Admirável mundo novo

Admirável mundo novo Aldous Huxley




Resenhas - Admirável Mundo Novo


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Thais645 10/09/2021

Não é uma resenha, mas sim uma pergunta genuína. Alguém teria a recomendação para *iniciar* um bom livro de fantasia? Quero me embrenhar por essa praia, mas sigo com passos deslocados e perdidos entre essas areias e padeço no deserto da dúvida diante de tantas opções. Alguém que tenha lido um bem interessante? Eu gostei muito desse, "Admirável Mundo Novo", mas li há muitos anos. E atualmente ando meio por fora de boas indicações.
Disotelo 10/09/2021minha estante
Mas vc quer um livro que seja Sci-Fi ou distópico?


Thais645 10/09/2021minha estante
Disotelo, poderia ser ambos. Mas acho que, para um começo, apostaria num distópico.


Disotelo 10/09/2021minha estante
Eita, aí eu já não sei.


Thais645 10/09/2021minha estante
E Sci-fi? Tem algum que você indicaria?


Disotelo 10/09/2021minha estante
Eu já vi muito filme de distopia, mas nunca li livro do tema.Quanto a Sci-fi, gosto muito de Fundação por causa dos conceitos envolvidos, mas não é um romance sofisticado como os que eu vejo aqui na sua timeline literária. A ideia é que as massas são previsíveis, se guiam por leis da história, as únicas imprevisibilidades são os indivíduos. Li tbm um livro chamado Recursão, é tipo uma versão bem melhorada de Efeito Borboleta, a viagem no tempo é muito mais bem elaborada nesse livro, tem uns probleminhas, mas eu gostei bastante.


Thais645 10/09/2021minha estante
Legal, Disotelo. "Fundação" já pairou por um bom tempo aqui na minha lista de desejados, mas sempre protelei, sei lá por qual motivo. Acho que tenho uma séria cisma com trilogias, sei lá. Esse "Recursão" é o do mesmo autor de "Matéria Escura", né? Esse último eu li e gostei bastante (principalmente pelo não abuso dos clichê e dos jargões científicos). Quanto aos "sofisticados" da minha timeline, tem nada disso, não: muitas vezes vou no embalo e no vácuo da maioria dos que "pipocam" aqui e ali, rs. E eu amei Efeito Borboleta! Obrigadíssima pelas dicas!


Disotelo 10/09/2021minha estante
Sim, é o mesmo autor de Matéria Escura, tava pra fazer uma ótima série baseada nesse livro. Pois é eu tbm evito um pouco esses livros em série, ainda nem li o terceiro volume de Fundação.


GustavoDC 11/09/2021minha estante
Recursão é uma boa escolha. Eu o li este ano.
Quanto ao gênero distópico eu lhe indicaria : "A Revolução dos Bichos" e a trilogia "Jogos Vorazes".
Um livro que li ano passado e que é bem realista (sem exageros) sobre esse gênero é o livro "A Estrada". Ele é um pouco arrastado, mas é um livro interessante.


Disotelo 11/09/2021minha estante
Revolução dos Bichos é brilhante, mas bem curto e fácil de ler.


Cleber 11/09/2021minha estante
As últimas distopias que li, O imitador de homens de Walter Tevis e O conta da aia


Thais645 11/09/2021minha estante
Gudescar, estou para ler "Recursão" desde que li "Matéria Escura" e muito me surpreendi. O próprio Blake Crouch disse, numa entrevista, que a pandemia do coronavírus dá uma ideia do que é viver uma distopia. Parece que é o que estamos vivendo mesmo. "A Revolução dos Bichos" eu li ainda na adolescência, e sempre vale uma releitura, é excelente e atemporal. Quanto ao "A Estrada", me interessei também, nunca li; encontrei dois títulos, mas, pela sinopse, deve ser o de
Cormac McCarthy, né? Pois o de Jack London trata do período da Grande Depressão nos Estados Unidos. Já "Jogos Vorazes" ensaiei a leitura algumas vezes, mas acho que me faltou fôlego. Mas diferentes tempos, diferentes perspectivas, enfim. Muito obrigada pelas recomendações!


Thais645 11/09/2021minha estante
Disotelo, "A Revolução dos Bichos" é uma releitura que prometi a mim mesma. Adoro livros curtos assim, e com uma história como essa, leio em um dia, não consigo parar, mesmo, enquanto não acaba.


Thais645 11/09/2021minha estante
Cleber, pela sinopse, "O Imitador de Homens" parece ser uma bela distopia. Lembra
Fahrenheit 451 também. Coloquei na minha lista. Já "O Conto da Aia" iniciei a leitura há muito tempo e não sei por qual motivo não prossegui, me causou um grande desconforto, mas nem foi por este motivo que não prossegui - talvez agora seja um bom momento, onde todos estamos sendo arremessados de nossas zonas de conforto. Quem sabe? Muito obrigada pelas dicas!


Thais645 11/09/2021minha estante
Oi, Rodrigo! Parece muito bom! Fui atrás e vi que tem "Operação Cavalo de Troia" 1,2,3,4,5,6,7,8 e 9! Se eu me amarrar, vou ter de ler todos! kkkkkk. Valeu pela indicação! Já salvei aqui!


Guima 11/09/2021minha estante
Se eu puder participar das recomendações depois de ler tantas dicas boas de leitura, gostaria de recomendar três títulos que embora ainda não os tenha lido, não vejo a hora de me embrenhar por seus universos...lá vai: "Duna" de Frank Herbert, "Crônicas Marcianas" de Ray Bradbury e "Vida, Modo de Usar" de Georges Perec. Lembro de já ter visto na seu feed literário algo sobre Duna ter uma linguagem própria e ser um pouco difícil de acompanhar...esse livro, imagino, é uma leitura mais contemplativa, assim como os outros dois. "Crônicas Marcianas" é um livro de contos que talvez possa fazer uma seleção dos que mais gosta para ler até encontrar sua próxima leitura - super indico o conto 'Chuvas Leves Virão'. Já o livro de Georges Perec parece ser um livro de você não querer largar, pois além de distópico ele aborda a questão existencial também. Enfim, eu recomendaria esses mesmo não tendo lido nenhum e começado a maioria dele.


GustavoDC 11/09/2021minha estante
Oi Thais.
O livro A Estrada que me referi é do autor Cormac McCarthy.
Não sabia que havia outro livro com esse título.


Thais645 11/09/2021minha estante
Olá, Guima! Suas recomendações são sempre muito bem-vindas! E todas me despertaram interesse. Em relação à obra "Duna", já havia conversado com alguém ou mais pessoas aqui sobre. Tenho vontade de iniciar a leitura, mas de tudo se lê sobre esse livro, de que tem toda uma linguagem própria e peculiar, que é denso e complexo já é hors-concours; especialmente o que pega, pra mim, é a questão das extensas notas de rodapé, recurso que desgosto e acho que quebra todo o fluxo da leitura (ao menos pra mim), não curto mesmo, mas há quem adore, e que bom que é assim para uns e outros. Das demais indicações, me interessei muito pelo "A Vida Modo de Usar", do Georges Perec. Procurando mais a respeito, até outro dele foi pra minha lista, que é o "Um homem que dorme". Parece que há muito de Kafka e Borges na obra de Perec, pelo que pude ver, embora só esteja especulando ainda. Muito obrigada por suas indicações: estão todas salvas aqui, e serão de grande valia num futuro não muito distante, assim espero. :)


Leonardo 11/09/2021minha estante
Thais você pode ler Jogador N° 1, O Ceifador, Fahrenheit 451, Matéria Escura


Thais645 11/09/2021minha estante
Oi, Leo! Sim! Tenho lido bastante gente comentando a respeito do "Jogador número 1"(que não conheço), com bastante entusiasmo. Quanto ao "Matéria Escura", do Blake Crouch, já li, tempos atrás (e adorei), e pretendo ler "Recursão", do mesmo autor. "O Ceifador", sempre que vejo a capa, me aparece um convite à leitura (nunca li de nada Neal Shusterman e de sua literatura YA). Fahrenheit 451 ainda está na minha lista (li há muito, muito tempo, e ainda assim pretendo uma releitura). Muito obrigada pelos títulos! :)


Ana 12/09/2021minha estante
Oi, Thais! Um sci-fi distópico que adorei foi "Androides Sonham com Ovelhas Elétricas?", foi uma leitura que né fez refletir bastante. Uma série muito boa é a trilogia do Sprawl, mas ela tem um teor mais confuso. E uma das minhas distopias favoritas é "Nós", de Zamyatin.


Thais645 13/09/2021minha estante
Oi, Ana! Tudo bem? Esse "Androides Sonham Com Ovelhas Elétricas? " é o livro que deu origem ao filme Blade Runner, né? Interessante, pois nunca li o livro, embora muito ouça dele falarem. Já adicionei à minha lista aqui! Quanto à distopia "Nós", de Zamiátin, muito tenho lido a respeito e há tempos tenho estado de olho - adicionando aqui também. Muito obrigada pelas recomendações! Adorei! :)


Leonardo.Broinizi 13/09/2021minha estante
Olá, Thais! Mais um pra te deixar louca kk mas nem vou trazer algo novo, vou apenas reforçar a indicação a "Nós". Esse livro é um dos pioneiros do subgênero distopia (alguns dizem que é a primeira distopia de "verdade"), e eu, q adoro este gênero, comecei a lê-lo despretensiosamente. Me surpreendi positivamente! Ele influenciou "Admirável Mundo Novo" e "1984", e da pra perceber isso na leitura. Acho que vc tbm gostará.


Ana 13/09/2021minha estante
Oi, Thais! Tudo bem, e você? Isso, é o livro que deu origem ao Blade Runner :) Tomara que goste dos livros, boa semana!


Thais645 13/09/2021minha estante
Oi, Leonardo! Muito obrigada pela indicação. Há tempos tenho lido várias resenhas e bons comentários sobre essa obra, e estou bem curiosa a respeito dela. Valeu de montão! :)


Thais645 13/09/2021minha estante
Olá, Ana. Tudo joia por aqui. Com certeza vou gostar. Muito obrigada! :)


Bruno.Duarte 16/09/2021minha estante
Matéria escura


Thais645 16/09/2021minha estante
Bruno, esse eu li. Quero ler "Recursão", ainda, do mesmo autor.




@aprendilendo_ 01/09/2020

Resenha de Admirável Mundo Novo
“Todo mundo é capaz de dominar uma dor, exceto quem a sente”. Tal frase foi proferida pelo famoso inglês, Willian Shakespeare e fala sobre um grande medo do homem, o sofrimento. Nesse contexto, é de se esperar uma fuga, mesmo que na maioria das vezes fracassada, desses momentos tão angustiantes, talvez, se o humano conseguisse uma maneira de escape perfeita dessa lástima, nós seriamos felizes, certo? Encontramos a resposta para isso no livro de Aldous Huxley, Admirável Mundo Novo.

Explicando, a obra é sobre uma futura sociedade “fordiana” a qual, por meio de uma extensa evolução no controle da biologia, moldou todas as gerações à um sistema de produção. Agora, as pessoas não nascem mais de mães (palavra obscena no livro), mas de fábricas, pré-estabelecidas, com características as quais os dividem em castas enquanto, concomitantemente, os igualiza para adequarem-se em cada trabalho. Aliado a isso, aos condicionamentos mentais e físicos, é apresentado o ideal da droga chamada “soma”, um entorpecimento o qual não deixa ressacas ou arrependimentos, apenas contentamentos tolos.

Aqui, em uma narrativa de terceira pessoa, acompanhamos Bernard Marx, um indivíduo o qual vê-se fora dos encaixes perfeitos de tal civilização distorcida. Apesar de ser o protagonista, Marx não é, de certa forma, o foco da história, mas sim o elemento ignitor para reflexão e contextualização do mundo o qual o escritor criara. Por conta disso, diversas vezes o personagem é simplesmente posto como secundário em meio ao aparecimento de novos sujeitos. Como consequência, temos uma espécie de afastamento empático do principal, porém, a imersão na realidade descrita torna-se forte e instigante.

Tais atributos de profundidade são melhorados pela qualidade dos diálogos, sejam eles debates ou discursos. Pois, através deles, há a verdadeira introspecção do livro. Aqui, as conversas, principalmente entre oprimido e opressor, tomam o tom de uma espécie de “ensaio”, de maneira que, em certos capítulos, quase nos esquecemos do fato de estarmos lendo uma história e não um tratado sobre a futilidade da sociedade moderna. Ou seja, apesar de, como história, a obra funcionar muito bem, sua principal qualidade está no ato de propor uma discussão de forma indireta com o leitor.

No livro, 1984, a principal forma de alienação era o ódio, em Revolução dos Bichos, a idolatria, na obra, Admirável Mundo Novo, o prazer. Em todas elas, no entanto, há algo em comum, um subterfugio da busca pela verdade, de um sentido, da percepção como indivíduo. Se vale a pena uma eterna fuga da realidade dolorosa enquanto nessa vida? Não. O problema é que muitas vezes a alienação não começa nessa dúvida, mas na certeza de bolhas ideológicas. Uma obra incrível, com narrativa, história e desenvolvimento envolventes, vale a pena a leitura.

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alicia_paiva 02/09/2020minha estante
caraca, amg, amei a sua resenha, tô querendo ler adimirável mundo faz um tempo, mas agora que eu li a sua resenha... minha vontade aumentou ainda mais


@aprendilendo_ 02/09/2020minha estante
Muito obrigado! O livro é muito bom, acredito que você vai adorar.


custodiovitoria 02/09/2020minha estante
Adorei a resenha! O livro também é muito bom


@aprendilendo_ 02/09/2020minha estante
Muito obrigado!!


Marisa 03/09/2020minha estante
Amei a resenha. Esse livro sempre esteve na biblioteca do colégio que estudei na adolescência, lembro que ele me chamava bastante atenção, até lia alguns parágrafos nos intervalos, mas nunca tirei um tempo para levar ele para casa e ler rsrs agora até chegou a ser engraçado eu me deparar com uma resenha sobre ele, senti que preciso ler. Obrigada!


@aprendilendo_ 03/09/2020minha estante
Muito obrigado! Eu realmente recomendo que você leia então, kkkkk, quando um livro chama a tanto a atenção, não devemos esperar tanto para lê-lo, espero que goste.


Carol Mendes 03/09/2020minha estante
Ótima resenha... Essa questão de uma busca por sentido me lembrou da obra do Frankl!!
Parabéns pela reflexão.


@aprendilendo_ 03/09/2020minha estante
Muito obrigado!! Realmente, lembra um pouco por causa do extremo oposto, enquanto em Em busca de sentido, Victor Frankl fala sobre como superou o sofrimento, admirável mundo novo fala como fugiu dele, parte de minha reflexão sobre o livro deve ter partido um pouco de minha já experiência com Frankl.


Thayná 10/09/2020minha estante
Nossa! Nunca li uma resenha tão bem escrita, meus parabéns ??


@aprendilendo_ 10/09/2020minha estante
Muito obrigado, Thayná!!


Wanessa.Oliveira 30/09/2020minha estante
Já li! Ótimo livro. Realmente, nos faz refletir bastante! Ótima resenha!


@aprendilendo_ 22/10/2020minha estante
Muito obrigado!!


Nicy 19/02/2021minha estante
Sua resenha ficou incrível. Terminei de lê esse livro agora e estou com as emoções a flor da pele!!!


@aprendilendo_ 19/02/2021minha estante
Muito obrigado!! O livro realmente é muito bom!!


Mateus Pinheiro 13/06/2021minha estante
O sofrimento é indispensável pois é uma emoção inerente a natureza humana.
Gostei de sua resenha, terminei o livro agora e estou bem reflexivo a respeito kkk


Himawari 17/08/2021minha estante
caraca que resenha FODA


Jessi 17/10/2021minha estante
Eu gostei do livro, mas esperava mais dele não sei se li com muita expectativa ou não li muito bem


Wemerson.Santos 01/12/2021minha estante
Como faço para ler ?


Emanoele.sousa 14/12/2022minha estante
Como faz pra ler? Sou nova aqui?


Et5ew 29/07/2023minha estante
Como que lê mn


Et5ew 29/07/2023minha estante
Como que lê mn


Et5ew 29/07/2023minha estante
Como que lê mn




Phelipe Guilherme Maciel 28/12/2017

Uma distopia cujo controle da sociedade se dá através do prazer. Nada poderia ser pior!
Leia essa resenha por conta própria. Não será possível falar o que pretendo se não revelar partes estratégicas do enredo. Logo, se você se preocupa com spoilers, essa resenha não é para você.

Estamos acostumados a ler distopias onde o futuro é sombrio, terrível, com controle estatal poderoso e violento, mas este não. Admirável Mundo Novo, lançado no entre guerras, especificamente em 1932, é uma distopia onde o Estado domina o povo pelo prazer.

Huxley estava curioso com o processo de industrialização que ocorria no mundo, a revolução de conhecimento, industria cada vez mais presente, a era de Ford. E justamente por isso, ele imaginou um futuro onde os seres humanos são criados por máquinas de reprodução, e não existe mais a necessidade do aborrecimento de ter pai e mãe.

Neste universo, a dor e a velhice não existe, a morte não é algo que se deva temer e nem sofrer. Aborrecimentos, grandes paixões, grandes sofrimentos, tudo isso são inconvenientes que podem ser suprimidos com 1 comprimido de Soma.

As pessoas nascem em tubos de ensaio e são programadas no nascimento para fazer os trabalhos braçais (Ipsilons), os intermediários (Gamas, Betas, etc) e os grandes pensadores e líderes (Alfas e Alfas+). Através da hipnopédia, aprendem que devem dar valor para a sociedade, como se eles fossem um mero pequeno organismo deste grande organismo que é a sociedade. Logo, ninguém aspira ser nada além do que foi programado para ser.
Desde crianças, são estimulados a fazer sexo promiscuamente, a viver em grupos gigantes, e sempre consumir. Nada deve ser reaproveitado e nada deve ser remendado. Ninguém deve se ocupar em tarefas que não demandem o gasto de dinheiro, e não devem ficar ociosos. Se algo te aborrecer, deve tomar um grama de soma e ir curtir a vida.

Isso não seria um mundo perfeito? Oh! Admirável mundo novo, que encerra criaturas tais!

Esse verso de Shakespeare, que nomeia o livro e é uma das primeiras grandes falas do "Selvagem" John, é apenas uma do grande mar de poesia shakespeareana que entraremos em contato nesse livro.

Para Bernard, um Alfa+ meio fora da curva, esse mundo não é assim tão maravilhoso. Mas achei interessante o modo como o personagem rapidamente se sentiu devidamente encaixado no mundo quando deteve o poder que teve em suas mãos ao levar John para a "Civilização".

Este Selvagem é o ponto alto do livro, que em seus dramas de consciência nos mostra que esse mundo realmente é totalmente sem liberdade, uma vida calada sob um condicionamento poderoso e altas doses de droga, controle estatal, amor falso, fuga, mentira.

Controle estatal na verdade só se evidencia quase no final do livro, quando vemos a autoridade máxima deste lugar censurar um livro de ciência que ele próprio percebe ser maravilhoso, mas subversivo. Não se pode colocar em risco a ordem geral do planeta.

O diálogo dos últimos capítulos do livro são sensacionais, entre o Administrador e o Selvagem, um dos grandes momentos da literatura, a meu ver. O momento que John decide firmemente que este mundo é terrível, é extremamente tocante....

"_Eu gosto dos inconvenientes.
_Nós, não. Preferimos fazer as coisas confortavelmente.
_Mas eu não quero o conforto. Quero Deus, quero a poesia, quero o perigo autentico, quero a liberdade, quero a bondade. Quero o pecado.
_Em suma_, disse Mustafá Mond_, o senhor reclama o direito de ser infeliz...

_Pois bem, seja! Retrucou o selvagem em tom de desafio. _Reclamo o direito de ser infeliz.
_Sem falar no direito de ficar velho, feio e impotente. No direito de ter sífilis e câncer. No direito de não ter quase nada a comer. No direito de ter piolhos, no direito de viver com a apreensão constante do que acontecerá amanhã. No direito de contrair febre tifoide, de ser torturado por dores indizíveis de toda espécie.
Houve um grande silêncio.
_Eu os reclamo todos. Disse o Selvagem.
Mustafá Mond deu de ombros.
_À Vontade, respondeu."


Admirável Mundo Novo é um livro torturante. Mesmo querendo te oferecer todo o prazer do mundo.
Salomão N. 28/12/2017minha estante
Livro fortíssimo, seja pela poética do autor(contestação via Shakespeare) ou pelos temas abordados na obra. Existe um ensaio do próprio Huxley chamado "Regresso ao admirável mundo novo", que infelizmente não está mais em catálogo aqui no Brasil. Pelo o que eu sei esse ensaio é uma comparação explícita da atualidade em que Huxley vivia com o romance que ele já considerava profético.
Sem dúvidas Huxley era talentosíssimo.


Phelipe Guilherme Maciel 28/12/2017minha estante
Sim, totalmente. Usar Shakespeare para contestar os questionamentos dos civilizados foi uma obra de arte. Mostra que ele era um grande leitor. O livro é muito profético e podemos dizer que vivemos bastante do que foi descrito ali. Pessoas que passam a vida inteira desempenhando funções mas que não conseguem explicar sequer os fundamentos das coisas... Pessoas que sabem ler mas não conseguem entender o que está escrito sequer em linhas gerais. Pessoas que buscam o prazer infantil o tempo todo e desvalorizam os laços duradouros... O uso de drogas como fuga da realidade, e a idiotização que os governos impõem ao povo via televisão, radio, etc.
Isso é uma das coisas que mais incomodam nessa leitura. Não é algo tão longe assim da realidade.


Phelipe Guilherme Maciel 28/12/2017minha estante
Estou no final da faculdade de Direito e minha monografia versa sobre bioética e limites da responsabilidade médica, e percebi nesse livro que já naquele tempo ele discutiu isso. Quais os limites da biomedicina? Aquele tempo houveram muitas pesquisas com genes, e uma das criticas do livro é essa. A outra, é a coisificação e o consumo exarcebado. Huxley se mostrava muito consciente sobre a questão de que tudo em excesso faria um grande mal. Ele era contra a superpopulação, e dizia que paises superpopulosos seriam automaticamente menos livres, pelo peso dessa exarcebação.


Gustavo 28/12/2017minha estante
Vou colocar na meta 2018


Craotchky 28/12/2017minha estante
Hum, quanta coisa para ser discutida sobre esse pequeno livro. Adorei tua ideia inicial dizendo que o controle por prazer é o pior possível. Mais ou menos essa ideia me levou a dizer, na minha resenha, que essa é uma distopia meio utópica. O que mais me inquietou é que a argumentação contra essa sociedade se dá devido a falta de liberdade, mas ela só é sentida por nós, leitores. Se nascêssemos nela provavelmente não sentiríamos falta tendo em vista que nunca tivemos ela. É a questão que levanto na resenha: É possível sentir falta de algo que nunca tivemos?
Ah, pena eu ter lido esse livro antes de ler Shakespeare; não pude aproveitar tanto as referências.


Phelipe Guilherme Maciel 28/12/2017minha estante
Filipe, ótima questão você levantou. Veja o Bernard. Ele não se sentia bem nesse mundo, pois ele era um diferentão que não conseguia ser respeitado, possuir as mulheres que queria, ter uma alta posição. Na falta disso tudo, ele queria fugir de sua realidade, mas quando ele teve poder, fama, luxo, mulheres, ele rapidamente se adequou a esse mundo.
Isso que e perturbador demais. Porque realmente seriamos como aquele grupo de Betas horrorizados ao ouvir o Selvagem dizer que soma era veneno.
Realmente inseridos nesse mundo, grande parte de nós adoraríamos esse condicionamento.
E por isso essa falta de liberdade e tão gritante. Quando somos oprimidos, pelo menos somos livres para se revoltar e apanhar.
Em Admiravel Mundo Novo, nem isso nos é oferecido.


Phelipe Guilherme Maciel 28/12/2017minha estante
Agora, podemos realmente sentir falta de algo que nunca tivemos? Acho que a sabedoria popular responde bem: O que os olhos não vêem, o coração não sente.

Viver ali realmente não é ruim. Vc ama sua casta, seu serviço, e sua vida. Se vc nao se encaixa, vai para uma ilha viver com todos que nao se encaixam... Sem grandes traumas... Abra mão apenas da ciência, do amor real, doa sentimentos reais. Viva num emulador pra sempre.

Acho que Huxley queria criticar os rumos que a sociedade estava tomando sobre o consumismo desenfreado, a idiotização das massas, e o avanço da ciência sem barreiras. Acho que o ponto que ele queria chegar é bem esse... Devemos avançar tanto assim, a ponto de vivermos essa sociedade líquida que Balman sempre falou, em questão dos relacionamentos? Avançar a pontode eliminar laços fraternos, a divindade, deixar de temer a morte, e nos tornar espécies de robôs humanos, vivendo em busca dessa alegria enlatada?

Acho que realmenge só partindo da premissa de que estamos no hoje e podemos vislumbrar esse admiravel mundo novo e que ele se torna algo distópico.


Craotchky 29/12/2017minha estante
Claro, para quem vive lá e quase uma utopia. Ninguém abriu mão de nada pois para abrir mão de algo seria preciso ter tido esse algo; ninguém eliminou os laços fraternos, a divindade e outras coisas pois nunca tiveram. Mas então, qual tua preferência entre as distopias? Eu prefiro a de Huxley...


Phelipe Guilherme Maciel 29/12/2017minha estante
Ainda preciso ler 1984 e Fahrenheit 451 pra definir meu preferido entre as distopias classicas. Lerei esses 2 em 2018 e te falo.


Salomão N. 29/12/2017minha estante
Não li o do Bradbury, mas entre 1984 e Admirável Mundo Novo fico dividido.
Acho as ideias do 1984 melhores mas o texto do Huxley melhor... mas lembrando que estética literária é algo muito pessoal, né.


Phelipe Guilherme Maciel 29/12/2017minha estante
Acho que a do Bradbury deve estar bem próxima a do Huxley, pois ali o povp também quis abrir mão dos livros para viver uma vida despreocupada. Mas ali, o povo sabe bem do que abriu mão para ter a vida que tem. Fico muito curioso pela leitura. 1984 por sua vez é pelo menos o mais famoso entre as distopias classicas. Eu pretendo ler os dois neste 2018. Ai terei propriedade para pensar em qual e o melhor. Mas ja li a Revolução dos Bichos, e ressalvadas as complexidades da escrita, realmente Huxley é superior nesse quesito


Craotchky 29/12/2017minha estante
Achei que você já tivesse lido 1984, por isso perguntei. Detestei a distopia do Bradbury - para a qual fiz resenha. Achei muito, muito mais fraca do que as outras duas citadas, mesmo que tenha algumas boas ideias.


Phelipe Guilherme Maciel 29/12/2017minha estante
Resenhas que criticam grandes classicos são as que eu mais gosto. Vou buscar a sua quando estiver para ler o livro




Leticia 26/09/2015

Insano e profundo
Realmente o livro te faz pensar MUITO e principalmente sobre a sociedade em que vivemos. É incrível como mesmo sendo da década de 30, a história de um "futuro não distante" se encaixa nos tempos atuais.
Fica clara a comparação da criação humana no livro com o sistema de produção em massa (o Fordismo) quando até Deus perde o posto de criador para o Ford.

"Não há Civilização sem Estabilidade Social. Não há Estabilidade Social sem Estabilidade Individual."

Toda a sociedade é construída para que haja um equilíbrio. Cada indivíduo, desde antes de nascer, é condicionado aos seus deveres futuros de tal forma que estarão sempre satisfeitos e felizes onde estão, fazendo o que fazem, sem questionar ou desejar qualquer coisa. Se estiverem tristes, se algo desagradável acontecer, há o "Soma", a droga liberada do futuro, que permite a fuga da realidade. Dessa forma, é possível controlar a sociedade e manter a máquina funcionando sem problema e interrupções, o que beira a perfeição do sistema social.

Parece ficção, mas já vemos por aí Estados de alguma forma controlando nascimentos, condicionamento, desejos, trabalho, relacionamentos, etc.
Helio 28/09/2015minha estante
caralho, que orgulho!


Helio 28/09/2015minha estante
ela escreve resenhas!


Helio 28/09/2015minha estante
orra, tá podendo hein!


Helio 28/09/2015minha estante
ela pensou MUITO, pessoal!
cla clap clap


Leticia 28/09/2015minha estante
ei, para de tirar sarro! ¬¬


Helio 29/09/2015minha estante
sabe o que eu achei desse livro?
insano.
só insano?
não, insano e profundo.

hahahahahahha


Leticia 29/09/2015minha estante


Leticia 29/09/2015minha estante
es


Leticia 29/09/2015minha estante
tu


Leticia 29/09/2015minha estante
dar


JUNIOR OMNI 06/02/2016minha estante
OS NOMES DE KARL MARX e LENIN no livro são:
"BERNARD MARX" e "LENINA"...




Ingrid_mayara 08/12/2017

Minha experiência de leitura
Foi um alívio terminar a leitura desse livro. Comecei a lê-lo em e-book, mas após cerca de cinquenta páginas de tortura com tanta confusão (principalmente na paragrafação e na disposição dos diálogos), decidi emprestar de um amigo a edição física publicada pela Biblioteca Azul para prosseguir com a leitura, porém, meu desinteresse estava na narrativa mesmo.

Voltei ao início, e quando passou das primeiras cem páginas, finalmente tive algum interesse. Considero as últimas páginas as melhores, que realmente salvam a experiência de leitura. Se eu recomendo esse livro? Talvez. Inegavelmente a história é incrível, inesquecível, já a narração...

Ah, uma curiosidade que você talvez não saiba:
A banda The Strokes tem uma música chamada "Soma", que é o nome de uma droga consumida em Admirável Mundo Novo. Leia o trecho inicial da música:
"Soma is what they would take when hard times opened their eyes".

site: Se quiser me seguir no instagram: @ingrid.allebrandt
Patsy Z 08/12/2017minha estante
O Soma é a nossa fluoxetina do momento, tem muita gente vivendo de soma ainda. Adoro esse livro, acredito que a narrativa rebuscada é da época, mas é um livro base, depois de ter o ter lido conseguirá ver que muitas distopias retiraram partes dessa obra.Que bom que insistiu :)


Luize 08/12/2017minha estante
Concordo plenamente! A ideia do livro é ótima, mas a narrativa é arrastada. Não acho que a escrita seja rebuscada. É só cansativa mesmo. Tem gente que sabe contar histórias, tem gente que não sabe. Tolstoi e Machado de Assis escreveram suas obras um século antes de Huxley e suas narrativas não são nem um pouco cansativas, mesmo Machado com varias palavras rebuscadas que não se usa mais.

Essa foi uma das distopias mais chatas que eu já li. O grande mérito dessa obra são suas ideias, já o desenvolvimento...


Polly 08/12/2017minha estante
Os três primeiros capítulos são realmente devagar. Mas, achei que, depois desta parte, a leitura flui. Gostei bastante da leitura, diferentemente de 1984, que se baseia na política apenas, Admirável Mundo Discute muito a moralidade da sociedade, que é um assunto que acho interessante.


arrobasamara 08/12/2017minha estante
Adoro essa música do Strokes ahha


Ingrid_mayara 08/12/2017minha estante
Nossa, Luize! Obrigada pelas palavras. Super concordo. Também não acho a escrita rebuscada, apenas cansativa mesmo!


Nívia 21/12/2017minha estante
Concordo muito com a sua resenha!! E ainda vou ter a audácia de dizer que não gostei da escrita hahahaha. Não sei se foi culpa da tradução, mas achei alguns diálogos mt artificiais. Não sei se já leu 1984; mas, se não tiver lido ainda, super recomendo! Muitos comparam os dois, mas acho o segundo infinitamente melhor.

Amei saber isso sobre The Strokes


Ingrid_mayara 21/12/2017minha estante
Nívia, realmente eu não tive boas experiências com distopias por causa da narrativa, mas pretendo conhecer os escritos do Orwell em janeiro. Espero gostar, já que falam tão bem dele... Obrigada por comentar!


Luize 21/12/2017minha estante
Ingrid, uma sugestão, minha distopia favorita: O Planeta dos Macacos. A narrativa é interessantíssima e muito reflexiva e a escrita é muito fluida do tipo que não queremos largar a leitura. Tenho certeza que você vai gostar dessa distopia.

Ps. Não importa se você assistiu ao filme, o livro é um pouco diferente e é muito superior ao filme, além disso o final é diferente. Então será uma leitura surpreendente.


Ingrid_mayara 22/12/2017minha estante
Obrigada novamente, Luize! Não gostei do filme mesmo, mas vou tentar ler esse sim!


Laura Rangel 02/02/2018minha estante
Vou tentar de novo... tá tão chato que tô lendo e pensando: 'por que tô gastando o meu tempo com isso?', é muito absolutamente 'boring', mas já que vocês estão dizendo que melhora, vou dar mais uma chance (tô na página 70)...


Kesy 20/08/2022minha estante
Este livro foi meu divisor de águas na minha adolescência.




Regis 11/10/2022

O livro se passa em uma realidade futurista bem diferente da que conhecemos, em uma sociedade extremamente científica, onde Deus: é Ford, e seu modelo de linha de produção é usado para criar seres humanos de proveta pré-condicionados biologicamente e condicionados psicologicamente à obedecer o estado científico totalitário. Uma visão pessimista do futuro e crítica feroz do culto positivista à ciência.

Em um mundo onde a felicidade obrigatória e o modelo ideal de sociedade é mais importante que a arte, as emoções e a individualidade, uma droga chamada "Suma" se torna necessária para reprimir qualquer desejo de libertação mental e espiritual, funciona como uma fuga de medos, anseios e qualquer coisa que desperte sentimentos aos quais os indivíduos não estão preparados para lidar. Tornando toda a sociedade escrava dessa droga e dos ditames do governo totalitário, guiado pelos ensinamentos do grande "Deus Ford", que decide como você nasce, pensa, vive e o seu lugar no mercado de trabalho através de modificações genéticas e condicionamentos mentais.

Seres humanos moldados e mantidos de acordo com a doutrina fordista, são classificados em castas onde os Alfas estão no topo da pirâmide e os Ípsilons na base.
Como seria o mundo se todo o sofrimento, medo, dores, individualidade, as doenças e a velhice fossem suprimidas?
Aldous Huxley nos mostra em Admirável Mundo Novo.

Nessa leitura não me apeguei aos personagens, o que me despertou mesmo o interesse foi toda a estrutura criada e a forma de doutrinação e controle da espécie humana. Como eram moldados para desde o nascimento abominarem família, monogamia, privacidade e pensamento criativo, como eram incentivados e introduzidos aos jogos sexuais desde crianças.

O personagem que mais desperta interesse é John, O Selvagem, e mesmo assim o interesse inicial por sua trajetória decai quando seu fanatismo "religioso" se torna extremo no final. Se isolando e se autoflagelando em um farol, me fazendo lembrar muito em certo momento os habitantes da ilha Sentinela do Norte, afungentando à flechadas qualquer um que viesse interromper seu alto isolamento e solidão.

O autor na introdução do livro cita se arrepender do destino final dado a John.

Gostei do personagem Helmholtz, mas ele não foi muito bem desenvolvido.
Os outros personagens (Linda, Bernard Marx e Lenina Crowne não despertam a curiosidade e suas trajetórias são incompletas e até massantes.

"O bom livro é aquele que se abre com interesse e se fecha com proveito." Amos Alcott

Concordo com essa citação e esse livro se encaixa perfeitamente aqui. Com certeza pensarei muito em toda essa distopia, e tirarei bastante proveito das reflexões futuras que essa leitura me despertar.
Recomendo muitíssimo esse clássico.
HenryClerval 12/10/2022minha estante
Sua resenha está perfeita, minha querida amiga. Enunciou exatamente o que senti com a leitura.


Josy 12/10/2022minha estante
Esse livro é perfeito, um dos meus favoritos da vida.


Caio 12/10/2022minha estante
Que resenha linda. Parabéns!


Regis 12/10/2022minha estante
Obrigada Leandro. ?


Regis 12/10/2022minha estante
É um clássico ótimo mesmo, Josy. ?


Regis 12/10/2022minha estante
Obrigada, Caio! ?


Alex 12/10/2022minha estante
Já estava na lista. E sempre adiei, mas como sempre, suas resenhas empurram títulos pro topo da lista rsss.


Regis 14/10/2022minha estante
Suas resenhas e dicas fazem o mesmo comigo Alex. E até agora nenhuma me decepcionou. ?


HenryClerval 14/10/2022minha estante
Concordo com o Alex. Você tem o poder de nos despertar o interesse nas suas leituras. ?


Regis 14/10/2022minha estante
Nem sei o que dizer Leandro... Agradeço aos dois. ?




Eliza.Beth 02/01/2023

A felicidade é uma mestra severa
Que bizarrice de vida!
Seres humanos criados em laboratórios, com todos os aspectos extremamente controlados. Generalidades necessárias. Não existe espaço para o particular.

O contato com a natureza e livros é proibido. (Se formos parar para pensar nas razões???. Vish, melhor nem pensar)

Ser solitário, proibido. (Que diabos de pessoa você pode se tornar quando encara seus pensamentos? Tsc, tsc)
O Estado não gosta. Proibido.

Tem também o Soma. Comprimidos que eles tomam para êxtase imediata. Esquecimento imediato. Fuga.
Qual é o seu soma?

Enquanto explicam a robotização do ser humano, eles falam em ?progresso?.

Mas aí surge o John, o selvagem, que gosta de externar suas angústias através de trechos das obras de Shakespeare. Personagem que muda todo o rumo da história. Adorei esse personagem, apesar de não gostar da pessoa.

Gostei muito da escrita do Huxley, e em especial o capítulo 3, que ele alterna parágrafos entre acontecimentos com diversos personagens. Esse capítulo foi um dos melhores que já li na vida.

Livro espetacular. Final coerente com a história e com distopias.
Ainda estou à procura de uma distopia ruim. Felizmente, não foi hoje.
Recomendo muito!
Alan kleber 02/01/2023minha estante
Huxley temia aqueles que dariam tanto, que fariam as pessoas ficarem passivas e egoístas. temia que a verdade fosse jogada em um mar de irrelevância.


Alan kleber 02/01/2023minha estante
Huxley temia aqueles que dariam tanto, que fariam as pessoas ficarem passivas e egoístas. temia que a verdade fosse jogada em um mar de irrelevância.


Eliza.Beth 07/01/2023minha estante
Chegamos nesse tempo? e sem esperança de melhora


Carolina.Gomes 07/01/2023minha estante
Espetáculo! Vc pegou a essência de Huxley. É isso! Joga a gente no chão pq é assustadoramente atual.


Michela Wakami 19/01/2023minha estante
Amiga você leu 1984?


Eliza.Beth 22/01/2023minha estante
Liiii simmm, um dos meus livros favoritos da vida!


Michela Wakami 22/01/2023minha estante
Que legal.??


Alan kleber 23/01/2023minha estante
Tem outro livro distópico menos conhecido, mas que dizem que foi influência pra o 1984 do Orwell. É o "Nós" de Yevgeny Zamyatin. Nele o Estado quer acabar com o lívre arbitrio.


Eliza.Beth 23/01/2023minha estante
Tbm tenho muita vontade de ler ?Nós?, Alan




Jamile.Almeida 17/09/2020

Felicidade em pílulas!
Um mundo em que você é obrigado a ser feliz... afinal, o inconformismo, a incerteza, a insegurança leva ao questionamento, nos faz repensar... então se a angústia bateu, nada como uma boa dose de SOMA! O remédio anti-sofrimento.

Uma sociedade dividida em castas, onde as pessoas foram pré condicionadas e produzidas em laboratório, numa escala Fordiana (?oh, Ford?- ?oh, Lord? - as referências e analogias a esse nome no livro são de rodopiar cabeças), para aceitar seu local de pertencimento e iguais em seus grupos. Onde os valores de família e relações humanas por carinho, amor ou qualquer sentimento não fazem parte de um bom comportamento.
Esses elementos - felicidade que entorpece, cega e mata, condicionamento, igualdade absoluta dentro das castas, ausência de possibilidades de mudanças de status social, governo controlador, destruição de laços familiares - que medo desse enredo!

O livro ainda traz o personagem mais apaixonante e verdadeiro de todas as distopias que li: John, que não poderia ter melhor apelido - O SELVAGEM.
Sua estranheza diante desse admirável mundo, sua inocência perante as incertezas e suas menções a Shakespeare ganharam meu coração... que grande livro, meus amigos!
Aryana 17/09/2020minha estante
Tá na lista!


Jamile.Almeida 17/09/2020minha estante
Ele é mais gostoso de ler do que 1984. E olha que amei os dois.


almeidalewis 18/09/2020minha estante
Como sempre uma boa análise para aqueles que tinham alguma dúvida !
? esse é um daqueles da sua coleção que eu ainda não li ?.


Jamile.Almeida 18/09/2020minha estante
Super vale, Almeida!


almeidalewis 19/09/2020minha estante
Não tenho dúvidas ?.esse ano minha programação já tá no limite ( meu ritmo é mais lento que os demais ? ).vou tentar encaixar ele para 2021 ?.???


Jamile.Almeida 19/09/2020minha estante
Caminhando sempre! Nao é corrida, é prazer em ler! Isso ai!! ??????


almeidalewis 19/09/2020minha estante
Disse tudo Jamile ?????


Guilherme.Augusto 21/10/2020minha estante
Sabia que vce iria gostar! haha


Jamile.Almeida 22/10/2020minha estante
Ameeeeeiiii




Pam 23/06/2021

Distopia extremamente marcante
A história se passa no ano de 2540, onde as pessoas não nascem mais através de uma mãe e um pai, e sim são criadas pela engenharia genética (ainda é difícil de acreditar que Huxley escreveu isso a quase 90 anos atrás).
Aqui as classes mais baixas são manipuladas para serem menos inteligentes e as mais altas adquirem habilidades cognitivas maiores, e dessa forma são condicionadas a cumprirem funções conforme as suas classes.
Como forma de mantê-los controlados e evitar possíveis rebeliões, o governo distribui o ?soma?, uma droga que manipula os sentimentos dos indivíduos, induzindo-os a não sentirem nada além de felicidade e uma falsa sensação de bem estar, e assim, consequentemente, os impedindo de questionarem e se rebelarem contra a forma de funcionamento desse ?mundo novo?.

Confesso que a livro é um pouco maçante em alguns momentos, por isso não foi uma leitura fácil ou cômoda, mas fiquei feliz por ter continuado.
Por fim, concluo que esse é um clássico distópico assustadoramente atual. Uma sociedade onde os indivíduos são constantemente manipulados, onde a cultura é considerada inimiga, a tecnologia se torna absurda e os valores cada vez mais distorcidos.
Pam 26/06/2021minha estante
Há quem acredita que admirável mundo novo não é uma distopia e sim uma utopia, mas esse não é o meu caso.


Pam 26/06/2021minha estante
ou que existe um paradoxo entre mundo utópico e distópico nesse livro


Jo 27/06/2021minha estante
Amo esse livro.


Letícia 13/07/2021minha estante
qual a classificação indicativa do livro?


Pam 20/08/2021minha estante
Oi, Let.
Procurei em todos os lugares possíveis pra poder te dizer, mas sem sucesso :(

Então eu diria que 14+


Letícia 20/08/2021minha estante
obrigada mesmo assim :)


Cesar 02/02/2023minha estante
Na minhas percepção é o contrário, não é uma "falsa" sensação de bem estar, ela é genuína e mesmo que soubessem de toda a verdade, eles ainda iriam escolher viver daquela maneira.

Eu também gosto de brincar dizendo que "toda utopia é uma distopia"




Israel145 01/01/2017

Os clássicos distópicos que geralmente são categorizados no mesmo patamar são quatro: ADMIRÁVEL MUNDO NOVO de Aldous Huxley (1932), 1984 de George Orwell (1948), FARENHEIT 451 de Ray Bradbury (1953) e LARANJA MECÂNICA de Anthony Burgess (1962). Destes, apenas o de Bradbury ainda não foi lido, infelizmente, mas irei tecer a opinião sobre o futuro distópico de Huxley baseado no de Orwell e Burgess.
Por ser o primeiro da safra, o quesito originalidade é totalmente justo ao livro. O futuro de ADMIRÁVEL MUNDO NOVO ocorre cerca de 632 anos depois de Ford (Henry Ford), que é cultuado de maneira irônica como um novo deus. No futuro, pessoas não nascem, são decantadas e produzidas em série tal e qual as indústrias de Ford produziam veículos. Destituídos de pensamentos próprios e emoções, são condicionados desde cedo a se comportar da maneira como são projetados para tal. A Londres do livro é asséptica e iluminada e o autor introduz o leitor de maneira didática nesse novo mundo.
Apesar da idéia original, infelizmente os personagens não tem a mesma densidade de um Winston Smith (1984) ou um Alex (Laranja Mecânica) e o futuro, apesar de obscuro e opressor, não chega aos pés da opressão do Big Brother em 1984. O que pode dar a entender que 1984 requenta algumas idéias do livro de Huxley e as reapresenta de uma maneira mais impactante. As transgressões também não se comparam às do endiabrado Alex no Livro de Burgess. Os personagens chegam a ser até bem comportados, por assim dizer.
Dentre os destaques, o personagem Bernard Marx é o humano que veio com defeito da linha de montagem, e praticamente é quem tenta burlar o sistema da Londres futurista e inserir o personagem John, um selvagem retirado de uma reserva no Novo México e que declama Shakespeare, para ignorância de muitos.
Apesar da mensagem clara do livro, o autor exagera um pouco na concepção do selvagem e o faz até com certa culpa cristã nas costas, repudiando a promiscuidade do mundo novo e da falta de emoções transformando certos trechos em pura pieguice.
ADMIRÁVEL MUNDO NOVO não chega a ser ruim, porém, não tem o brilho dos demais livros da mesma safra. Por falta de um futuro mais rico em tecnologia, por falta de personagens mais transgressores, por falta de um vilão à altura da ignomínia do conceito de opressão da história, por excesso de pieguice e por excesso de vaidade do autor, que encheu muitas passagens com tantas citações de Shakespeare que chega a irritar em alguns momentos. Enfim, apesar de ser um clássico da literatura universal, vale mais pra quem se interessa pelas distopias clássicas.
P.S. A capa da edição da Bibliotecaca Azul, é genial, traduz muito bem o conceito do livro e traz um curioso efeito esteroscópico que pode ser percebido com algum esforço.
GH 01/01/2017minha estante
Irmão, lhe recomendo uma distopia subestimada e brasileira: Não verás país nenhum, do Ignácio de Loyola Brandão. Sobre as distopias: concordo com você e a minha preferida é justamente a que você não leu, do Ray Bradbury.


Israel145 01/01/2017minha estante
Obrigado, GH. Vou conferir. E espero ler a do Bradbury em breve. Sempre recebo boas recomendações desse livro.


GH 01/01/2017minha estante
O livro é curto e é dividido em duas partes, apenas, eu lembro de lê-lo em 2012 em um dia, iniciei e fui indo, indo, até que o livro acabou. Reli em 2014 na mesma pegada. Talvez o MAIS COMPLETO seja o do Orwell, mas sem dúvidas o mais cativante e não menos visionário, é o do Ray.


Thiago 01/01/2017minha estante
Eu tenho um amigo virtual, que sempre fala que a melhor ficção distópica seria "a guerra das salamandras" do escritor tcheco Karel Capek, e ele também recomenda o "nós" do escritor Russo Zamiatin, que foi o primeiro romance do gênero, e que serviu de influência ao George Orwell, algumas pessoas dizem que também ao Huxley, mas ele disse que só leu o livro depois de publicado o seu "admirável mundo novo".


Israel145 01/01/2017minha estante
Eu já li algo sobre o Zamiantin ser a referência principal do Orwell. Mas esse do Capek é novidade pra mim.


GH 01/01/2017minha estante
Não conhecia nenhum dos escritores. Mas já anotei os dois livros, me interessaram demais.


Raquel.Chiaradia 09/03/2017minha estante
Esperei anos e anos pra ler Admirável Mundo Novo. Queria ter a certeza de que entenderia a obra, as intenções do autor, etc. etc. Entender eu entendi e até achei interessante uma distopia sobre a "ditadura da felicidade e do bem-estar", porém o livro não é nem um pouco bem escrito, e senti o mesmo em 1984, uma enorme crítica social, porém muito falho no aspecto literário. Concordo com o GH,o Farenheit 451 é a minha distopia preferida, apesar de não ter lido Laranja Mecânica. E também recomendo a leitura de Não verás país nenhum. Este eu li há muito tempo e quero reler.




André 08/03/2020

Prefiro ser eu mesmo; eu mesmo e desagradável. E não outro, por mais alegre que seja.
"Close this mind, dull this brain. Messiah before his fall. What you see is not real, those who know will not tell. All is lost, sold your souls to this brave new world"

Assim como para qualquer apreciador da Donzela de Ferro e conhecedor, em algum nível, do idioma inglês, também para mim "Admirável Mundo Novo" há muito soa familiar. E conquanto estejam longe os dias em que tomei ciência da existência de um livro com esse título, o interesse pela obra de Huxley apenas recentemente exsurgiu para mim. Assim sendo, e posto que, invariavelmente, esse tipo de tema me causa certa aflição, era hora de enfrentá-lo e conferir se a canção que saía da boca de Bruce Dickinson guardava correlação com a obra de Huxley.

Ainda falando mais de música que do livro, há uma do Raul que diz: "Ao meu lado um dicionário cheio de palavras que eu sei que nunca vou usar". Inobstante apreciação da minha parte com as músicas do cantor baiano — com essa, de modo especial — imprescinde consentir que o livro tem orações bem escritas e é cheinho de palavras que aparecerem rara ou pelo menos não tão frequentemente em nossas vidas, as quais podem nos fazer recorrer ao dicionário para uma perfeita interpretação do que é dito, e isto é uma coisa boa. Escusas, Raul.

Tratando especificamente da obra, pode-se obter, como corolário do parágrafo que a este antecede, a ideia de que o livro caiu bem em minhas graças. Não é verdade. O livro de Huxley não é uma maravilha. Os personagens, mesmos os protagonistas, embora possuam alguma subjetividade, são rasos. O início é maçante; muita informação (que talvez seja necessária); o pano de fundo só depois de muitas páginas ocupa seu (devido) lugar de pano de fundo e dá finalmente espaço para o enredo principal se desenvolver. Esse início arrastado foi o maior ponto negativo do livro para mim.

Ademais, é certo que a sociedade futurista já subserviente apresentada em Admirável Mundo Novo muito provavelmente seria passível do controle e condicionamento estatal por Huxley imaginado. No entanto, como distopia, 1984 é muito mais convincente. A tirania benévola e imperceptível de Huxley precisaria de uma primeira fase, esta mais parecida com a de Orwell. Controle através da força e da tortura: o medo da repressão como instrumento de controle. Não consigo imaginar a sociedade não se sublevar ao processo bokanovsky ou à implementação de um sistema de hipnose que, nas crianças, durante o sono, tivesse como objetivo arraigar, desde os primeiros dias de vida, noção de vulgaridade e repugnância aos conceitos de família, amor, pai ou mãe, ou mesmo monogamia, por exemplo. Estou me referindo àqueles nascidos antes da hipnopedia e não bokanovskyzados e que estariam, de forma inerte, vendo tudo isso entrar em prática.

Na mesma esteira, os que vão pelas páginas de Admirável Mundo Novo deparar-se-ão com a estrambólica ideia de que, para as pessoas dessa civilização, ser promíscuo é um dos aspectos de conformidade com a boa conduta. Tal-qualmente inimaginável para mim. Porquanto a noção do que se enquadra ou não no conceito de promiscuidade evidentemente muda com a evolução da sociedade, mas o mesmo não se observa quanto ao viés depreciativo da qualidade do que é ser promíscuo. Explico: nossos costumes contemporâneos obviamente soariam reprováveis aos olhos de um vivente do século XVII, por exemplo, mas nós não vemos assim. Nenhum contemporâneo nosso, e assim, certamente, praticante de atos censuráveis ou de costumes dignos de repreensão aos olhos de um hipotético observador anacrônico, este de habitude completamente obsoleta, aceitaria o rótulo de promíscuo como forma de virtualidade, vez que, esses atos e costumes praticados pelo nosso contemporâneo estariam enquadrados no comportamento usual de toda a sociedade.

Outrossim, ao meu ver, há um contrassenso a um dos principais princípios dessa sociedade futurista: cada um pertence a todos. Nessa sociedade o sexo é estimulado desde a infância, e ficar apenas com um parceiro é tido como algo retrógrado e reprovável. Isto posto, e se não há direitos e garantias individuais e cada um realmente pertence a todos, por que Bernard Marx (bem sugestivo) precisaria do consentimento de Lenina para dormir com ela?

Em outra mão, é notória a preocupação do autor com a obsessão que estados totalitários precisariam ter para criar um eficiente sistema de controle, possibilitando a verdadeira e ideal manipulação de toda a sociedade . Estranhamente, Huxley não explorou o uso da propaganda como instrumento de manutenção do sistema, ou talvez eu apenas não me lembre disso, mas o fez com relação à ciência.

Nesse sentido, insta destacar que as predições de Huxley, algumas delas, fazem muito sentido do ponto de vista lógico, e outras, não para nosso contentamento, da simples constatação de circunstâncias em que vivemos. Tratando destas, analisemos:

"[...] gosto da ciência. Mas a verdade é uma ameaça, a ciência é um perigo público. Ela é tão perigosa hoje quanto foi benfazeja no passado. [...]. Por isso limitamos com tanto cuidado o círculo das pesquisas [...]. Nós permitimos apenas que ela se ocupe de problemas mais imediatos do momento. Todas as demais pesquisas são ativamente desestimuladas". pp. 272 e 273.

É fato que, nos dias atuais, professores e estudiosos de diversas áreas são acossados se têm seus nomes ligados a pesquisas contrárias ao apregoado pela ciência tradicional. Há cientistas, por exemplo, pró vacinas que, mesmo defendendo a importância destas, enfrentam dificuldades em arrecadar fundos para futuras pesquisas ou em publicar um artigo em uma revista científica depois que, em algum momento, defenderam, com base em seus estudos, que o modus operandi mais seguro seria a aplicação de vacinas com intervalos de tempo maiores entre as doses dos que os costumeiramente praticados. Na mesma mão, há também especialistas que defendem que as mudanças climáticas não têm como causa os hábitos humanos, assim, consequentemente, acabam acossados de diversas formas.

Prescinde entrar no mérito destas ou de outras questões científicas para constatar que a perseguição moral e o intuito de combalir financeiramente estudiosos que, no todo ou em parte, não estão de acordo com a existência de fatos reputados como inquestionáveis pela ciência convencional já se enquadrada nas palavras de Huxley: "Todas as demais pesquisas são ativamente desestimuladas." A ciência não deve ser um dogma, uma vez que ciência é constatação da realidade, não de fé. Deve estar solidificada no empirismo, não na chacota de pesquisadores ou na intimidação dos financiadores desses pesquisadores. Como consequência de algumas particularidades que tem havido nesse sentido, gera-se nas pessoas uma sensação (às vezes percepção) de que algo delas tem se tentado esconder, o que enseja algumas teorias verdadeiramente excêntricas e infundadas, como boicotes à vacinas, terra plana, etc. Alguém poderia somar também aquecimento global aqui, mas eu não.

Finalmente voltando à música do Iron Maiden, esta bem poderia se cuidar meramente de casualidade. Inclusive foi o que eu pensei lá atrás. Agora, a julgar por alguns trechos da música e pela capa do disco de mesmo nome (refiro-me à cidade futurista, não ao Eddie), e depois de explorar o livro de Aldous Huxley, resta evidente não se tratar apenas de coincidência. É sim referência de ingleses à obra de ingleses.

Por fim, levando em conta a grandiosidade com que a obra é anunciada, eu honestamente esperava mais. Quando li minha primeira distopia, 1984, foi uma página pedindo outra desde o início e, quando ela chegou ao fim, tive a frustração que só alguns livros são capazes de deixar. Admirável Mundo Novo, a despeito de ser um livro para refletir, pelo menos para mim, não foi uma leitura prazerosa. Sim, ele é muito interessante; tem muitas metáforas como o soma e o pão e circo, como o álcool acidentalmente posto no pseudossangue de Bernard e a capacidade de fazermo-nos irromper em ideias que certas vezes só o devaneio causado pelo álcool pode induzir, entre algumas outras. O livro tem seu valor, e eu preciso anuir, sem prejuízo das minhas ressalvas, com isso.
Adriana 26/04/2020minha estante
Já pode ser colunista! Me surpreendi com as alusões feitas ao correr do texto, e gostei ainda mais da síntese e coesão da opinião final.


André 28/04/2020minha estante
hahaha eu buguei pois você disse ter gostado da do éramos e curtiu e comentou a do admirável, mas obg de qqr forma =) judalesca!


Adriana 01/05/2020minha estante
Só falei verdades! Devia fazer mais resenhas em vez de dormir tanto! ?


André 03/05/2020minha estante
ta lokona amiga? kkkkkkkk durmo mto pouco. isso sim!!!!!!!!!!!!!! (só pra comprovar que pomos mais exclamações, interrogações e reticências conforme vamos ficando com mais idade........) entendeu?????? primeiramente, se um dia eu puder, quero dormir tudo que tenho de sono atrasado, que em meses deve dar uns vinte e seis bem dormidos. Segundamente, pretendo fazer mais resenhas conforme eu tenha tempo, preciso treinar minha escrita, agora, eu mal tenho tempo de ler meus livros ou de entrar aqui sossegadamente =/ e eu durmo muito???????????????? kkkkkkkk mas obg msm. que bom que gostou =*


Adriana 03/05/2020minha estante
Amiga, eu estava sendo irônica!! Tudo o que você não faz é dormir muito! Com o passar dos anos as pessoas tendem não entender ironias também? Hahahahah... Os bons tempos estão chegando! ?


André 05/05/2020minha estante
"Aah bom!" kkkk honestamente não fui capaz de constatar, mas achei estranho. Vc longe aí, sei lá.




Craotchky 06/09/2015

Distopia meio utópica...
"Pode-se dizer alguma coisa a respeito de nada? É a isso, afinal, que se reduz a questão."

Você provavelmente sentir-se-ia descontente, incomodado com a ideia de seu livre arbítrio, seus direitos civis, pessoais e morais, seu direito de livre expressão, sua capacidade de construir opiniões próprias e divergentes, em suma, sua liberdade (tudo isso que você supostamente tem) fosse usurpada de você. Se fosse tirado de você sua individualidade, as características que lhe tornam único, afanando seu direito de ter sensações, sentimentos; e eliminando seu lado emocional. Extirpando de você aquilo que, por vezes, chamamos de “humanidade”.

Você sentiria falta de tudo isso? De sua liberdade? Certamente a resposta é positiva pois você está condicionado a sentir-se assim. Mas você sentiria falta de coisas que em nenhum momento da vida teve? Duvido. Pois é isso que acontece aqui: as pessoas desse mundo novo nunca tiveram essas coisas. A questão é: Você pode sentir falta de algo que nunca teve, nunca viu? Você pode sentir falta de algo que não existe? Creio que não.

"Tal é a finalidade de todo o condicionamento: fazer as pessoas amarem o destino social de que não podem escapar."

Os habitantes deste admirável mundo novo não tiveram sua liberdade roubada pois jamais nunca a tiveram para início de conversa. Aqui as pessoas são condicionadas, antes mesmo de nascer, ao futuro que as esperam. São preparadas especificamente para o ambiente e sociedade na qual vão viver, bem como as funções que irão exercer. Uma sociedade utópica onde todas as pessoas, sem exceções, são felizes, saudáveis, com a vida perfeita, com empregos perfeitos, condizentes com suas aptidões físicas e mentais.

"Cremos nas coisas porque somos condicionados a crer nelas."

Esse é um dos principais pontos levantados pelo livro de Huxley, sem falar em toda questão moral e ética, das quais, não vou falar. Aldous procura acicatar no leitor o debate sobre os assuntos que constituem sua obra. Sua exposição de ideias é incrivelmente clara. O livro é extremamente complexo, amplo; expõe incontáveis questões. Contudo, tratei aqui somente de um único tópico que me pareceu relevante.

"O mundo agora é estável. As pessoas são felizes, têm o que desejam e nunca desejam o que não podem ter."

Até agora li várias resenhas muito boas sobre esse volume. Resenhas que abordam outros pontos do livro e levantam mais e mais questões interessantes sobre ele. O livro de Huxley é uma ramificação de ideias. Entretanto é ainda mais do que isso e, não a toa, é considerado uma distopia (utópica) clássica; um livro que planta ideias e deixa vestígios na mente do leitor.

"Como há aqui seres encantadores! Como é bela a humanidade! Oh! Admirável mundo novo...! "
Augusto 06/09/2015minha estante
Bela resenha, brother.


Craotchky 06/09/2015minha estante
Valeu; essa era a intenção!


Bruno 'Empathy' Kuhn 18/03/2016minha estante
Interessante! Estou interessado em ler o livro, mas penso se não tem uma pitadinha de doutrinação ideológica quanto ao medo do avanço da ciência e das liberdades individuais (principalmente sobre a citação de 'promiscuidade' na sinopse do livro). O que achas disso?


Craotchky 20/03/2016minha estante
Talvez tenha essa pitadinha de doutrinação ideológica mas muito, muito leve. O livro aborda as diferenças da sociedade apresentada em relação a nossa (tanto a nossa sociedade contemporânea quanto a existente na época do lançamento do livro). É mostrado, de certa forma, um futuro que pode ser visto como utópico, com várias vantagens para aqueles que nele vivem e pouquíssimas desvantagens, que só nós leitores percebemos, mas que as pessoas por elas atingidas não podem perceber pois são condicionados para tal. Uma dessas desvantagens pode ser vista como a obliteração da liberdade individual, principalmente a liberdade de pensamento. Mas, como eu pergunto na resenha:
Mas você sentiria falta de coisas que em nenhum momento da vida teve?
O grande debate moral e ético é mais ou menos este: Vale ou não vale a pena essas várias vantagens tento como preço as pequenas desvantagens? Sei que não deixei muito claro minhas ideias mas isso deve-se pelo livro abordar tantas e tantas questões que cada leitor tem sua impressão sobre esta obra. É um livro singular e muito interessante. Mantenha seu interesse no livro; não tenho dúvida em recomendar ele. Então leia, forme suas ideias, e não deixe de comentar comigo sua opinião.


Lucas.Cunha 13/10/2023minha estante
Concordo com a avaliação que pode-se tratar sim de uma sociedade utópica, talvez até mais do que uma distopia, porque devemos tentar avaliar a sociedade longe dos preceitos que carregamos da nossa, da mesma forma quando olhamos uma sociedade do oriente ou então até mesmo grupos de caçadores-coletores que possuem algum costume estranho para nós e automaticamente tendemos a associar isso a algo ruim, quando ao meu ver deveria ser algo muito mais sobre perspectiva. ALERTA DE SPOILER. Principalmente quando avançamos para o final da leitura e percebemos que tal sociedade possui até mesmo uma solução bem tranquila para se lidar com aqueles indivíduos disruptivos, sendo assim, uma sociedade que superou muitos problemas que a nossa atual ainda carrega, então não seria a nossa muito mais próxima de uma distopia do que a sociedade apresentada no livro? Agora sobre medo do avanço da ciência e tecnologia fronte liberdades individuais depende muito da sua interpretação, porque vejamos, se voltarmos muito no tempo, será que um indivíduo humano do passado não sentiria a mesma estranheza se soubesse como por exemplo lidamos com smartphones e como é fácil controlar nossos interesses por meio deles?


Craotchky 17/11/2023minha estante
Lucas, obrigado pelo comentário cheio de provocações. Suas questões são interessantíssimas. Pois é, será que a nossa sociedade ocidental atual já não se próxima de uma distopia mais do que a sociedade apresentada no livro? Excelente pergunta e temo a resposta a ela. Penso que qualquer tentativa de resposta esbarra na relatividade de uma interpretação individual, assim como acontece com a segunda questão que você levanta, sobre a liberdade. Ah, a liberdade...!




Thales 21/06/2021

Huxley, o definidor da distopia
É notadamente sabido que Zamiátin é o pai da distopia, e depois de "Nós" ainda vieram outras como a controversa "Metrópolis" de Thea von Harbou, livro que originou o clássico homônimo do cinema mudo. Mas o livro que construiu a estradinha de tijolos amarelos do gênero foi, sem dúvida, esse aqui.

Huxley conseguiu pegar a experimental e renegada obra de Zamiátin, adicionar um ou outro debate mais "ocidental", organizar a forma e voilà! É inclusive meio triste o fato dele jurar que "Nós" não tem nada a ver com "Admirável Mundo Novo", como num arrogante esforço de reivindicar uma posição de ineditismo na marra - posição que ele conquistaria de uma forma ou de outra. Isso fica muito claro numa característica que me incomodou retumbantemente em "Nós" e voltou a me incomodar nesse livro: ambos os autores foram incapazes de criar expressões culturais de um "passado" que correspondesse ao nosso futuro. Zamiátin jogou sua sociedade uns oitocentos anos no futuro e Huxley pra base de uns seiscentos; sempre, porém, que eles citam um livro, uma música, uma figura ilustre, SEMPRE é alguém do nosso passado. Ninguém fez uma música boa em 2347? Não existe nenhum novo movimento literário no século XV? Não é possível!

E vocês sabem que quando os alunos erram juntos o professor logo vê sinal de cola...

Mas enfim. Tirante toda a questão de Estado totalitário, controle de massa, perseguição ao livre pensamento, relações familiares e amorosas disfuncionais; em suma as características presentes em todas as distopias que a gente conhece e ama e que também estão presentes aqui, o principal debate de "Admirável Mundo Novo" é o controle bioquímico dos corpos e mentes.

Huxley foi brilhante e assustadoramente profético em antecipar duas situações: drogas para controle de mente e sentimentos - e nesse balaio a gente pode colocar desde as drogas de fato aos antidepressivos - e ajuste biomolecular. Sabe essa corrida louca da ciência atrás de mecanismos que possibilitem "mexer" nos embriões para modificá-los e prevenir possíveis problemas vindouros? Isso já tava aqui - nos anos 30!

Nessa sociedade todo o indivíduo é molecularmente desenhado na minúcia para cumprir a função que o Estado definiu para sua vida. Ele não nasce, cresce e decide o que vai fazer, é o contrário: o Estado vê uma demanda, vai ao laboratório e cria um indivíduo para cumprir essa função no futuro. O cara vai ser, sei lá, soldador? Ele vai ser condicionado desde a concepção para aceitar calor e ser resistente à queimaduras. E isso não termina na fase embrionária: durante toda a infância as crianças vão passar por terapias - sono, terapia de choque - para desenvolver aversão ao que o Estado deseja que elas mantenham distância e boa vontade para o que elas terão que fazer.

Tudo isso acontece de forma 100% maquinal e longe de qualquer núcleo remotamente parecido com "família". Na verdade um condicionamento comum a todos os indivíduos é o nojo profundo das palavras "mãe", "pai", e afins. As fecundações são feitas em laboratório, o desenvolvimento em fábricas, a criação em centros do Estado.

Tudo isso depende também das "castas" da sociedade. Se um sujeito vai ter uma função de destaque vai ser criado com mais esmero: vai ser mais alto - e altura é a característica de maior divisão social -, inteligente e bonito. Mas se vai fazer um trabalho comunzão mal vai ter rosto próprio, já que as três classes inferiores eram formuladas a partir de um processo de reprodução em larga escala que produzia centenas e milhares de gêmeos.

Se lá na frente algo dá errado o indivíduo é condicionado a tomar pílulas e mais pílulas do "soma", remédio que dá uma injeção de felicidade e faz a rapaziada esquecer uma situação ruim e parar de sentir uma angústia, tristeza ou moleza que porventura apareça.

Como em "Nós", também em "Admirável Mundo Novo" encontramos uma sociedade formada virtualmente de robôs, mas a forma como isso se dá é radicalmente diferente. Em Zamiátin a coesão social é alcançada pelo rígido controle de horários e relações; cada segundo das vinte e quatro horas de um sujeito é delimitado, e mesmo o sexo é feito dentro de uma janela pré-estabelecida de horário. Em Huxley, porém, os indivíduos gozam até de certa liberdade, sobretudo no sexo: a rapaziada é condicionada a transar loucamente com todo mundo mesmo, desde a infância. O controle se dá em nível biomolecular, tanto na concepção do sujeito como no medicamento para dar jeito nas emoções ruins. Sem dúvida é um mecanismo mais sofisticado.

Com tudo isso, a história em si fica absolutamente em segundo plano. Como em "1984", ela está puramente a serviço dos conceitos que o autor quer expor. Ela é bastante linear, e mesmo com a adição dos selvagens lá pela metade a gente só tem alguma ação no último terço - e nesse sentido ela é mais movimentada que o livro de George Orwell, mas menos que o de Zamiátin.

É muito importante que ainda hoje estejamos lendo, nos maravilhando e debatendo "Admirável Mundo Novo". Leitura absolutamente imprescindível.

Como último registro, friso que o texto que precede a história nessa edição é fundamental. Huxley revisita sua obra, dizendo que não fez alterações nas edições seguintes porque queria que ela passasse assim para a posteridade, com seus defeitos, mas aponta quais outros pontos podem ser adicionados à discussão. Confissão sincerona e muito pertinente.

Ah, o autor também previu o cinema 4D.

É isso.
Lais 25/06/2021minha estante
Excelente livro, pretendo fazer uma releitura dele. Ótima resenha!


Thales 26/06/2021minha estante
Valeu, Lais. Acho que esse livro de fato pede uma revisita de tempos em tempos, não dá pra gente se deixar esquecer os alertas que ele faz


Lais 26/06/2021minha estante
Necessário!!!


Carolina.Gomes 28/06/2021minha estante
Uma das melhores.


Thales 28/06/2021minha estante
Orwell é dono do meu coração, mas pra mim Huxley ganha com uma folga imensa de Zamiátin e Bradbury, Carol


Carolina.Gomes 28/06/2021minha estante
Zamiatin n li ainda. Diante de alguns comentários ruins, desisti. Acho q, por enquanto.




Flávia 21/02/2014

O livro retrata uma nova sociedade isenta de sentimentos, de expectativas, de frustrações. Uma sociedade geneticamente criada, moldada desde o nascimento para trabalhos específicos, sem opções, mas sem nenhum tipo de revolta por parte dos seres humanos. As pessoas são divididas em castas, estabelecidas por status social. Status esse determinado geneticamente e a partir do nascimento, construído pelos Centros de Saúde. Não há pudor, emoções, todo prazer é atendido imediatamente.

Os personagens não são o ponto crucial da história. O objetivo é o grupo de indivíduos, como vivem, como se comportam, como o Governo sustenta essa estabilidade social. O grande “truque” é fazer com que cada um ame ser quem é e o que faz independente da casta, independente do trabalho para o qual é designado. A questão é: o ser humano gosta da instabilidade, da incerteza. São esses traços que motivam, que determinam, que dão força para cada pessoa. Não é possível que gere um prazer semelhante o fato de retirarem a ansiedade antes de alcançar o desejo. As pessoas tornam-se mornas, sem graça.

Muitos aspectos do Governo são extremamente semelhantes com o que vivemos hoje. O sugestionamento realizado ainda no berçário para que cada indivíduo desenvolvesse determinados interesses convenientes ao Sistema não é muito diferente do que ocorre atualmente. É um pouco menos óbvio, com mais pudor, mas é perceptível nos costumes, na comunicação de massa, nos aparelhos ideológicos do Estado.

“As flores do campo e as paisagens, advertiu, tem um grave defeito: são gratuitas. O amor à natureza não estimula a atividade de nenhuma fábrica. Decidiu-se que era preciso aboli-lo, pelo menos nas classes mais baixas (...)”(pag 55)

Em alguns personagens pude perceber a fagulha da rebeldia, do contrassenso, da falta de adaptação à vida, mas o Sistema era implacável em impedir qualquer brasa. Apagavam qualquer fogo que pudesse surgir. Bernard é da maior casta, ou seja, do maior status social, mas fisicamente, por conta de um erro ainda na moldagem quando bebê, não aparenta e por isso sofre preconceito. Isso porque era decidido que a beleza deveria ter relação com a classe social, e, portanto os mais belos seriam das maiores castas. A segregação era tanta que até o conhecimento era fornecido de forma distinta para cada casta. Eles eram condicionados até mesmo, a saber, o que lhes era cabível. E dentro desse propósito, não tinham interesse em aprender mais nada: era a alienação. A cultura era extremamente moderada e feita para que ninguém fosse capaz de despertar ideias ou sentimentos.

“Civilização é esterilização” pág 148. As pessoas tinham horror a qualquer tipo de impureza, eram obcecadas pela beleza e juventude.

O livro é narrado em terceira pessoa, tem excelente diagramação. A leitura é objetiva e descritiva.

Eu poderia escrever muito mais. São inúmeras lições, socos no estômago, assombros e reconhecimentos. O livro tem pouca ação, mas a intenção é mostrar como é a rotina dos seres humanos nesse “mundo novo”. Recomendo para quem gosta de Ficção Científica Distópica.
Michelle Gimene 22/02/2014minha estante
Fla,
Eu tenho certa dificuldade para ler ficção científica, então enrolei anos até encarar esse livro. Quando terminei, só consegui pensar: "Que incrível! Por que não li antes?". Agora preciso ler o 1984.
bjo


Flávia 22/02/2014minha estante
Eu já tenho uma certa queda por Ficção, rsrsrs. Foi um prato cheio!!!!


Hannah 23/02/2014minha estante
Fla, suas resenhas sào excelentes, queria escrever tão bem assim :)
Eu to quase igual a Michelle,mas li 1984 e me xingo por nao ter lido antes e to com o Admiravel Mundo Novo na fila :)


Flávia 23/02/2014minha estante
Oxe, muito obrigada, Hannah!! Devo confessar:ainda nao li 1984, rsrsrs.


Jacy Coelho 23/02/2014minha estante
eu tenho que ler, eu tenho que ler!!


Flávia 23/02/2014minha estante
HahahahAha, tem mesmo, Jacy! !!!




Natália Tomazeli 11/03/2018

Cada um pertence a todos
"Se uma pessoa é diferente, é fatal que se torne solitária."

Admirável Mundo Novo está em todo o lugar. Você provavelmente ainda não notou isso, mas está sim. Porque esse foi um livro que serviu de base/inspiração para TANTA, mas tanta coisa, que eu podia fazer aqui um lista com 10 coisas (filmes, músicas, livros, palestras, séries) que referenciam esta obra.
Eu mesma fui notar que esta obra existia, faz relativamente pouco tempo, mais especificamente quando li 1984, de George Orwel. O autor se inspirou na obra de Huxley para fazer seu livro, e arisco a dizer que na verdade todas as distopias beberam um pouquinho da fonte de Admirável Mundo Novo.

Ao contrário de 1984, onde a gente tem uma sociedade construída no estilo Coréia do Norte, nesta nós temos uma coisa mais na vibe da ficção científica, onde as coisas já são pré-estabelecidas por meio da tecnologia, onde todo mundo é condicionado geneticamente dentro de laboratório. Apesar do autor levantar diversos questionamentos importantíssimos durante a história, cheguei a conclusão de que não consegui gostar do livro de fato. Fiquei querendo abandonar a leitura em muitas partes. Muito também do meu descontentamento, veio da narrativa do autor. Não tem como explicar, mas não é agradável nem dinâmica. Eu ia lendo e só ia perdendo mais e mais o interesse na trama, o que é ruim demais, já que esse é aquele tipo de livro cheio de elementos e que você precisa entender as coisas novas que o autor colocou ali. Aí, eu tinha que voltar na leitura o tempo todo, o que tornava tudo ainda mais entediante, e se eu por acaso desistisse e tentasse prosseguir, não entendia bulhufas, o que me obrigava a sempre ficar voltando e voltando. Fica inclusive aqui eleito esse o livro mais cansativo que eu li nesse ano, e uns dos mais cansativos da vida, infelizmente.

Mas vale a leitura? Na minha opinião, vale, mas com ressalvas. Sinto que eu deveria ter lido antes as obras de Shakespeare antes de ter pego esse para ler, porque tem MUITA menção a ele no livro, e sinto que eu teria tirado mais proveito se já tivesse vindo com esta bagagem literária, o que eu recomendaria para outras pessoas também, porque parecia que eu ficava perdendo muita coisa durante a leitura. Outra coisa é o fato de que, como este é um livro de distopia, é interessante já ir ler sabendo disso, pra não se perder com a trama.

Mesmo com todos os problemas, esse é aquele tipo de livro que a pessoa precisa reconhecer o mérito e tentar focar nas coisas mais icônicas, porque se não fosse ele talvez não existisse muita coisa daora que tem hoje.
Talvez também seja aquele tipo de livro que a pessoa tem que ler num momento certo na vida, onde ela já tem maturidade literária suficiente para captar a essência e absorver as coisas, senão acaba se tornando tudo bullshit, e provavelmente esse possa ser meu caso, enfim, sei lá se deu para entender rsrsrs

Por último, se você tem essa edição roxinha da "Bilioteca Azul", ignora esse prefácio e lê ele só no final, porque além dele conter spoilers, ele tá muito mais para um posfácio, nem sei porque colocaram ele aqui no início, socorro!

"Pane no sistema, alguém me desconfigurou
Aonde estão meus olhos de robô?
Eu não sabia, eu não tinha percebido
Eu sempre achei que era vivo
Parafuso e fluído em lugar de articulação
Até achava que aqui batia um coração
Nada é orgânico, é tudo programado
E eu achando que tinha me libertado
Mas lá vem eles novamente e eu sei o que vão fazer
Reinstalar o sistema
Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Tenha, more, gaste e viva
Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, digaaaaaa"
Jess 11/03/2018minha estante
Poxa, teu comentário me abriu um universo muito grande. Obrigada!
Comprei esse livro recentemente e tava doida pra ler logo, mas com as referências a Shakspeare (e provavelmente outros) vou deixar guardado no pra uma próxima vez.


Natália Tomazeli 11/03/2018minha estante
Ahh, imagina, de nada hueheuhe
Boa leitura futuramente :)


Miguel 04/04/2018minha estante
Tbm achei esse prefácio com cara de posfácio.


Natália Tomazeli 05/04/2018minha estante
Eu não sei quem teve a ideia de colocar ele no início, muito ruim


Cris 03/07/2018minha estante
Amei sua resenha! Este livro foi muito complicado de ler, a história ´interessante, mas a narrativa é bem monótona.


Natália Tomazeli 26/12/2018minha estante
É Cris, realmente a narrativa não é uma das melhores :/




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