Se a velhice não é redutível à idade cronológica avançada, podendo ser encontrados "velhos" de várias idades, quando se fica velho? Além da deterioração física, enorme peso advém de estados psicológicos vivenciados e ligados a situações de perda, desamparo e solidão.
Este é um livro que, ao abordar a velhice, a doença e a morte, trata também da vida e do que se pode fazer por aqueles que atravessam seus estados últimos. Maud Mannoni retoma a dor e a luta dos que vivem seus derradeiros dias, mas também a dos que acompanham um ente querido até a morte. A autora alerta para o fato de que este acompanhamento e a escuta das palavras daquele que está partindo facilitam o trabalho de luto que o "sobrevivente" terá que realizar.
Os efeitos da fala e da possibilidade de troca não só são sinais de respeito, dignidade e cumplicidade, como resultam num benefício à própria vida. É a palavra proferida e escutada que pode fazer a ligação entre o inominável da morte e a possibilidade de nomear a vida.