... Dois meses depois do enterro, na segunda feira 17 de maio, um comitê composto por John Cam Hobhouse, Thomas Moore Murray e representantes de Lady Byron, rasgou todas as páginas das duas únicas cópias do manuscrito destas Memórias, das quais se conhecia a existência, queimando-as na lareira do escritório do editor de Lord Byron na rua Albermale. De todos os presentes, apenas Moore protestou, e mesmo assim talvez por razões financeiras (tinha vendido a cópia a seus cuidados para Murray e temia que lhe fosse pedida a devolução do dinheiro). Na época desta queima, Hobhouse, que era o inventariante de Byron, escreveu em seu diário privado: "Na sua íntegra, as Memórias eram dignas apenas de um bordel e, se publicadas, teriam destinado Lord Byron à infâmia eterna".
(Trecho de Memórias de Lord Byron, de Robert Nye)
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Este Livro é um romance. O texto cuidadosamente pesquisado durante vários anos, recuperando a verdadeira voz do mais enigmático dos românticos. Um homem condenado por uma crítica puritana e até por alguns amigos como "louco, malévolo e indigno de ser conhecido", mas que em pleno século XVIII conseguira a proeza de esgotar edições de 10 mil exemplares de seus livros de poesias em menos de uma semana. O Byron que surge é um personagem mais simpático (apesar de cheio de defeitos) do que aquele que aparece nas biografias ortodoxas.
Longe de lançar Lord Byron à infâmia eterna, o romance ‘Memórias de Lord Byron’ o recoloca num lugar merecido entre os poetas ingleses. Além disto, o interesse humano do assunto e o brilho impecável do texto, transforma este livro numa leitura fascinante para o grande público.