Quanto à novela "O Músico Cego", para mim, foi uma lição de vida. É a história da superação, da descoberta de um objetivo na vida para ir adiante, tendo como pano de fundo a Ucrânia e a Rússia. Com muita força e ternura, Korolenko nos lega uma pedagogia incrível, que deveria ser aplicada a todos, e não somente aos portadores de deficiência visual. Na figura do "tio Maxim", ele repassa uma busca incessante pela maneira mais correta de conduzir a educação do cego, pedagogia esta repleta de coragem e amor, ensinando a enfrentar as dificuldades e obstáculos sem fuga. Incrível mesmo. Uma pedagogia que é um verdadeiro mergulho na alma humana, como deveria ser sempre, em qualquer circunstância, levando em consideração as particularidades de cada um.
Já vi, na internet russa, crítica de uma cega a respeito do livro, alegando ser o autor ingênuo, ao retratar o cego como sendo deprimido, triste,ou então, onisciente, aquele que tudo conhece através de sua sensiblidade de cego. O cego, assim como todos nós, tem seus momentos de alegria e de tristeza. Como existem, também, cegos que desenvolveram mais ou menos um "sentido especial", por assim dizer. Acredito, no entanto, que o autor não tentou generalizar a cegueira, mas retratou um caso em especial: o de seu personagem.
"A criança cega possuía uma alma humana, completa e normal, rica de
todas as suas particulares características; e como toda a particularidade
traz em si mesma o desejo da mais plena realização, a alma sombria do
pequenito era habitada por uma aspiração insaciável de claridade".
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