A abordagem territorial pode ser assumida como caminho teórico-metodológico para o estudo, o diagnóstico, a compreensão e a intervenção na realidade socioespacial. A potência da abordagem territorial vem sendo reafirmada de modo mais enfático nas últimas três décadas no Brasil, sendo que sua utilização nas pesquisas acadêmicas nos mais diversos campos disciplinares, assim como o seu acionamento por políticas governamentais cujos exemplos mais expressivos foram a implantação dos Territórios da Cidadania no âmbito do Ministério do Desenvolvimento Agrário e os Territórios de Identidade pelo Governo da Bahia e pelas mais variadas modalidades de ações coletivas, atesta e indica sua valorização e operacionalidade, permitindo ao território ser considerado como uma categoria de análise e uma categoria da prática. A força empírica dessas manifestações permite-nos considerar o território não apenas como um construto epistemológico, isto é, como categorias distantes da experiência, manipuladas por cientistas sociais, mas, também, como categoria da prática sociopolítica acionada, reelaborada e empregada por atores sociais ordinários, que se alimenta e se transforma com a experiência cotidiana.
Geografia