Este livro fala das mulheres negras, suas histórias, trajetórias e escolhas afetivo-sexuais. São narrativas de desejos, amores e de solidão, entrelaçadas as hierarquias raciais e de gênero escritas em suas experiências sociais. São mulheres comuns que lutam pela sobrevivência social e mulheres que gozam de grande prestígio simbólico e político. Apesar das adversidades entre elas, há algo em comum: ambas são sozinhas, sem parceiros afetivos fixos; ambas experimentaram em seu cotidiano situações de preconceito e de discriminação raciais, sociais e de gênero em vários espaços sociais e políticos, aos quais transitaram. A afetividade é o campo em que estas relações de dominação se manifestaram mais fortemente na sociedade baiana. Ela é a expressão da própria cultura contemporânea.Mas, foi através do corpo negro insurgente que estas mulheres ressignificaram as práticas de opressão: a solidão é o maior signo de sua insubordinação, poder e liberdade. A solidão ganha vários sentidos e significações. É sobre essas teias de significados que este livro procura interpretar.
Sociologia