Trata-se do relato da experiência de uma adolescente que, aos 16 anos, após um longo processo de sofrimento e progressiva alienação mental, foi internada num Hospital Psiquiátrico. A autora discorre sobre a vida dessa jovem psicótica, dissecada através do tratamento psicoterápico, e leva o leitor a vivenciar os mundos de Deborah: mundos ricos, conflitantes e apaixonantes.
O mundo exterior, figurado por sua família, do qual se sente impossibilitada de participar, devido aos conflitos oriundos dos relacionamentos baseados em velhos esquemas carregados de preconceitos. Seu mundo interior, que é povoado de seres cósmicos, espetaculares e gradiosos, onde ela se refugia, opondo-o àquela realidade difícil de viver. O conflito entre esses dois mundos e a paulatina fuga de Deborah para este último é um dos quadros mais fascinantes deste livro.
Hanna Green, de forma magistral, nos põe em contato com um terceiro mundo, o do Hospital Psiquiátrico e seus habitantes. O bizarro dos encontros, a complexidade dos relacionamentos, o impacto das descobertas nesse ambiente aparentemente morto; o universo limítrofe do mundo dos "sãos" e dos "insanos"; o aspecto ao mesmo tempo punitivo e consolador desse terceiro mundo nos familiariza com as dimensões humanas, que em nenhum momento são negligenciadas, mesmo sem a promessa de um jardim de rosas.