Marx e o Balanço Histórico do Século 20

Marx e o Balanço Histórico do Século 20 Domenico Losurdo


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Marx e o Balanço Histórico do Século 20





Losurdo, nos textos que compõem este livro, continua o seu incansável trabalho intelectual de desconstrução dos mais importantes mitos políticos modernos; aqueles que hegemonizam a nossa imprensa diária e a acadêmica - exercendo influência inclusive sobre intelectuais de esquerda. Meras construções ideológicas que se consolidaram como verdades incontestáveis. A principal delas é a ideia de que a implantação da democracia política e universalização do conceito de homem- e, portanto, a aceitação dos direitos humanos como atributos de todos, sem distinção de sexo, idade, raça e credo - seriam consequências lógicas ou naturais do próprio desenvolvimento do liberalismo burguês.
Nosso autos lembra que a escravidão e o liberalismo conviveram em relativa harmonia tanto na Inglaterra como nos Estados Unidos. Estes últimos continuaram excluindo os negros dos seus direitos básicos até passado muito recente. Também não se enquadravam no conceito de humanidade dos liberais os povos das colônias, encarados sempre - e na melhor das hipóteses - como crianças a serem tuteladas. Mesmo o tão decantado direito de livre organização teve que ser conquistado pelo proletariado em luta. Os sindicatos eram vistos e tratados como uma ameaça à liberdade de contratação e ao sagrado direito de propriedade.
Então, escreve Losurdo: "pode-se contrapor a essas discriminações a atitude de Marx e Engels que, além de se baterem pelos direitos civis e políticos das classes subalternas na metrópole capitalista, formularam a tese de que não pode ser verdadeiramente livre um poco que oprime outro". Por isso, "a democracia moderna não pode ser compreendida sem as ideias e lutas da tradição democrático-socialista, sendo que a última tem um mérito ainda mais elevado - o de ter contribuído de modo decisivo na elaboração do conceito universal de homem, estranho até então, à tradição liberal". Parafraseando Tocquvile, ele conclui que não pode se "desenvolver uma compaixão geral por todos os membros da espécie humana" ali onde há desigualdade.

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