O trabalho presente constitui, juntamente com 'A mente e a memória - um pequeno livro sobre uma vasta memória' (Martins Fontes), o par de trabalhos que o próprio Luria identifica, em sua autobiografia intelectual ('A construção da mente' ), como 'tentativas de reviver as tradições da ciência romântica'. Luria opõe o que chama de ciência romântica à ciência clássica, remetendo à crise na psicologia que Vygotsky e seu grupo procuraram enfrentar. Estava em pauta o dilema da escolha entre a fragmentação da realidade em componentes objetivados por métodos análogos aos das ciências naturais e a preservação da riqueza da realidade humana em sua complexidade.