Primeiro livro do filósofo do niilismo, do ceticismo ou da decepção. Escrito em romeno quando o autor tinha 22 anos (depois, passaria a escrever em francês), é uma explosão de angústia e lirismo, que expressa de forma brutal e avassaladora a dor de existir. Ganhador do Prêmio Jovens Escritores, o livro é em parte fruto das leituras de Nietzsche, Schopenhauer, Bergson, Pascal e Dostoiévski. Mas, para além dessas influências eruditas, Nos cumes do desespero é o resultado, sobretudo, de sua experiência com a dura lucidez da insônia, com a aspereza da vigília ininterrupta, esse “nada sem trégua”. A partir dela, Cioran postulou a inutilidade da filosofia e descobriu o alívio da palavra desencantada, sem a qual “teria posto fim às suas noites”. Nos cumes do desespero antecipa não apenas os temas – o niilismo cósmico, o ceticismo e a meditação lúcida e radical sobre o “inconveniente de ter nascido” – mas também muito do estilo que o consagraria.
Tradução direta do romeno.
Filosofia / Ensaios