso, Primeiro Amor"
Romance de formação de Ivan Turguêniev, o qual mostra as aflições de um jovem inquieto e sonhador, que vive as desesperanças de uma paixão não correspondida. "O Primeiro Amor", em síntese é o perfeito retrato dos conflitos internos, da rendição e do encanto, concernente ao avassalador ardor e suas alucinações.

Narrado em forma de relato, e ambientando na Rússia do século XIX, o protagonista, Vladimir Petróvitch, filho único de uma família tradicional, descreve de forma envolvente, sua juventude no interior do pais, quando conhece a linda e jovem, Zinaida, filha de uma princesa russa, quase falida, por quem se apaixona loucamente e passa a maior parte da história a tentar conquista-la, entretanto, ao conhece-la, se depara com um grupo de jovens galanteadores, que disputam atenção Zinaida, que mais velha, não enxerga Petróvitch propriamente como um homem, mas uma criança, criando assim vários entraves entre os dois.

Publicado originalmente em 1860, "O Primeiro Amor" é considerada uma novela de raiz autobiográfica, em que, Turguêniev, abstrai a história presente, as discussões sociais políticas e históricas, sempre presentes em seus romances anteriores, para concentrar suas energias no terreno dos afetos, reproduzindo situações vividas em sua juventude, dando ao texto, um teor ainda mais intimista.

Em "O Primeiro Amor", Turguêniev adota a perspectiva de um jovem abastado e, desse ângulo, evidencia a idealização das relações afetivas, e depreende o romantismo, importado da Europa, que conflita, com outras correntes literárias russas daquele período, evidenciando ainda mais a chamada "ocidentalização" do autor, mas, acabou rendendo frutos, pois Ivan Tuguêniev, foi o primeiro autor russo a ser traduzido na Europa.

Em uma narrativa insinuante, extremamente garbosa, carregada de metáforas, Turguêniev, nos envolve em uma história repleta de dramas familiares, intricados jogos de sedução e diálogos de caráter ambíguo, tudo sempre envolto em uma cortina silenciosa, velada pela descrição aristocrática, e no fim, uma tragédia digna das maiores composições gregas.

Em síntese, "O Primeiro Amor", é uma obra valorosa, recheada de melancolia, intensa paixão e reminiscências da juventude, que imprime a obra um tom nostálgico e lírico, peculiar aos escritos russos contemporâneos a Tolstoi.

Ivan Turguêniev, transpôs sua época, e traduziu os sentimentos intrínsecos e os pensamentos filosóficos de uma maneira a tocar o coração e alma, e com seu belíssimo texto, remete o leitor a juventude, a recordar as paixões de outrora, e imprime em nosso interior aquela necessidade de suscitar o passado, e a revisitar, mesmo que forma intima e impetuosa, as doces ou talvez amargas lembranças do Primeiro Amor.

@aprendilendo_ 12/12/2021

Resenha de "Primeiro Amor"
Quando perguntado acerca de sua primeira paixão, Vladímir Petróvich, um introvertido homem de meia idade, decide escrever sobre o acontecimento em sua adolescência e como isso o marcou. Nesse sentido, acompanhamos o jovem Petróvich e seus encontros com Zinaida, uma bela moça que foi sua vizinha durante a infância. Escrito e publicado em 1860, o melancólico e realista “Primeiro Amor” é um dos livros mais aclamados de Ivan Turguêniev, popular autor russo.

De início, narrada em primeira pessoa, a obra se sai muito bem em imergir o leitor nos sentimentos do protagonista em suas duas fases da vida, ainda jovem, pela primeira vez apaixonado, e quando mais velho, narrando a história. Nesse sentido, enquanto os sentimentos do Vladímir adolescente são demonstrados de forma explícita, com uma veracidade cativante e arrebatadora, tem-se uma implícita e eminente melancolia nas falas do protagonista quando mais velho. Deve-se ressaltar, nesse ponto, como os pensamentos e as euforias do personagem são extremamente reais e crus, de maneira que, algumas vezes, parece se tratar de uma história real. Assim, mesmo em poucas páginas, a complexidade das emoções de Vladímir é explorada de uma maneira singular, demonstrando quase que perfeitamente as minúcias de uma paixão em seu ápice.

Por outro lado, há também todo o aspecto da inocência do jovem protagonista sendo testada até o momento de se quebrar perante as deturpações encontradas na personalidade dos outros sujeitos. Seguindo esse raciocínio, cada personagem apresenta um aspecto de decadência moral e mesmo racional único, o qual contrasta a todo momento com o adolescente ainda imaturo demais para entender tudo aquilo que se passa ao seu redor.

“Primeiro Amor” consegue, com maestria, apresentar os sentimentos extremos de uma primeira paixão, enquanto destrincha todo o aspecto de inocência e imaturidade de uma criança ao lidar com o fato.
Nota: 9,35

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Bookster Pedro Pacifico 01/03/2020

Primeiro amor, Ivan Turguêniev - Nota 8,5/10
Essa é uma boa opção para quem quer ter um primeiro contato com a literatura russa! É uma novela curta, com uma narrativa simples e fluida: a paixão de Vladmir Petrovich, um garoto de 16 anos que pertence a uma família tradicional russa, por Zinaida, sua nova vizinha. Vladmir sofre com um amor não correspondido - ou pouco correspondido? - e tem que lidar com uma jovem que gosta de jogar com as emoções dos homens a seu redor. É um retrato completo e íntimo sobre uma primeira paixão e, ainda, apresenta um final surpreendente. Como a história é curta e não apresenta uma trama complexa, fica difícil escrever sobre o livro sem dar “spoilers”!! No entanto, apesar da simplicidade da narrativa, o que agrada tanto é a escrita de Turguêniev, a forma com que ele consegue trazer à tona os sentimentos e características dos personagens. Nessa obra, o contraste entre a ingenuidade de Vladimir e a malícia de Zinaida é marcante. Turguêniev foi o primeiro autor russo a ser descoberto no ocidente e, diferente do que faz nessa obra, costuma abordar em seus romances o panorama da sociedade russa do século XIX. Apesar de não se equiparar a “Pais e filhos”, um dos meus livros favoritos, recomendo muito "Primeiro amor”, principalmente como uma opção para iniciar na literatura russa ou conhecer o trabalho do autor!

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Michela Wakami 29/02/2024

Intenso
Que leitura deliciosa, uma escrita fluida, com um enredo envolvente.
O primeiro amor, vem raramente, acompanhado com a felicidade.
Geralmente ele não é correspondido e nos traz muito sofrimento.
Claro, tem aqueles nunca revelados, acho que esses são maiorias.
Mas não importa em qual o seu se encaixe, ele é inesquecível.

Flávia Menezes 27/01/2023

CARTA ABERTA PARA O MEU PRIMEIRO AMOR.
?Primeiro Amor?, é uma novela publicada em 1860, e é um dos trabalhos mais celebrados do romancista, poeta, escritor de contos e novelas, tradutor, dramaturgo e divulgador da literatura russa no Ocidente, Ivan Sergeiévitch Turguêniev. Muito admirado por grandes nomes como Henry James e Gustave Flaubert, Ivan Turguêniev foi o primeiro autor russo a ser traduzido na Europa, e que, ainda em vida, foi reconhecido como um dos grandes escritores de sua época. Título esse que podemos compreender bem ao ler ?Primeiro Amor?, sentindo essa facilidade que o autor tem de nos seduzir com sua narrativa atraente e recheada de todas as grandes emoções do primeiro amor, com aquela pitada ácida das decepções que (inevitavelmente!) toda idealização romântica que essa fase tão gostosa da vida nos traz.

Quando vi a sinopse desse livro, me recordei de outro que recentemente li esse ano, ?O Amor de Mítia?, de Ivan Búnin, que também traz a trama sobre o primeiro amor de um jovem garoto de uma família tradicional russa, imponente, que se vê pela primeira vez na vida perdidamente apaixonado por uma garota envolvente, por quem seu amor é inteiramente devotado de tal forma que ele não passa um único segundo do seu dia sem pensar nela. Exatamente como acontece nessa novela de Ivan Turguêniev, porém, eu confesso que, para mim, Búnin foi bem mais profundo (e por isso, mais bem-sucedido) do que Turguêniev.

Com capítulos curtos, a leitura flui com tanta facilidade e agilidade que, se você tiver tempo, é possível ler em uma única tarde preguiçosa de domingo. Mas mesmo que você não o leia em uma "única sentada", e acabe fazendo como eu, e vá lendo aos poucos, saiba que a leitura não perde em nada seu encanto, porque é uma verdadeira delícia degustar aos poucos cada momento dessa descoberta do amor, de um garoto tão inexperiente nessa arte de amar, como é o caso de Vladímir Petróvitch.

Falar do primeiro amor é sempre um assunto tão gostoso por despertar essa sensação saudosista de quando éramos mais inseguros nesse terreno, mas ao mesmo tempo, mesmo com toda a inexperiência, tínhamos mais facilidades para nos lançarmos de braços abertos, porque ainda não guardávamos em nós tantas cicatrizes dos amores que não deram certo. E quer coisa mais gostosa do que poder se jogar sem medo, experimentando de forma tão única e poderosa cada pequena sensação que o nosso primeiro amor nos desperta?

E é isso o que essa história nos traz. Vladímir vai nos contando página por página sobre as emoções que a encantadora (mas também muito manipuladora) Zinaida, uma mulher mais velha do que ele, vai lhe despertando, e se convertendo nessa paixão é tão avassaladora que acaba por lhe cegar para muitas coisas que se passavam bem diante do seu nariz, porém que ele não conseguia se dar conta, mesmo sentindo que algo de muito errado estava acontecendo.

Esse clima de amor, misturado ao mistério que envolvia a sedutora Zinaida, é um tempero delicioso para manter a nossa atenção presa até o final, que traz um encerramento com tanta simplicidade, porém sem deixar de traduzir a grande genialidade do autor.

Muito embora a trama possa ser algo nada inovador para a nossa atualidade, na época em que foi escrita essa novela, falar sobre a forma como o primeiro amor de um amor pode ser tão arrebatador foi algo importante, e até bastante ousado. O que torna essa história ainda mais importante para o mundo da literatura russa.

Apesar de ser recente a minha aventura pelo universo dos autores russos, algo que pude ver tanto em Búnin quanto em Turguêniev, é essa narrativa carregada de intenções implícitas. Confesso que eu me sinto particularmente atraída por esse jogo de palavras que não deixa tudo explícito, porém, eu só senti que em alguns momentos isso aconteceu com tanto excesso, que não consegui compreender o que exatamente o autor quis dizer.

Sem querer traçar comparativos entre esses dois gênios, mas o que me faz amar mais Búnin do que Turguêniev, é que o último traz essas emoções do primeiro amor com um pouco mais de racionalidade, voltando-se mais para os acontecimentos, o que me fez desconectar um pouco com o que o protagonista estava sentindo em alguns momentos. Sem contar que, no momento do clímax da história, tudo acontece tão rápido, que senti como se estivesse vendo as cenas de dentro de uma locomotiva: apenas borrões que passam com tanta pressa, que ficamos nos perguntando se realmente aquilo aconteceu ou não.

Mas, uma coisa que realmente ganhou o meu coração nesse livro foi ver a admiração com que o jovem Vladímir falava do seu pai. Mesmo com todos os problemas que envolviam a família, a forma como ele olha para o pai com respeito e plena admiração é algo tão belo, que não há como não se encantar com o final cheio de reviravoltas que o autor nos oferece.

Para todos aqueles que já viveram esse momento do primeiro grande amor, e em especial para aqueles que já passaram por ele há bons anos, eu deixo aqui essa sugestão para que você possa se dar uma chance de parar um pouquinho nesse mundo adulto corrido em que vivemos, para lembrar de uma época em que as emoções eram tão puras, intensas e com um poder tão forte, que nos fazia acreditar que a vida não poderia ser melhor, mesmo sabendo que lá no horizonte, uma linha fatal das desilusões amorosas já começasse a se desenhar.

Dyllan.Johnny 13/10/2023

Perfeição
?Ah juventude! Você parece não ligar para nada, parece possuir todos os tesouros do universo, até a tristeza lhe traz contentamento, até o desgosto lhe cai bem, você é confiante e ousada, você diz: só eu vivo ? cuidado! Mas também para você os dias correm e somem, sem conta e sem deixar vestígio, e tudo em você desaparece.?

Renatav 31/12/2023

Primeiro livro que li do autor. Livro pequenininho, leitura rápida, mas dá pra sentir a emoção do protagonista. Gostei e recomendo.

Cinara... 04/03/2022

" Os versos soaram em minha alma. Ah! juventude! Juventude! Você parece não ligar para nada, parece possuir todos os tesouros do universo, até a tristeza lhe traz contentamento, até o desgosto lhe cai bem, você é confiante e ousada, você diz: Só eu vivo - cuidado! Mas também para você os dias correm e somem, sem conta e sem deixar vestígio, e tudo em você desaparece, como a cera sob o sol, como a neve... E talvez todo segredo de seu encanto consista não na possibilidade de fazer tudo, mas na possibilidade de pensar que você fará tudo - consista justamente em que você solte aos ventos forças que não saberia entregar de outro modo - consista em que cada um de nós se considere a sério um perdulário, e acredite a sério que tem o direito de dizer: Ah, quanta coisa eu faria se não tivesse desperdiçado meu tempo!"

Ah! Outro russo pra eu chamar de meu! Que escrita maravilhosa! Foram 100 páginas de quentinho no coração e conforto.
Amei a escrita poética de Turguêniev! ?

isa 17/10/2022

Nem sei o que achei desse livro? Foi bom o suficiente para me manter presa nele até o fim, mas ao mesmo tempo sinto que não foi nada demais e daqui a uns meses já não lembrarei nada da história.
Por algum motivo, tinha na cabeça que seria um livro sobre um amor obsessivo, mas não sei se isso descreve bem a história (pelo menos não do jeito que pensei). O melhor eh dizer q eh sobre um amor não saudável, onde uma pessoa pode fazer tudo pela outra e a outra se aproveita desse poder.
Os personagens não tem nada demais, todos parecem infantis apesar de suas idades, que variam de 16 a 40. A princesinha é chaaaata demais, me irritou que não conseguimos entender ela, mas acho que foi de propósito para entendermos a confusão do protagonista.
O desfecho é triste e senti que faltou um momento de volta ao presente com os comentários dos amigos de Vladimir.

trizisreading 13/11/2023

Ah, juventude!
"Primeiro Amor", obra do autor russo Ivan Turguêniev, narra as recordações de como foi se apaixonar pela primeira vez, contada pelo jovem Vladímir Petróvitch.

Vladímir é um garoto de 16 anos, filho único, que junto de sua mãe e seu pai, moram vizinhos à uma princesinha, Zinaida, de 21 anos. Ao longo dos dias que Vladímir passa a conhecer Zinaida, ele se apaixona cegamente pela moça, e talvez tão cegamente, que somente muito depois se dá conta de que ela está apaixonada por outrem.

Vladímir passa a sentir uma angústia, deseja saber por quem ela está apaixonada, mas somente muito depois vem a descobrir quem é o homem. Embora seja perceptível quem era a tal pessoa, eu fiquei muito surpresa quando foi revelado na história.

tete 25/03/2022

esse livro é triste e bonito na mesma medida
preciso muito de terapia
NAO TO BEM!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Jardim de histórias 27/12/2022

A visão de Ivan Turgueniev sobre a dualidade do amor. O amor que horas nos enche de prazer e também nos faz sofrer. Interessante como é descrita sem pormenores os desconfortos de quem está envolto nos mecanismos de exploração de interesses. O que nos conduzem em relação aos personagens a certa ambiguidade no sentimento de pena e raiva por conta do contexto.

agathinhadegotham 27/01/2022

NÃO É POSSÍVEL QUE TUDO DA ERRADO NA VIDA DO TEENAGER EM QUALQUER CONTINENTE
Primeiro amor nada mais é que a primeira dor que perpassa o seu coração e ajuda a construir caráter, entender mais estreitamente as músicas da adele, fazer a jornada do autoconhecimento e se perguntar por quê não procurou gostar de alguém que gosta de você. Sim esse livro entrega muito, leitura fluída e impactante, com ótimas análises do autor sobre toda essa babaquice monogâmica ocidental que é o love at first sight

Maria 24/01/2023

Me desmoronou algumas vezes
Minha primeira experiência lendo livros de autores russo, eu queria muito começar a ler mas não sabia por onde começar. Queria uma leitura rápida e algo de romance. Simplesmente alguns trechos desse livro me arrebatou de uma maneira que eu não sei explicar, e toda aquela coisa da ?dor do amor? fez total sentido pra mim. Gostei do plot e adorei o livro.

(Provavelmente vou ficar alguns meses só lendo livros de autores russos)

Jamerson.Alves 21/02/2021

(Muuuuuuu)ito legal
Caso você esteja lendo essa resenha para saber se vale a pena ler o livro eu já lhe adianto, vale. Caso esteja lendo só para ver se é interessante, procure outra resenha. Caso já leu, vamos conversar um pouco kkkk...

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Vladimir Petróvitch é a prova literária que um homem sem chifre é um homem sem história. Já pensou se ele respondesse a pergunta do sobre o primeiro amor de maneira "usual"? Não teríamos tal obra!