Como era assumir-se lésbica no Brasil da ditadura? Como é ser lésbica em 2013? Quanto havia de culpa e leveza e em que proporções se misturam, hoje, vergonha e tranquilidade? Como as mães reagiam à homossexualidade das filhas nas décadas de 1980 e 90? A maternidade lésbica é diferente da heterossexual? O que pensam os filhos de mães homossexuais? A jovem que sai do armário necessariamente sofre perseguição, quem se assume no trabalho perde promoções? Como reagem as adolescentes quando seu líder religioso afirma que amar uma moça é errado? O que pensam aquelas que se apaixonaram por outra mulher já na maturidade? Este livro não responde a nenhuma dessas questões.
Os relatos aqui apresentados incluem e excedem esta gama de assuntos, porém não se prestam a generalizações, muito pelo contrário. O que as narrativas descortinam é justamente a singularidade das histórias: a experiência íntima e intransferível de 23 brasileiras que, pelos mais diferentes motivos, batalham pela visibilidade das homossexuais, pelo respeito e pela igualdade de oportunidades e direitos.
Quando entrevistadas de 18 a 75 anos expõem abertamente suas trajetórias, o que se obtém é uma reunião de depoimentos instigantes, sofridos e divertidos sobre descobertas, lutas, dificuldades e realizações. Em toda a plenitude de sua diversidade.