Em 1984, uma revista exibiu a manchete: “A mulher mais bonita do Brasil é um homem”. Pela primeira vez na história do país, a sociedade começou a se deparar com as confusões de gênero em escala midiática. Roberta Close trouxe para a cena nacional o olhar incrédulo de pessoas que examinavam e buscavam naquele corpo exuberante sinais de masculinidade. A aproximação com a transexualidade é reveladora das convenções sociais sobre a masculinidade e a feminilidade. O objetivo desse livro é fornecer reflexões que possibilitem problematizar os limites das instituições sociais ao lidar com estas demandas e a necessidade de se repensar os critérios de normalidade que são postos em cena todas as vezes que estamos diante das pessoas que vivem o gênero para além da diferença sexual.