As reflexões de Octavio Paz sobre o fenômeno poético, seu lugar na história e, particularmente, em nossa época e nossa vida pessoal são em grande parte o testemunho que o poeta dá acerca de uma questão nunca elucidada de todo. Ao perguntar o que é a poesia? Octavio Paz responde referindo a pergunta a outro ser, não menos enigmático: o poema.
Na primeira parte deste livro, Paz examina a natureza do poema e procede a uma análise de seus componentes: linguagem, ritmo e imagem.
O estudo do poema leva-o a debruçar-se sobre um novo problema: em que consiste a criação poética, isto é, a criação de poemas?
Na segunda parte, ele examina as diferenças e as semelhanças entre a experiência poética e a religiosa, dedica um capítulo ao espinhoso problema da 'inspiração' e conclui afirmando que a experiência poética é irredutível a qualquer outra.
Depois de estudar o 'dizer poético' e sua significação, Paz propõe um novo problema: como se comunica o dizer poético? Afirma ele que o poema é de natureza histórica, mas essa maneira de ser histórica é paradoxal, pois, embora o poema constitua um produto social, expressão de uma época determinada, também é uma condição prévia para a existência de toda e qualquer sociedade.
A poesia consagra o instante e converte o devir histórico em arquétipo. Continuando, Paz examina alguns exemplos de 'consagração' da história pela poesia: o teatro grego - cujo tema central é o sacrilégio -, o romance e a poesia lírica da Idade Moderna. Em meio às idéias do autor, esta última se reveste de particular importância, pois constitui "uma tentativa do verbo para encarnar na vida". Após analisar a aventura da poesia moderna e as causas de seus impasses históricos, Octavio Paz dá-nos sua idéia sobre a função da poesia em nossa época.
Ensaios