Uma das características da filosofia moderna é sem dúvida a nova colocação do problema lógico, sobretudo depois da crítica kantiana e das constribuições dialécticas de Hegel.
Apesar de continuar ausente das cátedras oficiais, relegada ainda ao plano secundário, e sofrendo da férula pejorativa dos que a desconhecem ou que dela tem uma visão caricatural, não é possível, ante o embate dos temas sobre o valor das categorias lógicas, continuar desconhecendo a imensa contribuição da Dialéctica, sobretudo depois que ela penetrou no campo da ciência.
Neste livro, onde estudamos a Lógica Formal, a Dialéctica Geral, e a nossa Decadialéctica, obedecemos a certas normas sobre as quais desejamos desde logo chamar a atenção.
Em primneiro lugar, não nos ocupamos pormenorizadamente da Lógica Formal, porque, neste sector, o que já se tem realizado é definitivo. Pouco há a acrescentar aqui. É esta a razão que nos levou a apenas abordar em linhas gerais os aspectos mais importantes...
...Contudo, os temas que se refiram à dialéctica noética, como à dialéctica pathica, à dialéctica simbólica e à dialéctica tensional global e sintética, serão objecto de outros trabalhos. No entanto, como verá o leitor, a metodologia, que neste volume oferecemos, já é suficiente para o empreendimento de amplas análises, sem necessidade de desprezar a contribuição da lógica, sempre aproveitada, mas com o reconhecimento de seu papel, que, embora importante, é parcial, e consequentemente deficiente na apreciação dos factos. A dialéctica pretende ser o que apenas é: uma lógica da existência, uma lógica do devir, portanto uma lógica que maneja com as oposições dialècticamente consideradas, sem excluir a lógica formal.
Filosofia / Matemática