Resenhas - A Velocidade Da Luz

Alex 29/08/2022

Na velocidade da luz
Esse é um livro interessante, daqueles que te desconcerta ao ler, que te faz acreditar que conta uma historia real.

Mas não é, é uma ficção, tão bem escrita que te faz cair nessa artimanha. Mas, apesar disso, há sim, um tom autobiográfico, uma dose de memórias e, aquelas inestimáveis máximas de sabedoria, sobre como escrever um bom livro.

Ao somar isso tudo, você invariavelmente cairá na armadilha de pesquisar sobre o autor (Google It), em busca de fatos de sua vida, pra ver se descobre alguma coisa.

O personagem principal e narrador da história, é sim o autor, isso ele próprio deixa muito claro. Muitas memórias são sim as dele, ele deixa isso claro também. As frases, dicas, conselhos e sabedorias sobre escrever, livros, boas histórias, parecem muito com suas crenças pessoais sobre o ofício ( mas isso não é claro), e o personagem Rodney, esse tem tudo pra ser uma ficção ( mas o autor não dá nenhuma informação), então pode não ser.

Se não bastasse esse emaranhado de suspense, o livro trata ainda sobre a vida acadêmica, o sábio viajante (conceito criado pelos árabes do século IV), o choque cultural, o transtorno de estresse pós traumático, a guerra do Vietnã, as infelizes cicatrizes da guerra, a perda, a morte, a depressão. Enfim, é um livro curto, minúsculo, para tamanha riqueza.

Eu amei, conhecer um autor catalão, que fala da querida e saudosa Girona (cidade em que morei), ainda mais, num estilo que mistura a sabedoria de Exupéry com a narrativa de memórias de Hemingway.

Recomendo muito!

Caroline Gurgel 27/02/2014

Cru...
Quando Tatiana Feltrin disse que A Velocidade da Luz foi um dos melhores livros que ela leu no ano passado (2013), não hesitei. Confiando no gosto da blogueira, comecei a leitura às cegas, sem ter lido sinopse ou sequer alguma resenha e, portanto, não tinha ideia do que me aguardava.

A Velocidade da Luz conta a história de um espanhol aspirante a escritor- o narrador, que sonha em escrever um livro, e Rodney Falk, um americano veterano da guerra do Vietnã. O narrador deixa a Espanha para lecionar língua espanhola em uma universidade em Urbana, no estado americano do Illinois, onde cria uma amizade estrita com o ex-combatente. Em posse das cartas que Rodney enviara ao pai durante a guerra, o narrador tentará compreender o que, de fato, aconteceu e escrever a história do amigo.

Ao passo que o autor discorre sobre as dificuldades de se narrar uma história, tenta entender o ex-combatente e toda a bagagem que se traz de uma guerra. É uma história de glória e declínio. De degradação, de bebedeira e traição, de fracasso – e das consequências disso nas amizades e na família.

Não tenho como falar pelos que leram a sinopse, mas, para mim, a história é intrigante e completamente imprevisível. Lá pela página 80 eu ainda não tinha ideia do que viria, nem ao menos conseguia enumerar algumas possibilidades. O livro é cheio de citações que tocam o leitor, mas não do tipo “bonitinhas”. Não. São verdades crudelíssimas sobre o comportamento humano, nem sempre admitidas.

Há os que consideram boa parte desse livro como autobiográfica, pois a história do narrador assemelha-se consideravelmente com a do autor, seus livros, sua cidade natal, seu estilo de vida e o período em que lecionou em Urbana, onde, de fato, conheceu um veterano de guerra.

A escrita mantém um padrão elevadíssimo e faz a leitura fluir muito bem. O autor vai e volta no tempo com destreza, dentro do mesmo capítulo e, muitas vezes, no mesmo parágrafo. Gostei do que li, mas devo admitir que não é meu “tipo” de livro. É sério demais – mas não me entendam mal, não que eu não goste de estórias sérias, pois gosto, não seria esse o problema – mas aqui é tudo muito cru, duro, sem floreios, sem cor, meio deprimente. É sério, mas não emociona. É sentimental, mas não comove. Não a ponto de ser meu-tipo-favorito-de-livro, de me encantar. Talvez seja daqui a uns 15 ou 20 anos, mas não hoje. Porém, não posso negar que se trata de um excelente autor e um digno livro.

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❤ ♡ ♡ ♡ ♡

Karen 01/11/2022

Velocidade apenas no título
Um bom livro, excelente escrita, que tem um ótimo início, mas que depois vai ganhando gordura e se tornando lento e um tanto arrastado.
Sobre amizades e impressões que elas nos deixam.
"Costumava dizer que, antes de você, nunca tinha conhecido uma pessoa tão esquisita que parecesse normal".

Pan 31/03/2020

Uma obra prima
Sem delongas, um dos melhores livros que já li e com certeza vai ficar em algum lugar do meu top 10 de livros por um bom tempo. Não quero falar mais nada além de usar do imperativo para dizer a todos: faça um grande favor a si mesmo e leia este livro.

Eric 28/01/2022

?Quem não está ocupado em viver, está ocupado em morrer?
A participação norte-americana na Guerra do Vietnã foi considerada polêmica e repleta de violência. O uso de bombas incendiárias e armas químicas contra vilarejos e plantações, estupros e chacinas marcaram esse episódio brutal na história da humanidade. A pressão popular, apoiada pelos movimentos da contracultura, foi fundamental no processo de retirada das tropas, já que além da exacerbada violência, o número de soldados americanos mortos também só aumentava.

Diante disso, em A Velocidade da Luz, vamos conhecer a história de um ex-soldado que lutou ao lado dos Estados Unidos durante a Guerra do Vietnã, Rodney Falk, um homem arrasado pela depressão pós traumática, professor de uma universidade em Urbana. Também, esse livro é a história de um escritor sem nome que desenvolverá uma amizade com Rodney, permeada de discussão sobre grandes autores e literatura nas tarde pós expediente. Conhecido pela sua solidão e pela aparência rústica e brutalizada, Rodney é um homem de poucos amigos, o qual encontrará no narrador uma companhia que há muito tempo não encontrava em alguém. Entretanto, logo após as férias de ambos, Rodney desaparece. Preocupado, o escritor resolve ir atrás do amigo e ao ser atendido pelo pai do ex-soldado, irá descobrir um lado de Rodney nunca compartilhado. A partir disso, por meio de cartas enviadas pelo colega durante sua temporada na Guerra do Vietnã a família, o escritor irá descobrir um passado extremamente brutal e cru de uma pessoa que viveu experiências horríveis, as quais refletiram em um homem exilado mentalmente nos tormentos de seus atos.

Neste romance, o relacionamento entre os dois personagens é apenas detalhe que se expande para discussões mais profundas relacionados a vida. Não só a depressão pós traumática de Rodney sustenta essa narrativa, mas também a busca do narrador em ser bem-sucedido levando a vida de escritor. Logo, Javier Cercas constrói um texto brilhante onde dois personagens bem distintos, serão complementares, apesar das trajetórias também distintas. Vamos encontrar aqui reflexões profundas referente a violência da guerra, o lado bom e ruim do sucesso, a depressão, luto, adultério e vícios.

Diálogos poderosos mesclados com ação e reviravoltas chocantes, conduzem o leitor para um cenário totalmente envolvente que despertam sentimentos como raiva e compaixão. Tudo isso estruturado em uma escrita de altíssimo nível que intensifica as reflexões que permeiam as ações dos personagens.

A Velocidade da Luz é a primeira obra que leio de Javier Cercas e ela comprava mais uma vez uma cisma ou certeza de que tenho referentes aos escritores de língua espanhola que já li: o talento em escrever e contar excelentes histórias.

Por fim, recomendo demais essa leitura. Um narrativa que supera expectativas, entregando não só uma história de qualidade, tocante e reflexiva, mas também uma breve aula de História!!

Karina Paidosz 20/08/2022

Fã de Javierzito!
Preciso em todas as suas falas.
Maestria em discorrer seus diálogos tão bem estruturados.

Amei do início ao fim, uma história que não fica cansativa.

Claro, já em busca da próxima leitura de Javier Cercas ?

Heley 01/09/2022

Dar sentido as histórias
O livro traz a história de um escritor, sem nome, que se muda para Urbana e conhece Rodney Falk, uma pessoa reservada e ex-combatente da guerra no Vietnã. Após o período de férias do trabalho Rodney some, e ao ir atrás do amigo o narrador obtém mais informações (através de correspondências trocadas com a família) do que ele vivenciou na guerra.
Com o passar dos anos o escritor tornar-se famoso, mas o mistério sobre o que teria ocorrido no Vietnã o persegue ao longo dos anos. Rodney e o narrador tem encontros e desencontros ao logo da história, e Rodney tem a oportunidade de contar sua versão da história ( trazendo relatos difíceis para o narrador digerir). Seria ético contar a história do amigo? A Velocidade da Luz é um livro que o narrador busca dar sentido a vida do seu amigo.

Ellen Rayane 28/05/2022

No começo achei o livro um tanto arrastado... Sem graça e não consegui me conectar com a história! Demorei bastante pra ler!!
Mas o final vale a leitura... Gostei muito e me deixou muito reflexiva sobre as voltas que o mundo dá!!

Rafael.Honorato 16/09/2022

Pra refletir sobre a vida e sobre a morte
Primeira leitura de Javier Cercas e já sei que não será a última. A escrita do autor, aparentemente simples, carrega uma força profunda, crua que te deixa pensando e refletindo na vida por um bom tempo.

Que ótima surpresa conhecer esse autor catalão, por indicação de um amigo, fã do escritor.

Nesse livro, Javier fala sobre as decisões que tomamos e sobre o que fazemos das nossas vidas, ou melhor, demonstra, na realidade, o que muitas vezes a vida faz conosco.

A narrativa gira em torno de um catalão aspirante a escritor que se muda para Urbana, uma cidade próxima de Chicago, onde faz uma inusitada amizade com Rodney, um professor antipático, veterano da guerra no Vietnã que tem sua história apresentada gradualmente na obra.

Fama, sucesso, fracasso, morte, a guerra e seus traumas, depressão, família, perdas, entre diversas outras questões cotidianas, mas que muitas vezes decisivas para alterar a nossa história de vida são abordados com maestria, fazendo refletir e pensar profundamente.

Como encontrar sentido à nossa existência após vivenciar acontecimentos traumáticos? Desses que sentimos que perdemos a referência de quem somos e do por quê dedicamos a nossa história. Como?

"Quem não está ocupado em viver, está ocupado em morrer" É essa mensagem que Javier lança repetitivamente ao leitor.

Como se ocupar em viver? Não sei te responder também, só sei que talvez ler Javier Cercas te coloque pra pensar sobre isso como me fez aqui, nesses momentos pós leitura. Vem conhecer!

Leila 09/12/2022

E lá vem a antipática de novo...kkkk Gente, sorry, mas não consegui enxergar esse amor todo que a maioria de vocês viram em A velocidade da luz não. É um bom livro, mas achei ok somente, nada UAL. Na verdade em alguns momentos achei bem maçante. Não sei se é porque gostei muito de Terra Alta do autor que li esses dias e ele tem um excelente ritmo e por ter uma pegada policial me tirou da zona de conforto e tals, ler A velocidade da luz numa narrativa meio onde que não acontece nada de grandioso (aos meus olhos) foi meio bléh pra mim. Outra coisa que prejudicou a leitura foi que os personagens são muito insípidos, nada interessantes, não consegui me conectar (sempre lembro da minha amiga Leticia nesses momentos porque faço a leitura revirando os olhos para esses personagens meio chatinhos, kkkk) ou seja, ando sem paciência para personagens e livros assim assim e tá difícil acertar a mão. Mas vamos lá, meu amigo Puga elucidou o caso pra mim, segundo ele quando esse livro foi lançado e até mesmo enviado pela TAG experiências literárias para seus associados essa tal auto-ficção ainda era meio que uma novidade, então de repente esse foi o motivo do deslumbramento, mas eu Leilinha em pleno fins de 2022 já li outras obras com esse estilo e isso não foi um diferencial e tals, o que faz sentido. Enfim, não gostaria de ser amiga nem do Rodney e nem do narrador de A velocidade, pra mim dois chatobas de marca maior e com um pézinho na escrotidão também #mejulguem
Do que se trata a história vou deixar vocês pesquisarem nas sinopses da vida, porque tô de bode e não quero reviver nada do que li, kkkk vocês que lutem!

IGuittis 06/01/2022

Eu peguei esse livro sem pretensão nenhuma, e até comecei a ler ele achando que não ia gostar. Ainda bem que eu não desisti, porque eu estava enganadíssima. Se tornou um dos meu livros favoritos.
Acompanhamos a história desse escritor, ou aspirante a escritor, que mora na Espanha, porém é convidado a ir para o EUA lecionar espanhol em uma cidade chamada Urbana. Lá ele conhece Rodney Falk, esse cara todo estranho, sem amigos, recluso, e desenvolve uma amizade com ele. Até o dia que eles saem de férias e quando ele volta a trabalhar ele descobre que Rodney simplesmente sumiu, seu pai havia ligado na faculdade e avisado de que ele não retornaria para dar as aulas.
A partir disso acompanhamos a vida desse autor, tentando entender o que aconteceu com seu amigo, mas em paralelo acompanhamos a ascensão dele como escritor, e a decaída dele com a vida.
Narrativa maravilhosa, emocionante, e o modo de escrever do Cercas é lindo, a linguagem é linda.

Gabriela 25/02/2020

"O atroz desta guerra é que não é uma guerra. Aqui o inimigo não é ninguém, porque pode ser qualquer um, e não está em parte alguma, porque está em todas: Está dentro e fora, acima e abaixo, na frente e atrás. Não é ninguém, mas existe. Em outras guerras se tratava de vencê-lo; nesta não: nesta, trata-se de mata-lo, apesar de todos nós sabermos que matando-o não vamos vencê-lo. Não vale a pena ficar se enganando: isto é uma guerra de extermínio, portanto, quanto mais coisas matarmos -pessoas, animais ou plantas, dá no mesmo -, tanto melhor. Vamos arrasar o país: não deixaremos nada. Ainda assim, não ganharemos a guerra, simplesmente porque ela não pode ser ganha, ou só Charlie pode ganhá-la: ele está disposto a matar e a morrer, ao passo que a única coisa que queremos é que os doze meses que temos que passar aqui passem logo e possamos voltar para casa. Enquanto isso, matamos e morremos, mas ninguém sabe por que matamos e morremos. Claro que todos nós nos esforçamos em fingir que compreendemos alguma coisa, que sabemos por que estamos aqui e matamos e podemos morrer, mas fazemos isso para não ficarmos completamente malucos. Porque aqui estamos todos malucos, malucos e sozinhos, e sem possibilidade de avanço ou retrocesso, sem possibilidade de perda ou lucro, como se tivéssemos dando voltas sem parar ao redor de um círculo invisível traçado no fundo de um poço vazio, onde nunca faz sol. Escrevo no escuro. Não tenho medo. Mas ás vezes me assusta pensar que estou a ponto de saber quem sou, que por trás de alguma curva de um caminho qualquer vou ver aparecer um soldado que sou eu."
-Rodney sobre a guerra do Vietnã

Rosa Santana 15/06/2015

Contrariando tantos: achei esse um livro cansativo, com muitos rodeios acerca da história a que o narrador-escritor se dispõe contar, a principal, que é a de Rodney!

As citações literárias do início me encantaram e me fizeram avançar, porque adoro esse diálogo entre textos, mas ao se embrenhar pela história do amigo e tb professor, ex combatente no Vietnam, achei muita volta para um só parafuso!

Ao se descrever como consagrado escritor, senti-o um comerciante puro, desses que não estão preocupados com a metáfora sutil, trabalhada ludicamente, mas com narrativas que atinjam mais e mais público. Esse trecho deixa claro isso. Pelo menos na minha concepção:

"... em menos de um ano foram feitas quinze edições do livro, foram vendidos mais de trezentos mil exemplares, estava em vias de ser traduzido para vinte idiomas e havia uma adaptação cinematográfica em andamento. (...) de um dia para o outro passei de insolvente escritor desconhecido que levava uma vida afastada e provinciana, a famoso, passei a ter mais dinheiro do que sabia gastar e a me ver envolvido num turbilhão frenético de viagens, entregas de prêmios, apresentações, entrevistas, colóquios, feiras de livro e festas literárias, que me arrastou de um lado para outro por todos os confins do país e por todas as capitais do continente,"

Isso me remonta aos Beatles e sua presunçosa: "Somos mais populares do que Jesus Cristo!" (não sou cristã, aviso!); isso me lembra um produtor de comerciais "famoso", empossado na ABL (Preciso dizer o nome?); isso me causou uma tremenda antipatia pelo dito cujo. E ela, antipatia, não minimizou, mesmo com a "redenção" final, do narrador!

É um livro que não releria!

E, c´est fini!

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Luciana.Pereira 11/01/2022

A história é interessante mas o final deixou um pouco a desejar.

Um livro repleto de revelações que nos permitem uma reflexão profunda, entretanto, eu esperava um final mais impactante.