Nascida infanta de Espanha e princesa do Brasil por seu casamento com o principe herdeiro d. João, não bastou a Carlota Joaquina a certeza de se tornar um dia rainha de Portugal. Enquanto esteve exilada no Rio de Janeiro, ela reivindicou o trono espanhol de seu irmão Fernando VII preso por Napoleão, e também uma inexistente coroa platina, que englobaria os territórios espanhóis na América. Estas Memórias Secretas, escritas por seu vingativo secretário, contam, a portir de um ponto de observação privilegiado e em estilo único, as intrigas políticas da princesa, sem deixar de aludir a outros episódios acarretados por um caráter explosivo e irriquieto. Depois do fracasso de seus projetos, e após a independencia do Brasil, Carlota nem por isso deixou de arvorar o título de imperatriz.
Imperatriz do Brasil, rainha de Portugal, rainha de Espanha e rainha do Prata eis as quatro coroas de Carlota Joaquina. Fazendo valer a altíssima dignidade de sua linhagem, ela tentou como poucas se impos politicamente em uma época na qual cada vez menos se esperava que uma mulher, por mais nobre que fosse, se metesse a governar.