O romance português contemporâneo vive uma notável efervescência criadora, personificada pelo aparecimento de novos nomes no cenário das letras lusitanas, após a Revolução dos Cravos de 1974, bem como pela continuidade fecunda das produções de escritores anteriores a esse acontecimento transformador. Composto por sendeiros plurais, essa prosa revela um traço recorrente: o desejo de revolucionar formal e tematicamente a literatura portuguesa. Tal anseio emerge em ficções que sintomatizam a escritura do universo feminino, a denúncia lúcida do colonialismo e, sobretudo, a interlocução da Literatura com a História. Como obra coletiva, os capítulos que integram este livro são fruto das investigações desenvolvidas por pesquisadores brasileiros e portugueses acerca das intersecções entre história, memória e identidade na narrativa portuguesa atual.