O outro amor do dr. Paulo

O outro amor do dr. Paulo Gilberto Freyre

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O outro amor do dr. Paulo





O outro amor do dr. Paulo é continuação de Dona Sinhá e o filho padre, obra brasileira a cuja edição em língua inglesa, intitulada Mother and son, dedicou The New York Times comentário de página inteira, no seu suplemento literário, considerando-a significativo início de uma meta-literatura: uma fascinante além-literatura. A uma e outra dessas suas experiências mais-que-literárias o autor denomina semi-novelas, sem que isto importe, de sua parte, em considerá-las inferior a novelas puras. Para ele, como criações mistas de ficção e não-ficção, essas duas semi-novelas reconstituem tempos sociais impossíveis de ser capturados através quer de pura ficção quer de história do tipo convencional: Daí na já publicada e na que aparecerá breve, lançada pela José Olympio Editora, serem reconstituídas um tanto pós-impressionisticamente épocas, quer brasileiras, quer européias, impossíveis de ser apresentadas nas suas mais características intimidades por outros meios senão os novelísticos, tendo por base idôneas informações pessoais e até íntimas, mais orais do que escritas no seu modo de ser autobiográficos.
Em O outro amor do dr. Paulo, são apresentadas, por vezes de forma surpreendente, várias dessas intimidades, vividas, há quase um século, por brasileiros - inclusive por ex-escravos desgarrados da Europa - e por europeus. Os brasileiros são principalmente figuras da antiga ordem social alterada no fim do século passado pela Abolição e pela República. Vários deles, surpreendidos nos seus exílios voluntários na Europa: principalmente em Paris, onde, quase escondidos, saboreavam saudosamente feijoadas com farinha de mandioca mandada ir do Brasil, junto com goiabada e aguardente de Campos e Charutos da Bahia.Reconstituem-se encontros de brasileiros , na mesma época, com a Grécia e com outros países. Observam-se afinidades entre a Grécia quase tropical e o Brasil tropical. Evoca-se a febre amarela no Brasil de antes de Oswaldo Cruz. Imaginam-se encontros de brasileiros europeizados com Belém, Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro e impressões diretas de paisagens e de figuras europeias célebres.

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