A partir do estudo das diferentes fases de uma poesia que começa parnasiana, e que depois adquire características modernistas, regionalistas, místicas e surrealistas, são analisadas minuciosamente neste ensaio as estranhas imagens criadas por Jorge de Lima no Livro de Sonetos e em sua obra mais conhecida, Invenção de Orfeu. Para penetrar na linguagem hermética do poeta, o autor revê a influência recebida de artistas como Max Ernst e De Chirico e faz um estudo comparativo com a poesia de Murilo Mendes, de quem Jorge de Lima foi bastante próximo, chegando mesmo a escreverem juntos o livro Tempo e Eternidade, em 1935.
Na poesia de Jorge de Lima, as imagens bailam nos olhos do leitor. Nos últimos livros ficam estranhas, inesperadas e até mesmo de difícil compreensão. Explorá-las é um exercício instigante que obriga o crítico não somente refazer a trajetória do poeta alagoano, mas também a recuperar todo o pano de fundo das tendências da poesia deste século, pesquisar com calma as mudanças que ampliaram o horizonte artístico e encontraram soluções novas para representar as contradições do tempo presente. É esse trabalho árduo que o crítico literário Fábio de Souza Andrade se propôs neste livro: um minucioso ensaio sobre a importância e a complexidade das imagens em "Livro de Sonetos" e "Invenção de Orfeu".
Literatura Estrangeira / Não-ficção / Poemas, poesias