O Maior Genocídio da História da Humanidade

O Maior Genocídio da História da Humanidade Marcelo Grondin...


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O Maior Genocídio da História da Humanidade


Uma história de resistência e sobrevivência




Os escritores toledanos Marcelo Grondin e Moema Viezzer acabam de lançar seu último livro, escrito a quatro mãos. Um documento que tem tudo para ser considerado inédito e provocador de reflexão e atitude em relação à questão tratada.
Genocídio. Resistência. Sobrevivência. Estas três palavras resumem um glossário imenso que tem a ver com a história dos povos originários do Continente das Américas descrita neste livro. Uma história que precisa ser conhecida, com vistas à transformação da desigualdade social que reina em nossas sociedades no que tange as populações indígenas.
Fundamentado sobre publicações de historiadores e antropólogos de várias parte do continente, a presente publicação traça um breve panorama do maior genocídio da história da humanidade que eliminou mais de 70 milhões de indígenas das Américas, particularmente entre os anos 1492 e 1900. Situação que, infelizmente, ainda continua em algumas regiões deste imenso território.
Esta história de terror - mas também de resistência - ultrapassa, em suas dimensões, todos os grandes genocídios ocorridos no mundo durante o século XX, como foi, por exemplo, o extermínio de judeus da Alemanha que liquidou com aproximadamente 6 milhões de pessoas, simplesmente devido à sua origem.
O reconhecimento da diversidade social e o respeito às populações originárias passa pelo conhecimento do que foi sua história imediata , incluída sua sobrevivência, apesar da exploração que ocorreu desde que os europeus invadiram os territórios que eles chamaram de “Novo Mundo” . Na verdade, trata-se de um Mundo Antigo, habitado há milhares de anos por um grande número de povos com biotipos, crenças, costumes e idiomas diferentes. Pouquíssima gente sabe desta história, inclusive no continente americano.
A finalidade principal desta obra , que abrange cinco regiões: Caribe, México, Andes, Brasil e Estados Unidos , é contribuir para que esta história chegue a um público amplo e, de maneira particular, a lideranças sociais e políticas, educadoras e educadores e instituições de apoio aos povos originários. É nossa esperança que esta publicação se some a muitas outras iniciativas de pessoas, coletivos, povos e instituições empenhadas no respeito e cultivo da diversidade como forma de romper com o passado de dominação/opressão característica da civilização branca sobre os povos originários.
Livro conta história dos índios nas Américas
De autoria dos sociólogos Marcelo Grondin e Moema Viezzer, será realizado no próximo dia 20 de abril, durante a programação do Espaço Natural Kahena, para marcar o Dia Internacional da Terra, o livro “O maior genocídio da história da humanidade – povos originários das Américas, mais de 70 milhões de vítimas”. O pré-lançamento será às 19h, no hall do Teatro Municipal, pouco antes do show da cantora Marina Elali. A publicação é resultado de quatro anos de pesquisa do casal, aproveitando a vasta biblioteca disponível em casa, consultas à internet e outras pesquisas que relatam o que eles consideram a invasão europeia nas Américas, que resultou na matança de mais de 70 milhões de índios, segundo estimativas apontadas na publicação.
A pesquisa compreende o período da descoberta das Américas e abrange vários países e regiões como os Andes (Bolívia, Peru e Equador), México, Caribe, Brasil e Estados Unidos. “Relatamos a forma como os europeus tratavam os povos originários de todo o continente, desde do Alasca até a Patagônia. Pensamos na ideia de mostrar algo que a gente não vê nos livros escolares, quanto muito a gente estuda na história dos indígenas do próprio país. É uma visão geral do que foi a colonização das Américas pelos europeus. Foram momentos muito fortes, onde, juntos, procuramos reaver a própria identidade, um apoio que queremos dar para o Abya Yala, que era o nome dado antigamente ao território que se conhece hoje como América”, afirma Moema.
Segundo ela, fala-se muito no holocausto, que dizimou de 5 a 8 milhões de judeus. “Na América , pelo contatos que tivemos com outros historiadores e estatísticas, foram mais 70 milhões de indígenas mortos. Foi um massacre, uma matança horrível”, complementa Grondin, que sempre se sensibiliza quando fala neste assunto. Naturalizado boliviano, onde morou por 17 anos, ele teve naquele país um contato mais próximo com os índios. “O livro conta a luta dos índios para a sua sobrevivência. Como eles lutaram e se desenvolveram”, resume.
Divididos em cinco capítulos, o livro mantém uma sistemática semelhante para contar como foi a descoberta – que eles chamam de invasão – em cada um dos países, inclusive o Brasil, a resistência dos índios e a ressurgência, a partir do século 20, com manifestações que buscam a retomada do espaço e da cultura indígena. O primeiro trata do Caribe, hoje República Dominicana, Haiti e Ilhas de Porto Rico e Bahamas. Nesta região o extermínio foi total, restando somente algumas peças que mostram o modo de vida dos índios que habitaram aquela região.
No México, na época reinava o Império Asteca, mas existia toda uma trajetória de civilizações anteriores. As invasões geraram milhões de mortes. Na região central dos Andes, abrangendo os atuais países da Bolívia, Peru e Equador, os colonizadores espanhóis aproveitaram os conhecimentos dos Incas e escravizaram os indígenas, oque resultou na morte de cerca de 8 milhões de índios.
No Brasil, detalham os sociólogos, o livro relata o quase extermínio da população indígena, que ainda não acabou. “Apesar de sinais de resistência e sobrevivência com a união dos indígenas, fico feliz de ver como as mulheres, que antes não tinham acesso à civilização branca, estão hoje junto com os homens levando esta luta intensa com relação a terra , mas também protegendo os seus próprios territórios”, enfatiza Moema.
Por fim, no último capítulo, conta a conquista dos Estados Unidos. A política de estado adotada, com a participação do exército, que dizimou tribos inteiras, serviu de inspiração para Hitler, na Alemanha. Ao contrário de outros países, onde houve uma certa miscigenação, nos Estados Unidos ocorreu um extermínio total dos índios, considerados uma raça inferior. “Do Atlântico ao Pacífico restaram apenas algumas pequenas reservas indígenas, comparado ao que tinha antes, e que continuam lutando para ser considerados cidadãos”.
Para os dois sociólogos, que abraçaram esta causa em conjunto, o livro tem o propósito de fazer com que as pessoas, assim como muitas vezes ocorria com eles, deixem de ser ignorantes sobre o que aconteceu nos países.” Queremos que as pessoas saibam a verdadeira história de nossos países, sobretudo no momento em que o Planeta Terra está vivendo. Queremos contribuir para que as pessoas considerem e respeitem as nações indígenas como população, feitas de seres humanos como nós, independente da cor e da origem”, sintetiza Moema.

História / História do Brasil / Sociologia

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on 26/2/23


Muito bom e necessário. Bem pesquisado e importante, mas pesado e te deixa com raiva pelas coisas que aconteceram. Recomendo. A única reclamação que tenho é da tradução, o livro que eu li tinha vários erros bem básicos, eu até ignoraria, mas eram muitos mesmo.... leia mais

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Angela
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02/05/2019 12:34:04

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