Em seu romance de estréia, Carlos Luz se revela uma agradável surpresa. Com uma narrativa ágil, coloquial e muito bem engendrada, ele nos faz partilhar da perplexidade de Eduardo, narrador e personagem central da história, que se descobre morto depois de um acidente, e sem saber que destino tomar.
Os desdobramentos da súbita e inesperada "morte" de Eduardo criam situações novas a cada página, reservando surpresas mesmo para aqueles versados nos ensinamentos espiritualistas. Outra grande qualidade: não existe a pretensão doutrinária. A sensação de solidão que se segue à perplexidade inicial do narrador não dá espaço para proselitismos em favor desta ou daquela corrente de pensamento.
A familiaridade de Carlos Luz com a fenomenologia paranormal faz que ele saiba dosar com maestria as descobertas de Eduardo - como a descrição da aura dos pássaros que dá título ao livro - como o desenrolar da trama, culminando num desfecho totalmente surpreendente.
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