“(…) Os gritos eram apavorantes e, quando fiquei sozinho e atônito no salão brilhante escutando o apagar de seus ecos, estremeci imaginando o que poderia estar invisível à espreita, ao meu lado. A primeira vista, o salão me pareceu deserto, mas, quando caminhei na direção de uma das recâmaras, pensei ter vislumbrado ali uma presença — uma sugestão de movimento além da passagem em arco dourada que conduzia para um salão parecido com o primeiro. Aproximando-me do arco, comecei a perceber melhor aquela presença e, então, com o primeiro e último som que jamais proferi — um uivo pavoroso que me causou quase tanta repugnância quanto a coisa medonha que o causara —, enxerguei, com plena e apavorante nitidez, a inconcebível, indescritível e indizível monstruosidade que, com seu mero surgimento, havia transformado um grupo alegre numa horda de fugitivos delirantes. (…)”
Terror