Um dos poetas mais atuantes da atual geração conjuga neste livro seus
versos mais arrojados, cheios de luxúria e humor, com o bom gosto e a
sensualidade dos desenhos do conceituado artista plástico Evandro Salles.
Não se trata apenas de um livro de poesia, é um objeto de coleção e de transgressão, uma viagem erótica pelas palavras afiadas do poeta e pelas curvas e contracurvas dos desenhos do artista.
O autor avisa logo no primeiro poema: “muito sexo/pouco texto”. Mas, como
todo o poeta, também Nicolas é um fingidor. E apesar do pouco texto de seus poemas, não é apenas o sexo, mas também o amor, a comédia e a aflição dos
românticos, que se revelam ao longo de mais de trinta poemas.
O músico Chico César não teve dúvidas quando leu Meio Seio: “Ai que sentimento
baixo essa inveja maldita de não ter escrito esses poemas tão tesudos
e ao mesmo tempo tão delicados, tão enxutos e tão molhados.”
Nicolas Behr sempre gostou de transgredir. Quando, em 1977, lançou seu
primeiro livro, foi preso no ano seguinte por porte de material pornográfico.
Mas, em Brasília, onde Nicolas vivia, ao contrário dos agentes da ditadura,
muitos olhavam-no já com admiração, como garante Chico César: “‘Deve
comer a cidade inteira pra escrever deste jeito sobre ela’, fantasiávamos
chauvinistas. A gente admirava o cara à distância, recitando seu poemas no
meio da rua.”
Muitos anos depois, Nicolas Behr consegue com ‘Meio Seio’ manter a
insolência da sua poesia, o atrevimento de seus versos curtos e o humor de
quem é capaz de escrever assim: “quer ver/ meus poemas?/ não/ quero ler/
teus seios/ teus seios eu entendo.”
(Do site da editora Língua Geral)