Nosso Século XXI

Um convite à indignação cidadã, um compromisso com o futuro, um recado às elites que não souberam ajustar o grande ABC às engrenagens da globalização? Afinal, de que se trata esta obra coletiva? De tudo isso e muito mais.
Ao reunir este batalhão de formadores de opinião em um território que teima em manter-se dividido em sete pedaços negando-se mutuamente a própria gênese da regionalidade conseguimos o que queríamos de fato e de direito: A LivreMercado está no passo certo quando vista sob perspectiva histórica de contestação aos falsos profetas da integração e aos trombeteiros de uma realidade cor-de-rosa que a desindustrialização acelerada dos anos 1990 tratou de desmentir.
Precisamos reconhecer sem medo que estamos longe, mas muito longe mesmo, do patrimônio mais importante que deveríamos deter nestes tempos de globalização econômica, financeira e cultural: não conseguimos complementaridade dos territórios municipais em ações nos campos político, social, cultural e econômico.
Ainda lustramos o ego e nos considerar melhores individualmente como municípios, quando a soma das partes, menor que o todo, é a confissão tácita da burrice divisionista.
Somos um G7 apenas nas estatísticas de quem não se conforma com o G1 do isolamento supostamente protetor dos valores municipais.
Nosso Século XX – Volume 2 não é uniforme no tom ácido dos ensaístas convidados – até porque não submeteu nenhum deles jamais ao encabrestamento da pauta. Entretanto, mesmo a diversidade resultante de visões independentes esculpiu uma obra de inconformismo, porque insistimos em ignorar que somos região, não cidades independentes.