A Amazônia tem mistérios e segredos que ensinou a seus filhos de modo cruel e implacável: pelo terror. E fez isso quando levou seus caboclos e sua gente humilde a acreditar que suas matas e florestas deveriam ser preservadas porque nelas habitam seres fantásticos que punem todos aqueles que ousam feri-la de alguma forma. O carioca Flavio Colin (1930-2002) talvez não acreditasse tanto nisso, mas recorreu ao tema para mandar sua mensagem, como se percebe nas três obras-primas inéditas deste álbum. Sempre crítico, o grande mestre dispara seu manifesto contra a ganância humana e, principalmente, contra a ambição de estrangeiros em tirar da selva o que acham que a ninguém pertence, sem respeitar regras que a própria natureza criou. A edição traz ainda dois clássicos de misticismo e pavor publicados há mais de uma década. São grandes momentos de Colin, que surpreende mais uma vez com seu olhar sensível e mordaz, e faz refletir com muita graça o quanto o homem poder ser estúpido e mau.
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