Oliveira Vianna escreveu O Ocaso do Império em 1925, a pedido de Max Fleiuss, secretário perpétuo do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. A data não era casual. Naquele ano celebrava-se o centenário de nascimento de Dom Pedro II. Ou se tentava celebrar, porque em torno da idéia se travou na capital da República uma grande batalha política e ideológica. A polêmica começara na realidade já em 1920 durante os preparativos para as festas do centenário da Independência. Uma lei desse ano, assinada por Epitácio Pessoa, revogara o banimento da família imperial e autorizara o traslado para o Brasil dos restos mortais do Imperador e da Imperatriz. Houve protestos entre republicanos. Mas não eram só monarquistas e simpatizantes que apoiavam a medida. Também republicanos desencantados voltavam-se para o antigo regime e o avaliavam positivamente em relação ao novo. Em 1921, os restos mortais dos imperadores chegaram ao Brasil. As festas da Independência celebraram-se com pompa, mas não sem manifestações voltadas para a necessidade de republicanizar um regime já tido, mesmo por republicanos, como corrompido. [...] [Da Introdução de Oliveira Vianna]
História do Brasil