O mundo de Parmênides

O mundo de Parmênides Karl Popper


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O mundo de Parmênides


Ensaios sobre o Iluminismo Pré-Socrático




Nesta coletânea de ensaios, Karl Popper faz uma incursão pelo iluminismo grego, o “maior e mais inventivo período da filosofia grega”. Ele volta-se para os três grandes filósofos pré-socráticos – Xenófanes, Heráclito e Parmênides –, examinando ainda o pensamento do próprio Sócrates e de seu discípulo Platão, além do legado deixado por aqueles filósofos às gerações posteriores. Popper constata que a “aventura do racionalismo crítico grego” chegou ao fim com Aristóteles e sua ciência (epistëmë) demonstrável: “Aristóteles matou a ciência crítica, para a qual ele mesmo fez uma contribuição capital”.

O autor faz uma didática explanação do desenvolvimento da epistemologia de Aristóteles, que exige provas (inclusive indutivas) e demonstra o modo como a epistemologia, nos termos em que é conhecida hoje, foi dominada pela via da indução, à qual Parmênides teria se referido como “via errada”. Para Popper, tanto a filosofia da natureza quanto a teoria da natureza, as grandes tentativas originais em cosmologia até então, sucumbiram depois de Aristóteles.

Ele credita a Xenófanes a fundação do Iluminismo grego e afirma que o filósofo “chegou muito perto” de antecipar os principais conceitos do Iluminismo europeu. Suas ideias, porém, não merecerem o respeito dos intelectuais de seu tempo. Estes, diz Popper, usaram as ideias de Xenófanes de forma abusiva para causar impacto e ampliar o próprio poder, sacerdotal ou político. O pensamento do filósofo impressionava justamente por seus aspectos que se contrapunham às ideias empiricamente inspiradas: sua profundidade, sua origem de inspiração transcendental, sua significação profética.

Traços de tais aspectos, de acordo com o autor, emanavam também dos grandes filósofos pré-socráticos. Basta citar Heráclito, um representante do Iluminismo que foi chamado de “obscuro”, provavelmente pelo “sabor profético de suas formulações brilhantes”. A “obscuridade” de Heráclito, no entanto, o salvou da pior das acusações, a de superficialidade, desferida então, e de modo habitual, contra Xenófanes, por críticos em geral pertencentes à tradição contrária à do filósofo, anti-Iluminista.

Filosofia / História Geral

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