Caracterizada pela circulação contínua de capital, bens, serviços e pessoas através das fronteiras, a globalização fortalece em vez de diluir os sentimentos e as percepções nacionais. Ao tempo em que buscam manter a pretendida autodeterminação nacional sob rédeas curtas, as agências internacionais precisam ter em conta a realidade socioeconômica e política dos Estados Nacionais onde operam. Em alguns países, suas missões são bem recebidas, em outros encontram resistência. Atualmente, as contestações se intensificam e diversificam: as posições e políticas destas agências vêm sendo desafiadas por governantes e movimentos sociais de várias partes do mundo. As práticas econômicas, experiências de desenvolvimento e estruturas regionais alternativas que surgem na América do Sul, e demais lugares, são manifestações da atual tendência de ruptura com as constrições dos organismos multilaterais e apontam para o esgotamento da ordem internacional vigente. A questão que este livro coloca é se tais iniciativas prenunciam uma nova era nas relações entre os Estados Nacionais e as agências multilaterais.