A difícil vida fácil

A difícil vida fácil Amara Lúcia



Resenhas - A difícil vida fácil


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Denise Campos 31/05/2011

A autora se propôs a viver literalmente a vida de um prostituta para escrever a respeito, meio que numa crise de inspiração segundo palavras da própria que no começo do livro dá uma entrevista bem tosca, que até agora fico na dúvida se foi a autora mesmo (que é uma pessoa esclarecida) ou outra moça não alfabetizada. Ela argumenta que não se pode falar sobre a fome sem nunca ter passado fome. Eu particularmente pensava antes de ler o livro e continuo pensando que já tem gente demais passando fome que pode falar com categoria a respeito.

Já tinha lido uns relatos sobre essa triste realidade e achei esse livro muito fraco. A autora tenta dar um ar analítico para seus escritos, inclusive sob os aspectos que ela direciona os capítulos do livro. Mas fica um ar filosófico tão forçado. As vezes parece que ela quer que com leitura das suas impressões alguém faça algo para acabar com a prostituição. Mas a sua análise é fraca e limitada, pois ela segundo palavras da própria fala de um curto período, num cidade e sem fazer amizade com outras prostitutas. Como assim? Aconteceu comigo? e a partir de agora é a verdade absoluta sobre a vida das prostitutas??? Ela chega a fazer umas estatísticas, que me deixaramEm vários momentos ela mostra alguma revolta com alguma coisa que não tem necessariamente haver com a temática do livro, só se mostrando rebelde, sei lá. Achei o livro tosco. Ela tem uma escrita articulada, de alguém que estudou e sabe escrever mas ela dá umas filosofadas que artificializa o livro, tem horas que ela tenta poetizar o lance, mas não consegue. O que parece mesmo é que ela se propôs a entrar no meio mas quer escrever como estando acima disso. Não gostei não, fica aquela sensação de que não precisava, do começo ao fim do livro

Mas sabe o que foi estranho mesmo nesse livro? Depois de contar pra todo mundo que se prostituiu para escrever um livro a respeito, ela fala que gosta de privacidade para justificar porque ela parece só falar do lado legal da prostituição, não relata momentos de sofrimento vividos por ela, só de faturamento, não que eu queira ler algo triste, mas não acredito que tenha sido tão legal essa estadia na vida de uma garota de programa.
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