A obra segue um caminho indutivo apontando ao estudante e pesquisador na área das religiões a via a seguir para construir seu conhecimento da realidade concreta das religiões antes de se lançar nas generalizações apressadas e no estabelecimento de teorias ou termos de comparação, que se revelam, quase sempre, fruto de "preconceitos", numa área em que a objetividade científica só pode ser alcançada através de uma intensa auto-crítica.
Depois de estabelecer de maneira genérica o objeto de conhecimento da Ciência da Religião, insistindo no singular, comum na Alemanha, mas pouco freqüente entre nós, que falamos geralmente de "Ciências" da Religião, o autor explicita sua concepção, no fundo inspirada em Carl Rogers, de produção do conhecimento. Em seguida, expõe o trabalho específico nas áreas em que se manifesta historicamente a religião: textos, imagens, indivíduos religiosos, bem como a expressão da vida religiosa propriamente dita.
Com base nesses dados, o autor indica como se alçar ao nível da teoria religiosa, estabelecendo parâmetros comparativos e definindo mais exatamente o perfil do fenômeno religioso estudado em si mesmo. Num último capítulo, o autor aborda, ainda, a título de apêndice, a questão polêmica da distinção entre Ciência da Religião e Teologia. Expõe sua opinião pessoal: concebe a Teologia como Ciência de uma religião. Tratar-se-ia, então, de dois saberes que se situariam no mesmo nível epistemológico, distinguindo-se apenas pela generalidade do seu objeto. Tal maneira de entender é dificilmente compatível com a posição oficial da Teologia Católica.