Este livro é um comentário à estética de O Mundo como vontade e representação, obra máxima de Arthur Schopenhauer. Estética que está entre as que mais exerceram impacto no pensamento moderno, seja mediante o diálogo revitalizado com a tradição filosófica de Platão e Kant e seus conceitos de Idéia e coisa-em-si, seja mediante o estímulo que representou para artistas do quilate de Wagner, Proust, Thomas Mann, Machado de Assis, entre outros - por causa de sua concepção da arte como uma forma especial de conhecimento, superior à ciência por nos trazer satisfação metafísica. Importa observar que a unificação entre a estética e a ética, mdiante o conceito de negação da Vontade, é um horizonte das reflexões schopenhauerianas. Se "toda vida é sofimento" - uma vez que a essência da vida é uma vontade impetuosa e insaciável, e portanto carente -, como admite a ética de O Mundo..., a contemplação do belo ou a ação ética põe um fim beatífico a esse sofrer. Tal unificação tornou-se um tema atual, cujo herdeiro mais célebre é Wittgenstein em seu Tractatus, ao setenciar que "Estética e ética são uma coisa só".