A sra. Maigret, que descascava ervilhas numa sombra quente onde o azul do seu avental e o verde das vagens formavam manchas suntuosas; a sra. Maigret, cujas mãos nunca ficavam inativas, mesmo às duas da tarde do mais tórrido dia de um mês de agosto sufocante, a sra. Maigret, que vigiava o marido como a um bebê, preocupou-se:
– Aposto que já vai se levantar...
No entanto, a espreguiçadeira na qual Maigret estava estendido não havia estalado. O ex-comissário da P.J. não dera o mais leve suspiro.
Por certo, habituada que estava com ele, ela captara um tremor imperceptível no seu rosto banhado de suor. Pois era verdade que ele estava a ponto de se levantar. Mas, por uma espécie de falso pudor, obrigou-se a permanecer deitado.