A batalha de Midway é uma das mais importantes de toda a história das guerras navais. Pode-se mesmo, com justeza, compará-la à de Trafalgar. Nesta, a frota inteira foi destroçada: na de Midway, coube à aviação naval - elemento básico das frotas modernas - ser praticamente desmantelada. Tendo entrado em guerra com forças aeronavais, as mais bem treinadas, as mais poderosas até então existentes, é a elas que o Japão deve uma série empolgante de triunfos: Pearl Harbor, Filipinas, Malásia, Ìndias Holandesas, Arquipélagos do Sul. Na trilha de uma estrondosa sucessão de vitórias, derrama-se o exército japonês empalmando a Indonésia, a Indochina e Ceilão. Nada no mundo parecia capaz de deter o ímpeto agressivo de Império do Sol Nascente.
Midway, aos 4 de junho de 1942, marcou uma reviravolta nos destinos da guerra: quatro dos porta-aviões japonêses foram totalmente destruídos. A arma - tão pacientemente forjada em tempo de paz - desaparecia quase por completo, e ao ritmo tresloucado da guerra, o Japão não iria mais poder reconstruí-la. Versões norte-americanas desta batalha decisiva não faltam. Faltava-nos um relato japonês. É precisamente o que nos vem oferecer este livro de Mitsuo Fuchida e Masatake Okumiya, constituindo-se num documento de valor capital para a história da guerra naval no pacífico.
Ler a narração dessa batalha memorável, escrita por quem dela participou, é por certo uma inscursão no seio de um dos mais surpreendentes episódios do último conflito mundial.
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