Nesta obra, Joaquim Manuel de Macedo realiza com mestria o seu papel de historiador de uma das mais famosas ruas cariocas na segunda metade do século XIX.
Joaquim Manuel de Macedo, autor de A moreninha (1844), sempre mostrou em sua prosa o que se convencionou chamar de “crônica de costumes”. Na ficção, Macedo tendeu à fixação dos hábitos da sociedade do seu tempo; do mesmo modo, em Memórias da Rua do Ouvidor Macedo atém-se aos fatos históricos e de comprovação documental, mas com um texto que permite ao leitor deliciar-se com a prosa e a inventividade de quem foi um dos fundadores do romance romântico no Brasil. Contudo, o mais interessante no livro de Macedo, além da sua escrita, talvez seja o testemunho de uma época na pena de um cronista admirável. O volume registra desde a criação da rua, quando era apenas um “desvio”, passa por descrições no tempo de D. João VI, comenta sobre lojas, jornais, hotéis, fatos referentes à história do País que têm conexão com a rua, até chegar à rua do Ouvidor de seu século.
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