O Poço do Visconde

O Poço do Visconde Monteiro Lobato


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O Poço do Visconde (Série Picapau Amarelo #14)





Lançado em 1937, O Poço do Visconde é o livro mais politizado de Lobato na coleção. O autor expressa seu projeto de desenvolvimento do país propondo a extração do petróleo.

A história desperta a consciência para esse patrimônio natural e tem cunho didático, onde se explica a origem e peculiaridades do produto, a forma de extração, os benefícios econômicos associados à exploração, a importância da industrialização e necessidade de melhorias na infraestrutura (portos, rodovias, ferrovias). Lobato não é um simples entusiasta ou sonhador e procurou racionalizar sua visão com informações científicas e do contexto da economia mundial, destacando o projeto como uma possibilidade viável e transformadora. Percebemos a dimensão do livro quando vemos o momento em que foi publicado. As palavras e disposições entusiastas na história eram reais na luta pioneira de Lobato na extração de petróleo no Brasil. Porém, enquanto que no livro havia a adesão e investimento, na mobilização de Lobato apareciam muitos empecilhos para que levasse avante o projeto, sendo até preso no governo de Getúlio Vargas.
A visão de modernidade e industrialização proposta era algo que enfrentava muita resistência por parte do governo, sujeito à influência submissa à outras nações. Prevaleciam velhos conceitos, ligados a um modo de produção secular, onde se destacava a política café com leite, pouco interessada na abertura de concorrências ou que descentralizasse o capital em múltiplos empreendimentos de desenvolvimento na infraestrutura.
O Sítio idealiza o país, Pedrinho e Narizinho representam pequenos empresários lidando com velhos e calejados homens de negócio (mas se destacando em suas ações), Visconde é a ciência que apoia o progresso (apontando novos caminhos), Emília representa a sociedade que adere ao ideal proposto e Tia Nastácia prefigura o povo simples que é impactado e beneficiado pela economia forte.
Lobato ilustrou também o conservadorismo na disposição turrona de um fazendeiro chamado Chico Pirambóia (resistente à importância dos bancos, no que acabou se dando mal, devido velhos conceitos) e no compadre Teodorico (foi à falência aplicando o capital em projetos por conta própria, sem um aval científico).
É um livro utópico, mas que tem algo importante para o progresso isso tem - a visão de economia fortalecida na indústria e no desenvolvimento da infraestrutura.

Grande Lobato! Grande livro! Grande leitura!

Ficção / Infantojuvenil

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