Morder-te o coração

Morder-te o coração Patrícia Reis


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Morder-te o coração





No labirinto difícil do amor, um homem acredita ter encontrado a sua outra voz, o seu avesso: uma mulher de quem nada sabe, apenas um conjunto de mentiras, pequenas e grandes, que ela construiu para melhor servir um amor de verão. Para ele – o homem desta história –, o sentimento tem a força de uma vida inteira.

Depois de perdê-la, ele a procura como se nessa busca estivesse a sua essência, o melhor de si. Procura pelo mundo inteiro, pelos países que ela confessou ter conhecido (terá?), pelas cidades que relatou com paixão. De uma ilha portuguesa a Veneza, o homem perde o rastro dela e perde-se na tristeza infinita de saber que o seu destino falhou. O amor visto por um homem tem o poder e a dor das coisas maiores.

Em Estocolmo, na cidade fria, o personagem refaz a sua forma de viver, de estar com os outros. Encontra uma outra mulher, que não sendo ela, a mulher da sua vida, é alguém que pode abraçar todos os dias. Uma mulher que não faz perguntas, silenciosa, que bebe demais e que o empurra para um triângulo amoroso com uma amiga de origem angolana.

Há, em Morder-te o coração, a procura do sexo como instrumento de sobrevivência, como mais-valia de calor humano que nos protege e defende da solidão.

Entretanto, em Portugal, a primeira mulher faz o relato da sua infância, do dia em que perdeu o coração, a mãe, o alcoolismo do pai, os homens que a violentaram e perseguiram, o desejo de recomeçar, a tentação da mentira, o fascínio da fotografia, uma tentativa de suicídio. As duas histórias misturam-se. Ele e ela, e ainda ele com mais duas mulheres.

Por mero acaso, ele encontra o rosto do amor na internet e foge de Estocolmo numa derradeira tentativa de cumprir o seu destino de felicidade. Porque acredita que ainda é possível. Porque há acontecimentos maiores do que a razão. O que sucede depois são uma sucessão de pequenos acontecimentos que marcam em definitivo os destinos dos personagens.

Morder-te o coração não é uma clássica história de amor. É fruto do tempo alucinado em que vivemos. Para o melhor e para o pior.

Ficção / Literatura Estrangeira / Romance

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Para morder corações
on 12/2/11


Em um daqueles dias em que tudo que queremos é um livro que nos morda o coração, eis que me deparo com o pequeno livro de bordas cor de rosa (linda edição da editora Língua Geral), da Patrícia Reis, que eu não conhecia. Mas com uma apresentação linda de Inês Pedrosa e José Eduardo Agualusa, não há o que temer. Li de um fôlego só, feliz por ter encontrado uma escrita apaixonada, cheia de emoção, como eu gosto de ler. "Morder-te o coração" é uma história de amor, mas é sem dúvida fruto ... leia mais

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Lia
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Jenifer
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28/04/2021 19:29:46

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