O Pianista do Silencioso

Romance vencedor do prêmio Alagoas em Cena 2006,O Pianista do Silencioso presta uma homenagem ao cinema mudo, ao contar a história de um tocador de piano de uma sala de exibição encravada no sertão nordestino, no início do século XX.

Misturando ficção e realidade, o livro aborda temas como a Primeira Guerra Mundial - que consolidou a supremacia americana na Sétima Arte -, a girpe de 1918, responsável pelo fechamento de casas de espetáculos em todo país, o Cangaço e a Revolução de 1930.

Por conta do conflito que devasta a Europa, o ator Al Jolson, protagonista de O Cantor de Jazz, (primeiro filme falado do cinema) acaba desembarcando no Brasil - país que até então se mantinha neutro na guerra. No Recife, onde seu navio atraca, encontra por acaso um dos funcionários do cine Rio Branco, e devido à barreira da língua, vai parar no interior de Pernambuco, para assistir à inauguração do cinema que mudará a rotina dos sertanejos da localidade.

Na tela, estrelas da era silenciosa como Chaplin, Francesco Bertini, Rodolfo Valentino e Theda Bara, encantam os moradores do povoado sertanejo, com suas histórias mágicas embaladas pela música do pianista que dá título ao romance. Paralelamente, cada uma das personagens vive a realidade por qual passa o Brasil da época, com cangaceiros liderados por Virgulino Ferreira - que assolava o Nordeste e metia medo na população - e conflitos pessoais que eram dissipados pela magia do cinema.

O Pianista do Silencioso narra um período que vai de 1917 (quando é inaugurado o cinema em Rio Branco, interior de Pernambuco) a 1934 (ano em que o primeiro filme falado é exibido no povoado). Nesse período, a magia de uma arte que tem mais de cem anos serve para traduzir as emoções, conflitos e histórias de uma gente simples que se identifica com os dramas e comédias de astros consagrados da Sétima Arte. Uma arte que ainda hoje é utilizada como instrumento de sonhos. Afinal, é para isto que serve o cinema.