O coração distante

Alguém, numa grande cidade, atravessa a noite plugado na Internet. Um homem, que sempre quis estar à parte da família, se tranca em casa para não ir ao enterro do pai que ele encontra enforcado no chuveiro (...) descritos em minúcias e em adequado tom ficcional, esses personagens anônimos e contemporâneos convivem com Kant, Spinoza, Santo Agostinho e Santa Teresa D'Ávila na viagem histórica do psicanalista Chaim Samuel Katz.
O coração distante é uma veemente defesa da necessidade de solidão para p homem que vive superexposto pelos meios de comunicação, forçado a falar e a ouvir a todo momento. À dor de estar sozinho, geralmente associada às figuras da solidão urbana, Chaim vai propor o que se chama de solidão positiva, conquistada.
- Não existe um psiquismo que não precise ficar só. Solidão só é negativa quando você precisa do aconchego do outro e não tem.
O Globo, julho de 1996.