Minorias

Minorias Gabi Wucher


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proteção internacional em prol da democracia




“A proteção internacional das minorias constitui um tema recorrente na agenda internacional deste século. Objeto de particular atenção na era da Sociedade ou Liga das Nações, volta gradualmente a emergir durante o processo de descolonização na era das Nações Unidas, e a retomar posição de destaque, em contexto inteiramente distinto. Em nossos dias, a questão da proteção internacional das minorias ressurge em nova e ampla dimensão, em suas relações tanto com a prevalência dos direitos humanos quanto com a preservação da própria paz internacional.

As necessidades prementes de proteção das minorias têm suscitado, no plano global, a retomada da consideração da questão no âmbito das Nações Unidas. O presente livro tem por objeto o estudo da questão, mormente no período pós-guerra fria, no âmbito da Nações Unidas (com atenção aos trabalhos, a esse respeito, da Comissão de Direitos Humanos e, em particular de sua Subcomissão de Prevenção de Discriminação e de Proteção de Minorias, em suas três primeiras sessões, no triênio 1995-1997).

A autora, natural de Frankfurt/Main, Alemanha, e graduada pela Universidade de Heidelberg (1988), concluiu o Mestrado em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília, ao defender, com pleno êxito, em 1988, sua tese “A Proteção Internacional de Minorias: A Retomada dos Debates no Âmbito da Organização das Nações Unidas”, da qual deriva o presente livro. Sua publicação torna o referido estudo, - revestido da maior atualidade e importância, - acessível a um público bem mais amplo. Com efeito, o presente livro Minorias: Proteção Internacional em Prol da Democracia constitui um estudo pioneiro em nossos círculos acadêmicos, que preenche uma lacuna em nossa bibliografia especializada. A obra cobre tanto as questões suscitadas pelo debate teórico acerca da proteção das minorias (Parte I) como o tratamento da matéria no âmbito da Organização das Nações Unidas ao longo da década de noventa (Parte II).

Dificilmente se poderia negar que o atual problema das minorias represente uma das ameaças à convivência pacífica internacional. Com o caso do bipolarismo no plano das relações internacionais, irrompem problemas latentes – como, inter alia, o das minorias – no cenário internacional do pós-guerra fria. Ao equilíbrio do terror, próprio da corrida armamentista resultante da confrontação bipolar da guerra fria, sucede um mundo circundado de incertezas, sem parâmetros definidos, e dilacerados por numerosos conflitos internos dos mais sangrentos e cruéis.

As notáveis transformações no cenário mundial contemporâneo desencadeadas a partir de 1989 têm efetivamente caracterizado os anos noventa como um momento na história marcado por uma profunda reflexão, e a formação gradual da agenda internacional do Século XXI. No entanto, se, por um lado, os documentos finais das Conferências Mundiais das Nações Unidas têm procedido a uma reavaliação global de muitos conceitos à luz da consideração de temas que afetam a humanidade como um todo, por outro lado as estruturas dos organismos internacionais, inclusive das Nações Unidas, mostram-se inadequadas e mal equipadas para fazer frente aos novos desafios. Configura-se, assim, um preocupante descompasso entre o plano conceitual ou normativo e o operacional.

No presente livro, a Dra. Gabi Wucher relaciona a questão da proteção das minorias corretamente aos imperativos da democracia, nos planos tanto nacional como internacional, assim como ao princípio básico da não-discriminação. A democracia propicia um redimensionamento do problema das minorias, com vistas não só à superação dos impasses tradicionais como também a uma reconceituação das bases da própria comunidade internacional organizada, capaz de propiciar a convivência pacífica entre os povos, inclusive para assegurar a própria sobrevivência humana.

Além do enfoque inovador e alentador da autora, destaca-se igualmente a sua determinação de apresentar uma análise, de caráter interdisciplinar mas com atenção especial aos aspectos jurídicos, e sobretudo isenta e imparcial, de uma questão que tende a ser abordada de modo a despertar emoções, que pouco ajudam a abrir caminho a soluções requeridas pela proteção das minorias. Os méritos do presente livro Minorias: Proteção Internacional em Prol da Democracia asseguram-lhe o espaço, que certamente merece, e haverá de ocupar, em nossa bibliografia especializada sobre a matéria. Sua autora soube situar com lucidez a temática na perspectiva correta, ou seja, na confluência da democracia e da proteção internacional dos direitos da pessoa humana.”

ANTÔNIO AUGUSTO CANÇADO TRINDADE
Presidente da Corte Interamericana de Direitos Humanos

Direito / Economia, Finanças

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Adalberto Gonçalves
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06/09/2018 21:28:45

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