Fama, verdadeiro príncipe malinké, nascido no ouro e para deitar favorita entre cem esposas, está reduzido a trabalhar nas exéquias e nos funerais, no meio dos feiticeiros, à espera de uma esmola. É que as Independências, caídas sobre a África como nuvens de gafanhotos, não lhe deixaram no bolso senão a carteira de identidade e a do Partido Único.
Esta é a atmosfera e a trama deste romance africano autêntico. Costumes, festas, tradições, mistura de contos e provérbios malinkés transcritos numa linguagem que violenta as estruturas literárias consagradas. Ahmadou Kourouma cria, em O Sol das Indepências, uma obra original. Ele inventa sua própria forma.